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[ 7:35 h ]

"Adrien"

Olhei para o canto da tela no computador e concluí que já era uma boa hora para descer, meu estômago está roncando insanamente e estou cruzando os dedos para que o cozinheiro tenha repleto a mesa com comida, mesmo que eu tenha ficado com preguiça de pedir. Desci as escadas grotescamente, sentindo o cheiro de café e bolo rondando o ambiente, ufa! café da manhã na mesa, é a melhor notícia pra se começar o dia.

- Bom dia, Nathalie.

A mulher se levantou do sofá surpresa, me lançando um olhar envergonhado. Sei como é, também ainda não me caiu a ficha de que voltei a morar aqui, tudo isso deve ser meio doido pra ela.

- B-Bom dia Agreste, estava prestes a avisá-lo que a sua refeição matinal está ao dispor.

- Ou seja, tem comida.

Dei um sorriso bobo e me joguei de qualquer jeito na ridiculamente decorada cadeira da sala de estar. Percebi que ela ficou meio deslocada e joguei um macaron para si que o pegou surpresa, ri apoiando os meus pés sobre a mesa.

- Come comigo.

- C-Comer com você? Mas...

- Senta logo, só não curto comer sozinho. E agora você está fazendo isso soar como uma ordem, e não é isso.

Ela pareceu refletir um pouco e puxou uma cadeira se aproximando.

- Sim senhor.

Enfiei um pedaço de bolo de uma só vez na boca e sorri ao vê-la indignada, Nathalie encheu uma xícara com chá e bebeu na tentativa de me acompanhar. O cheiro do chá... É o mesmo do que o meu pai sempre bebia.

- Chá de erva cidreira?

Ela balançou a cabeça indicando que sim.

- O senhor gosta?

- Odeio.

Respondi seco e ela desviou o olhar cutucando a colher na xícara, soltei um suspiro e apenas voltei a comer tentando ignorar aquele cheiro irritante.

- Sabe Adrien...

Levantei a cabeça franzindo as sobrancelhas, para estar me chamando pelo primeiro nome, lá vem...

- O Gabriel Agreste ligou hoje, avisando que vem visitá-lo amanhã.

...

Permaneci em silêncio e ela continuou soando um pouco desesperada.

- Eu tentei dizer a ele que ainda é muito cedo, pedi para que ele te desse mais um tempo, mas ele não quis me ouvir.

O barulho de porcelana estraçalhando contra o piso foi o único som que dominou aquele momento, cacos da xícara pelo chão manchados por café, deixando a evidência, que por dentro eu estava pior que eles. Muito pior.

- Senhor?

Uma empregada disse ao longe se virando para nós, outra se aproximou assustada pelo barulho e se colocou a limpar o chão ao ver que havia se quebrado uma xícara.

- Adrien..?

Agora foi a vez da Nathalie de se levantar da cadeira à espera de uma resposta, quis rir da sua expressão de preocupação, mas o meu rosto ainda se encontrava congelado pelo choque, isso só pode ser brincadeira... Só pode ser mentira... Tudo o que não pode é que o meu pai coloque aqueles pés de merda nessa casa amanhã!

- Adri-

- SE ELE VIER AQUI EU O MANDO PRO INFERNO!! QUE DESGRAÇA!!

A empregada se afastou assustada e eu sorri sarcástico para a Nathalie ao dar um passo para trás, mesmo que não demonstre, sei que ela ainda tem medo de mim.

- Fui.

Peguei a mochila do sofá e calcei os tênis sem paciência, coloquei a mão sobre o scanner com tanta força que sentia a superfície de vidro ameaçando a rachar, bufei enquanto a porta se abria lentamente e saí em um segundo em direção a rua, mais um segundo nessa casa que, literalmente, vou acabar pior que aquela xícara.


"Pelo chão os cacos de porcelana deixando em evidência, que por dentro eu estava pior. Muito pior"

 Muito pior"

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Uทrєαcнαвℓє II: FrαgмєทτσsOnde histórias criam vida. Descubra agora