Capitulo 2 - Uma Nova Vida

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Quinze anos depois

Joalin Loukamaa

- Já organizou aquela papelada que o chefe pediu? – Sabina perguntou assim que eu passei por nossa sala, aquela mesma que compartilhamos a um ano.

- Ah é. – suspiro cansada – Eu vou fazer isso agora, prometo. – me sentei e sem querer deixei escapar uma careta de dor.

- Parece que a noite foi boa. – soltou uma  risadinha maliciosa e eu sorri em lembranças.

- Sim, Robin resolveu que tínhamos alguns fetiches que deveríamos realizar e bom, agora não sinto minhas pernas. – contei a ela, que digitava algo no computador, mas ainda assim prestava atenção no que eu falava.

- Senhor, que fogo que vocês dois têm. – ela riu bobamente.

- E como está com o Joel? – perguntei e a expressão dela se fechou em uma carranca.

- Brigamos novamente. Por causa da porra da família dele. Eles insistem em dizer que não vamos dar certo, principalmente a cobrinha da irmã dele. – ela tinha fogo nos olhos enquanto dizia.

- Mas vocês dois são tão lindos juntos. – dei o meu ponto, não entendendo o porquê da família dele não gostar dela.

- Pois é, mas a família Pimentel não pensa assim. – dei um suspiro. – Só espero que tudo se resolva entre a gente. Eu amo ele demais para terminar as coisas por causa da família dele.

- Mas vai dar, não se preocupe. – sorri leve para ela.

- Ah, falando em família, sua irmã ligou. – disse e eu olhei confusa. Sina só ligava pra empresa onde eu trabalho quando acontecia algo.

- Sério? – ela assentiu. – Tudo bem, posso ligar para ela depois que entregar as papeladas ao Simon.

Depois disso, engajamos em um assunto qualquer enquanto as duas faziam os seus trabalhos para apresentarmos novas ideias ao Simon. Trabalho aqui a um ano e ele quase nunca aceitava quase nada, mas mesmo assim, eu dava tudo de mim, porque sei o quanto lutei para conseguir ser arquiteta; as vezes acho que o Simon Fuller só me aceitou na empresa por causa de Robin, meu namorado a um ano, mas Robin insiste que isso não é verdade e sempre aponta as minhas qualidades. Celeste e eu dividimos uma sala, justamente porque Simon acha que eu e ela somos inferiores aos homens dali; e isso não é pura coincidência. Somos as únicas mulheres daqui e todos os homens tem escritório próprio, menos Sabina e eu. Simon exigiu de todas as formas que seu novo secretário fosse homem e isso querendo ou não, me deixava irritada. Minha mãe me ensinou que nós mulheres nunca devemos abaixar a cabeça para homem nenhum e sei o quanto minha mãe foi guerreira ao se separar do meu pai que não vejo a uns quinze anos. Eu nunca abaixei a cabeça para o Simon, só que Robin me acalmava e eu nunca acabava dizendo a ele o que eu realmente penso sobre isso, mas sei que, o que é dele, tá guardado.

...

- Oi, maninha. – Sina atendeu ao segundo toque.

- Oi, maninha, aconteceu algo? – perguntei de imediato. Eu sentia tanta falta dela, não a via a mais de um ano e isso me matava.

- Não! Só estou com saudade mesmo. Quando vem pra cá? – perguntou e eu me vi com o coração partido mais uma vez.

Eu havia ido embora do campo onde eu morava do outro lado de Loa Angeles a uns quatro anos para cursar a faculdade de arquitetura e nesse meio tempo, eu via minha mãe e os meus irmãos bem pouco, apenas em datas comemorativas, quando eu tirava um tempo do trabalho para sair da cidade grande e ir para o campo. E eu não faço ideia de quando terei tempo para isso, talvez em dezembro, o que vai demorar um pouquinho, já que ainda estamos em maio.

Idas e Vindas-JoaleyOnde histórias criam vida. Descubra agora