Idas e Vindas-Joaley

Capítulo 5 - Redescobrindo Sentimentos

Bailey May

- Já preparei toda a planta da casa e reorganizei os canos para os lugares que o senhor pediu. Creio que tudo fica pronto em menos de dois meses. – alertei enquanto segurava a grande planta com tudo que o senhor Alfred havia pedido e não é por nada não, mas estava muito bom.

- Muito obrigado, Bailey. Ficará ótimo! Espero que consiga terminar o mais rápido possível, não vejo a hora de vir morar com minha esposa numa casa em que tanto sonhamos, mesmo depois de tanto tempo juntos. – ele disse com um olhar indescritível e eu tive que sorrir. Senhor Alfred e sua esposa me faziam acreditar no amor que existe no mundo, mesmo que seja pouco e complicado.

- Bom, fico feliz que tenha gostado! Farei o mais rápido possível para o senhor. Já vou pedir que comecem a obra, assim vocês vão poder morar aqui o quanto antes. – toquei o seu ombro com um sorriso amigável.

- Você é um bom menino, sabia? Lembro de você correndo por aí com a garotinha da senhora Loukamaa. – ele disse com um sorriso coberto por lembranças e eu abaixei a cabeça sorrindo um pouco com isso. – Estão juntos até hoje? – ele perguntou e eu me peguei mal, algo que sempre acontecia quando eu me lembrava de que isso não aconteceu.

- Não estamos. Nos separamos quando éramos mais novos.

- Lamentável. Vocês dois tinham um amor puro, doce e sensível, achei que ficariam juntos por muito tempo. – ele disse se lamentando por isso.

Iniciei outro assunto por não saber exatamente o que falar quando se tratava de Lin e eu, era um assunto do qual eu não entendia. Depois de quase quinze anos, eu não imaginava que iria reencontra-la. Mas aquele sorriso lindo permanecia no rosto, do mesmo jeito que vi pela última vez, mesmo que tivesse triste por um babaca qualquer. Mil coisas se passaram pela minha mente quando eu constatei que era mesmo ela, um frio na barriga, um coração acelerado, um pensamento de 'nem me arrumei o suficiente para essa ocasião' e me lembrei de tudo, tudo mesmo. Não que eu tivesse esquecido dela, muito pelo contrário, eu pensei nela durante todos os dias que eu abria os olhos pela manhã e até quando eu me deitava para ir dormir, lembrava dela toda vez que eu pensava demais ou toda vez que eu abria minha carteira e via aquele desenho lá, o que ela me deu no dia em que fui embora. Mas no momento em que a vi depois de quinze anos, lembrei de todas as vezes em que ela me fez sorrir, com brincadeiras de 'criança', que eu nunca entendia muito bem. E, por não entender bem, ela sorria paciente e me explicava com toda a sua inteligência inigualável. Tinha tantas meninas no campo, mas a Joalin... a Joalin era diferente de todas elas. De verdade. Só que quando eu a vi na minha frente, senti que nada havia mudado, mesmo que ela nem lembrasse mais de mim. E uma pontinha de esperança brilhou em meus olhos no momento em que ela sussurrou um 'Bailey?'

Como se os nossos caminhos enfim tivessem se reencontrando. Como se um baú cheio de tudo que nós dois planejamos tivesse sido aberto novamente. Tudo foi por água abaixo quando ela disse que tinha acabado de terminar um namoro. Eu deveria saber que eu era um bobo de guardar aquela promessa, era uma promessa de criança, nós dois nem sabíamos o que era realmente aquilo. Me senti decepcionado ao perceber que eu fui o único que havia cumprido, não que eu nunca tivesse me relacionado com alguém na Filipinas, é só que toda vez que alguém avançava aqueles olhos azuis vinham em minha mente e eu nunca conseguia ter algo mais sério com alguém. Eu também não poderia culpa-la, fui em quem foi embora, fui eu que deixou tudo aqui, ela só seguiu em frente. Diversas vezes Joalin aparecia em minha vida, seja por um sorriso que me lembrasse dela ou por alguém que tinha o mesmo perfume, até aa ruas das Filipinas refrescavam minha memória sobre o tempo que fui de fato feliz, mas sabia que não era justo ir atrás dela, havia procurado seu nome em redes sociais, mas as pesquisas nunca eram bem sucedidas e, no fundo, eu me convencia de que era melhor assim.