chapter fourteen

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GILBERT BLYTHE'S POV

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GILBERT BLYTHE'S POV

As batidas do meu coração erraram por um segundo. Uma onda de calor atravessou meu corpo ao mesmo tempo que minha pernas congelaram, presas naquele carpete marfim.

— G-Gilbert?! É você mesmo? — A voz de Anne soou novamente, chamando pelo meu nome. Eu queria olhar em seus olhos, queria abraça-la e dizer que a amo. Gritar para o mundo que eu não desistiria dela, lutaria com todas as minhas forças para não cometer o mesmo erro do passado.

— Me desculpe. — Disse virando e andando para fora da sala de estar. Um ato frio, indiferente a presença dela. Dizia a mim mesmo que não sabia porque o tinha feito, mas no fundo tinha a consciência que era minha covardia dominando meus sentidos outra vez.

Ao sair do cômodo andei em direção a saída da casa atravessando o enorme jardim em segundos indo em direção às plantações de maçã, onde a adrenalina passou e perdi o fôlego, tendo meu corpo atingido com um cansaço gigantesco.

Olhei para trás vendo a imagem da mansão. Soquei a árvore à minha frente.

Como pude fazer isso? Melhor, como Sebastian pode fazer isso? Ele sabe do meu passado, não é como se eu podesse encarar Anne sem me preparar antes.

Respirei fundo deixando a raiva passar.

Não deveria estar culpando Sebastian, tenho certeza que ele tinha as melhores das intenções.

Minhas mãos ainda estavam tremendo um pouco. Peguei uma maçã e me sentei, descansando minhas costas no troco da maceira. O céu estava limpo e calmo, podia-se ouvir apenas o canto dos pássaros, o chacoalhar dos galhos e a voz baixa de um colhetor cantando uma música de Jazz, à qual recordei ter escutado vez ou outra em bares nos Estados Unidos.

— O que eu estou fazendo aqui? — Sussurrei para comigo mesmo.

Não adiantava ficar aqui parado. Levantei e peguei outra maça enquanto pensava em que desculpa daria para CuthBert. Provavelmente eu só me atrapalharia nas minhas próprias palavras e estragaria tudo de novo.

Sebastian estava na porta da mansão me olhando com uma cara de reprovação. Mantive uma expressão de indiferença.

— Nunca achei que você correria da menina. Que tipo de homem você é Blythe? — Sebastian me repreendeu enquanto me seguia para dentro do casarão.

— Eu tive minhas razões. — Continuei em direção a sala a qual Anne estava. Meus olhos passearam pelo local, mas nem sinal da ruiva.

— Bem, você vai ter que explicar essas sus razões á Anne da próxima vez que vê-la. Ela saiu bem atordoada daqui. Tentei dar uma desculpa, mas parece que ela ficou realmente magoada.

Anne foi embora? Droga, agora será mais difícil encara-la quando nos encontrarmos. Se bem que isso me dá mais tempo para pensar na situação.

— Não há nada que eu possa fazer em relação a isso, embora não tenha sido minha intenção deixa-la triste.

— Você vai continuar com esse discurso frio? Esqueceu que somos amigos desde que você era um pirralho? Fale comigo direto Gilbert, não precisa manter essa máscara na minha frente.

— Que seja. — Desviei o olhar subindo as escadas e deixando Sebastian sozinho.

Não tem nenhuma empregada por aqui? Andei pelos corredores até achar uma servente que me mostrou o quarto onde eu iria ficar. Desabei na cama respirando fundo.

Não queria ser rude com Sebastian, mas também queria evitar aquele assunto.

Anne... Ela estava muito mais linda do que eu poderia imaginar. Seus cabelos ruivos estavam soltos e tinham um comprimento que passava de sua cintura. Os olhos azuis combinavam perfeitamente com o vestido azul claro que ela estava usando. Havia uma flor branca na sua orelha, gostaria de ter sido quem a colocou lá.

As horas passaram rapidamente, quando percebi uma criada veio me chamar para jantar. Havia ficado imerso em meus pensamentos por tanto tempo?

— Ok, avise Sebastian que já estou descendo. —Disse á criada que respondeu com um "Sim, senhor" antes de sair.

Observei minha imagem no espelho redondo da cômoda, não estava tão ruim assim. Desci as escadas e fui guiado por uma senhora até a sala de jantar. Sebastian e sua filha estavam sentados à mesa assim como uma mulher a qual não conhecia.

— Oh, Gilbert! Essa é minha esposa, Rose. — Sebastian apresentou-nos. A mulher de pele clara e olhos castanhos sorriu.

— Prazer, senhor Blythe. É a primeira vez que nos vemos, mas já ouvi galar bastante sobre ti. Sebastian realmente tem um ótimo amigo. — Seus cabelos castanhos estavam prendidos em um coque arrumado. Sorri de volta vendo o quanto todos haviam se arrumado para esse jantar. Me senti um pouco mal de estar com as roupas antigas do meu pai em uma ocasião tão importante.

— O prazer é todo meu. — Respondi apertando sua mão. — O que me lembra, tenho que pedir para o mordomo ir buscar minhas malas na cidade.

— Oh, não se preocupe com isso. Sebastian ja mandou ele ir buscar hoje a tarde. Devem chegar a qualquer momento. Por favor aproveite a comida. — Rose falou apontando para a cadeira á sua frente. Agradeci e me sentei.

O jantar não demorou muito. Após isso acompanhei Sebastian ao seu escritório onde tomamos alguns copos de Uísque e conversamos sobre o passado.

— Então, vai me dizer porque saiu correndo que nem um bebê chorão hoje? — O homem negro perguntou.

— Ah, eu não pretendia, mas acho que você me embebedou o suficiente para eu não poder mentir... — Brinquei tirando risadas do meu velho amigo. — Eu acho que fiquei com medo de sentir todas aquelas coisas que estavam guardadas a tantos anos. Talvez eu tivesse um ataque cardíaco e morresse naquela sala.

— Não se preocupe você está muito jovem pra morrer de um ataques cardíaco. Quem deveria estar se preocupando com isso sou eu. — Dei um sorriso de lado.

— Não pretendo fugir novamente. Se estiver tudo bem gostaria de convida-la para um chá aqui.

— Minh casa é sua casa também. — Sebastian disse se levantando e indo ate a enorme janela com vista para o jardim. — Já pensou no que vai dizer a ela?

— Não é como se eu podesse me declarar para ela, afinal de contas ela é casada. Mas pretendo construir uma amizade com Anne. Eu tenho que seguir em frente, parece que sou o único preso no passado. — Respondi observando o cubo de gelo dentro da minha bebida.

— Você não é o único, pode ter certeza...

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⏰ Última atualização: Apr 01, 2021 ⏰

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