8 Letters

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   Jiang Cheng estava quase pegando no sono com a cabeça no colo da irmã enquanto ouvia Wuxian tagarelar sem parar, quando sentiu que havia esquecido de algo e passou a se esforçar para tentar lembrar o que era.

   —A-Cheng, quem te deu aquela lótus que você trouxe mais cedo? – Yanli perguntou, acariciando seus cabelos.

   —Uma garotinha no parque. – Aquilo não era exatamente mentira, mas também não era verdade. Como se um estalo soasse por sua mente, Jiang Cheng se lembrou de que Lan XiChen havia combinado de ir vê-lo e se levantou em um pulo. – Caramba, eu esqueci completamente!

   —Do que? – Wuxian perguntou, discretamente roubando o lugar dele e deitando com a cabeça no colo de Yanli.

   —Tenho que falar com o meu sargento e terminar o relatório que ele pediu. – Mentiu, já indo em direção às escadas.

   Subiu correndo até seu quarto enquanto checava o celular para ver se havia alguma mensagem. Trancou a porta atrás de si e foi direto até a janela, a destrancando e deixando uma fresta aberta. Em seguida, se jogou na cama e fechou os olhos. Se XiChen demorasse muito para aparecer, ele trancaria a janela e voltaria para onde seus irmãos estavam.

   Alguns minutos depois, sons de passos começaram a soar pelo quarto e Jiang Cheng abriu um olho somente para garantir que não era um invasor, o fechando novamente quando XiChen se virou. Logo sentiu o colchão afundar ao seu lado e virou o rosto para encará-lo.

    —Bem-vindo, sargento. – Jiang Cheng sorriu com ironia. 

    —Sargento? – O Lan franziu o cenho, tombando a cabeça um tanto para o lado.

    —Falei para os meus irmãos que tinha que falar com meu sargento.  

    —Acho que nem preciso comentar o tamanho da ironia por trás disso, não é? – XiChen riu fraco. 

   Os dois ficaram algum tempo se encarando, antes de Jiang Cheng puxar o braço no qual o outro estava apoiado, o derrubando ao seu lado na cama. Começaram a conversar sobre assuntos banais, passando pelo que fizeram no dia a dia e por ultimo sobre o que estava acontecendo na organização. Aquilo estava incomodando os dois desde que o Jiang ouviu alguém falar sobre o tal ZeWu-Jun em uma das reuniões com o pessoal da inteligencia. Nunca havia se sentido tão dividido como naquele dia, levou horas até que finalmente decidisse avisar XiChen.

   —Eu queria te ajudar a identificar esse cara. – Jiang Cheng suspirou, brincando com a mão do outro.  – Mas meu sargento não nos disse nada além do que eu te passei.

    —Você já se arriscou o suficiente me passando o que sabia. – Disse XiChen, apertando levemente sua mão contra a dele para chamar sua atenção. – A propósito, obrigado. 

    —Disponha. 

   Ficaram em silêncio por alguns minutos, apenas de mãos dadas enquanto se enxergavam nos olhos um do outro. Jiang Cheng sentia seu coração bater tão rapidamente que havia começado a se perguntar se o Lan conseguia ouvi-lo. Aquilo acontecia sempre que estavam juntos e ele não tinha a menor ideia de como definir o que estava sentindo, porque não se lembrava se já havia sentido algo do tipo antes. Era uma sensação boa, mas ao mesmo tempo assustadora que vinha o acompanhando há um bom tempo. 

    —Eu, você e as estrelas naquele parque em que a gente se conheceu. O que acha? – XiChen perguntou de repente, se levantando e puxando Jiang Cheng consigo. 

   —Por que não? – O policial deu de ombros, sendo arrastado pelo outro que continuava segurando sua mão.  – Pela janela de novo?

   —Como eu disse, é mais emocionante. 

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