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"Marinette"

- D-Desculpa o atraso professora! Desculpa.

A professora Bustier meu deu um meio sorriso e pediu para que eu me sentasse.

Olhei para a sala pela primeira vez, e vi a Alya me dando uma piscada sugestiva, olhei para o Nino que estava ao seu lado mas percebi que o assunto não era ele, ela revirou os olhos e apontou "discretamente" para o fundo, foi quando o meu olhar congelou sobre um garoto loiro.

Aqueles olhos verdes em meio a tanta desconfiança, sua postura intimidadora, mas as mãos tremendo por puro medo. Ele usava uma calça preta rasgada com correntes caídas nos cós, um moletom preto com um sorriso assustador estampado de vermelho, suas botas grandes apoiadas na cadeira da frente, o cabelo bagunçado com algumas mechas sobre os olhos, eu, paranormalmente, não me lembrava de ter o achado tão fofo faz tempo.

Andei calmamente até a cadeira ao seu lado e me sentei sem nenhuma cerimônia, todos se voltaram para nós de queixo caído e eu fiquei com aquela cara de tapada sem entender porquê estavam me encarando assim, o Adrien se afastou um pouco de mim incomodado e começou a jogar olhares mortais para geral que começou a se virar para frente novamente.

Foi aí ( é, somente aí porque eu sou muito retardada mesmo) que eu entendi o que estava acontecendo, desde que ele saiu da escola a sua fama ficou péssima por aqui, não só entre os professores como antes, mas entre todos os alunos. Ele sabe disso, por isso está com medo, e acaba saindo intimidando os outros mesmo que essa não seja a sua intenção...

- Mas que saco, não param de encarar nunca...

Ouvi ele murmurar e lhe lancei um sorriso que me olhou de canto de olho confuso.

- Por que sorriu?

- Por que você não está sorrindo? Não vai fazer um amigo sequer se continuar agindo assim, amor.

Me aproximei do seu ouvido proferindo essas palavras, pude sentir o seu cheiro de hortelã mais o seu corpo enrijecendo. Me levantei da cadeira ficando de pé na minha cadeira chamando a atenção de todos com uma tosse forçada, a professora me olhou e obtive o que precisa começar.

- Com licença professora, mas creio que toda vez que temos um aluno novo ele deve se apresentar à turma, não?

- Sim, mas... Não tivemos nessa turma alunos no-

- Como não? Olha o Adrien aqui, ó.

Puxei ele pelo braço o colocando de pé, ele me jogou o típico olhar de "Mas o que diabos você está fazendo?!"

- Vamos lá, seja legal com os coleguinhas.

A professora o olhou surpresa percebendo o que eu estava tentando fazer, ela soltou o piloto sobre a mesa e eu continuei.

- Vai Adrien, fala alguma coisa, um bom dia, um sorri-

- Você vai pagar muito caro por isso Marinette... Muuuito caro...

Ele disse para mim cerrando os olhos e eu segurei o riso enquanto ele se voltava para a turma.

- Meu nome é Adrien, tenho dezessete anos e blá blá blá, satisfeita?

- Fale um pouco sobre você.

- Sou filho do Gabriel Agreste e não sou viciado em drogas, não mais.

- Agora sorri.

Ele bufou seriamente irritado, mas gostei de como isso estava quebrando o clima de antes.

Ele forçou um sorriso que saiu tão lindo que me senti hipnotizada por alguns segundos, a professora se pronunciou interrompendo os murmúrios que soavam pela sala.

- Obrigada Adrien, saiba que é muito bem vindo de volta, podem se sentar.

Ele desmanchou o sorriso tão rápido que até me assustou, largou as costas na cadeira eu apenas me sentei ao seu lado novamente compreensiva.

- Sabe que não precisa agir assim.

- Eu não pedi para eles terem medo de mim.

Eu parei segurando firmemente a minha caneta preta na mão direita, era a mesma que eu emprestei para ele ano passado.

- Será que são eles que têm medo de você? Ou... Você deles?

- Fala sério, são só um bando de filhinhos de papai, não conseguem me encarar sem correr pra trás da mamãezinha, eu não tenho nada a ver com isso.

Percebi como o Adrien reagia ao citar como os outros têm a atenção dos pais, sei que no fundo ele gostaria de ser como eles, e se odeia porque sabe que nunca vai ser...

- Mas eles são os meus amigos, vai dizer que sou como eles?

- Claro que não, você é prefeita princesa, nunca te compararia com eles.

Acabei ficando mais chocada do que esperava com as suas palavras, eu não sou muito diferente deles, como ele pode os odiar e me amar? Foi aí que eu percebi a diferença, eu sempre estive do seu lado, não o julguei ou o acusei de coisas que não fez, nunca.

- Ahh que sono. Me cobre aí enquanto eu durmo, boneca.

Ele colocou o capuz enterrando a cabeça nos braços sobre a mesa.

- C-Como é?! Adrieeen!

 Eu sei que não é exatamente a mesma roupa, mas a imaginação é que sempre prevalece

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 Eu sei que não é exatamente a mesma roupa, mas a imaginação é que sempre prevalece.

Uทrєαcнαвℓє II: FrαgмєทτσsOnde histórias criam vida. Descubra agora