Let Go

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    —Você não vem comigo? – Lan XiChen perguntou, se sentando na cama na qual havia passado os últimos dias.

   Jiang Cheng negou com a cabeça.

    —Tenho que fazer algo com os meus irmãos, acho que a gente só vai se encontrar de novo no aeroporto. – Se sentou ao lado dele e estendeu uma das mãos. XiChen logo a segurou e entrelaçou seus dedos aos dele. – Escuta, quando chegarmos ao nosso destino vai haver duas crianças esperando pela gente. Então, por favor, deixe os assassinos fazerem o trabalho deles e não tente nada. 

    —Por que está dizendo isso? 

    —Porque, desde que você acordou, tenho certeza de que não parou de pensar em vingança. – Jiang Cheng o olhou, desafiando que dissesse que estava errado. O Lan apenas abaixou a cabeça e desviou o olhar para as mãos dos dois, o que foi praticamente uma confirmação de que estava certo. – Lan Huan, olhe para mim. – XiChen respirou fundo e ergueu a cabeça, o olhando nos olhos. – Por favor, não faça nada. Eu sei que é algo meio idiota de te pedir, se fosse meu irmão eu também iria querer vingança, mas você não pode deixar isso te cegar. Nós estamos muito perto de sair daqui e arriscamos muita coisa para isso. Se acontecer alguma coisa com você lá...

   —Eu não vou fazer nada. – XiChen se virou para ele, apertando sua mão um tanto mais forte. – Não se preocupe.

   Mesmo não sentindo muita firmeza nas palavras dele, Jiang Cheng não contestou. Já tinha um discurso e uns tapas prontos para usar contra ele, caso descobrisse que o Lan havia tentado alguma coisa. 

   —ZeWu-Jun, temos que ir! – A voz de Xuanyu soou do outro lado da porta, atraindo a atenção dos dois.

   —Já vou! – XiChen se levantou e puxou Jiang Cheng com força suficiente para que seus corpos se chocassem e o policial fosse parar em seus braços. – Não demore muito para me encontrar, okay?

   —Uhum... – Jiang Cheng passou os braços pelo pescoço dele, tomando cuidado com o curativo. Porém, quando o Lan tentou beijá-lo, ele se esquivou. – Só vou te dar um aviso. Se você realmente não conseguir cumprir o que me disse, é melhor voltar para mim inteiro ou eu vou te receber na base do soco. 

   XiChen riu, deixando o policial um tanto abobalhado. Faziam alguns dias que não o via sorrir daquela maneira.

   —Eu vou tomar cuidado, não se preocupe. – Garantiu, beijando delicadamente sua testa.

   —Mas que diabos vocês estão fazendo aí dentro? – Xuanyu gritou, fazendo os dois rirem.

   —Melhor eu ir ou ele vai entrar e sair me arrastando. – XiChen murmurou levando as mãos até o rosto de Jiang Cheng e olhando no fundo de seus olhos. – Não se esqueça do que me prometeu, okay? Tome cuidado.

   Jiang Cheng assentiu, vendo seu reflexo nos olhos de XiChen, os quais já não estavam mais tão opacos como dias atrás. A forma como ele o olhava o fazia se sentir um tanto quanto especial, às vezes o policial jurava quase conseguir enxergar corações nos olhos dele, de tão apaixonado que o Lan parecia.

   —Lan Huan... – Chamou, apoiando suas mãos sobre as dele.

   —Hm?

   —Eu te amo... – Aquelas palavras saíram tão naturalmente que o próprio Jiang Cheng estranhou, todo aquele sentimentalismo era algo novo demais para ele. – Por favor, volte para mim seguro, okay?

   O sorriso de Lan XiChen aumentou e ele acenou positivamente, antes de acabar com o restinho de espaço que os separava. Ao sentir os lábios dele contra os seus, Jiang Cheng fechou os olhos, sendo invadido por aquela sensação agora familiar de "borboletas no estômago" e euforia. Por um breve instante, se esqueceu completamente da confusão e dos perigos que os aguardavam lá fora. Naquele momento só existia os dois.

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