Uma Última Chance

01|Extra

E o tempo todo eu acreditei que te encontraria
O tempo trouxe seu coração pra mim
Eu tenho te amado por mil anos
Te amarei por mais mil

A Thousand Years |Cristina Perri

Boa Leitura!

Seis anos atrás

Eu sempre achei que o amor fosse uma baboseira, uma mentira inventada pra vender mais livros e filmes de romance. Se o amor realmente existisse ele seria muito raro, pouquíssimas pessoas teriam a chance de viver um amor de tirar o fôlego, e eu não achava que teria essa sorte.

Kaiden Moore apareceu na minha vida como uma brisa no verão, ele desarmou todas as minhas armadilhas,  o muro que eu tinha construído em volta do meu coração, tudo virou pó. Podemos falar que foi amor a primeira vista da parte de Kaiden. Eu não estava procurando um amor e certamente não achava que Kaiden Moore fosse ser esse amor.
O garoto misterioso que trabalha no bar da cidade não seria o meu tipo de cara, no geral eu gosto daqueles que estão no mesmo nível social que eu, mas pra ele eu abri uma exceção.

Dono dos olhos mais lindos que eu já tive o prazer de ver na vida. Ele me fez virar um clichê ambulante, eu dava suspiros quando lembrava dele, sentia as borboletas no estômago e aquele arrepio inesperado e interminável cada vez que ouvia a voz dele.

Hoje é dia 12 de junho de 2014, Kaiden e eu começamos a namorar nesse mesmo dia mas no ano de 2013 e hoje vamos comemorar um ano de namoro, dá pra acreditar? A uns anos atrás eu riria se alguém me contasse que nesse mesmo dia estaria indo comemorar um ano de namoro. Bom certamente acharia que a pessoa tinha usado alguma erva muito forte pra delirar tanto a esse ponto.

Termino de me arrumar bem no tempo certo, dou uma última olhada no espelho e fico feliz com o que vejo. O vestido azul escuro que comprei na semana passada me cai como uma luva. Todas as minhas curvas foram perfeitamente acentuadas, minhas pernas foram valorizadas com a bela fenda do vestido e não posso me esquecer do salto nude nos pés que dá a impressão que tenho as pernas mais longas do que realmente são.

Casey quem me ajudou a escolher essa roupa, é uma pena que ela tenha saído antes de poder ver o resultado final.

Pego minha bolsa e saio porta afora e vou em direção a sala que é onde meus pais provavelmente vão estar.

Eles estão sentados no sofá um ao lado do outro lendo um livro.

O casamento dos meus pais não é perfeito, mas eu sei que eles se amam. Minha mãe não é a mulher mais fácil de lidar, ela sempre quer ter razão e se importa tanto com a opinião dos outros que chega a ser cansativo. Meu pai é um homem muito paciente por aguentar cada surto da sua bela esposa.

— Estou saindo pra ir me encontrar com Kaiden, vou chegar tarde. — Digo a eles.

Minha mãe levanta os olhos pra mim e logo em seguida fecha o livro e o coloca na mesinha de centro.

— Querida, eu queria mesmo conversar com você sobre esse seu namoro. — Mamãe diz com a voz calma.

— Eu tenho que ir mãe, quando eu chegar nós conversamos.

— Vamos conversar agora Hope, sente-se. — Mamãe decreta e aponta o lugar vago ao seu lado com suas mãos finas e bem cuidadas. O anel de diamante que papai lhe deu de casamento brilha em sua mão.

A contragosto me sento ao seu lado e cruzo as pernas.

— Fale logo. — Falo ríspida, minha mãe nunca tem bons conselhos quando se trata dos meus relacionamentos e antes eu não me importaria nem um pouco, mas meu relacionamento com Kaiden não é como os outros.

Eu realmente gosto dele.

— Você não acha que já passou da hora de terminar esse namorinho com esse garoto do subúrbio? — Minha mãe coloca as mãos na minha perna e enruga a testa como se estivesse tentando ser gentil.

Adelaide Coleman nunca é gentil, ela só está querendo ser discreta me mandando terminar meu namoro.

— Eu não vou terminar nada.

— Hope, acho que você não está me entendendo querida, isso não foi um pedido. — Ela tira as mãos de mim e fala num tom de voz doce.

Minha mãe tem o dom de te mandar fazer uma coisa terrível e não mudar o tom de voz, ela pode te mandar matar alguém e mesmo assim continuará falando como uma dama.

— Eu não me importo, não vou terminar com Kaiden. — Esbravejo pra ela.

— Querida deixe a menina ir. — Meu pai que estava até então calado, resolve se pronunciar.

Ótimo, pelo menos uma vez ele decidiu ficar contra minha mãe. É incrível como todos fazem o que ela manda.

Eu decidi que Adelaide Coleman não vai mais interferir em minha vida, eu mesma vou tomar minhas decisões e fazer o que bem entender.

— Ótimo, faça o que você quiser mas depois não venha me dizer que eu não tentei o caminho mais fácil. — Minha mãe fala as amargas palavras pra mim e então se levanta do sofá.

sinto um arrepio na espinha diante dessas palavras.

— Não se preocupe querida, eu controlo sua mãe. — E então meu pai se levanta do sofá.

Essas palavras não me acalmam como eu gostaria. Porque todos sabem que ninguém consegue controlar Adelaide Coleman.