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Avonlea nunca esteve tão bonita. O inverno havia chegado na pequena cidade do interior deixando as incríveis paisagens cobertas por um manto claro aveludado, quase tão branco quanto o vestido que Anne Shirley usava agora.
— Diana! — Exclamou Anne levantando a barra de seu vestido. — Cuidado com essas porcelanas, por favor. Marília me mataria se eu quebrasse algo. — Bufou a ruiva pondo algumas mechas do seu cabelo comprido atrás da orelha enquanto varria uma fina camada de neve do chão.
— Eu ainda não entendo o porquê de estarmos preparando esse jantar, Anne. — Diana falou pondo as xícaras em cima da grande mesa de madeira. — Você não deveria estar comemorando algo tão triste, digo, por que raios comorariamos sua saída de Avonlea e consequentemente a distância entre nós? — Reclamou batendo o pé no chão e cruzando os braços abaixo do peito.
— Oh, Diana. Não veja por esse lado. Nós estamos preparando esse jantar para termos uma boa recordação dessa noite. — Sorriu.— E eu não ficarei longe para sempre, afinal, Matthew me prometeu que, quando tudo estiver bem e eu terminar minha faculdade, poderemos nos ver.
— Eu vou sentir tanta a sua falta, Anne. O Queens não vai ser o mesmo sem você. — Choramingou e abraçou a amiga tão forte que podia jurar tê-la deixado sem ar.
— Eu também vou sentir sua falta, Diana. Todos os longos dias que eu estiver em Washington.
— Os convidados já devem estar chegando, precisamos terminar de pôr a mesa. — Diana enxugou os olhos marejados desviando aquele assunto que a deixava desconfortavelmente vazia.
Em poucos minutos, Anne e Diana organizaram o jardim, pondo talheres, pratos e lindas taças de vidro para os convidados sob a longa mesa de madeira gasta.
— Está tudo formidável! Eu acho que nunca gostei tanto do inverno como agora. — Anne estendeu a palma da mão observando se algum floco de neve caia sobre seus dedos. Bufou frustada, percebendo que a neve chegaria somente durante a madrugada, como na noite anterior.
— Esse jantar ao ar livre vai ser incrível! — Exclamou a morena abrindo um largo sorriso. — Eu ainda não acredito que Marilla permitiu ficasse sozinha em casa.
— Eu também não acredito...
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