Mais um dia se passou e com ele a angústia que Bellamy sentia foi se dissolvendo aos poucos.
Foi aliviante perceber que ela não o evitava porque ele era um dos demônios dela, e sim porque ainda era atormentada por seus demônios do passado.
Claro que, quando deixou o quarto dela na noite anterior, seus sentimentos ainda estavam meio confusos, mas quando deitou na cama antes de deixar o inconsciente o embalar num sono profundo, algo apitou dentro dele que tudo ficaria bem agora. As feridas dela cicatrizariam com o tempo, e ele pelo menos podia ajudar nisso.
Seus problemas e suas preocupações diárias não valiam sobrepor o que Clarke sentia, o que ela estava passando. Ela precisava dele, talvez não soubesse, não admitisse, mas ela precisava de alguém. Achava que podia ser forte o tempo todo, que devia ser, no entanto, não mas...não agora pelo menos.
Agora era só eles dois por eles mesmo, precisavam se curar internamente para que conseguissem seguir em frente. Clarke parecia estar num barco a deriva, sem perspectiva de terra firme ao horizonte. Mas ele estava disposto a ser o pássaro que a guiaria pra um lugar seguro, lembrando-a que ainda vale a pena lutar pela vida, não apenas para sobreviver, mas para viver de verdade.
Bellamy acorda e vai pra sala de máquinas intrínseca a um compartimento de pesquisa; era uma cabine que Raven adoraria, além é claro, do próprio Monty. De um lado, centenas de cadernos, livros e desenhos empilhados verticalmente, e tinha uma mesa um pouco afastada do vidro - sim todas as cabines eram de vidro-janelas no quarto vão. Ele as vezes achava isso meio preocupante, a janela parecia tão fina que qualquer destroço de satélites por exemplo, poderia bater e trincar a tela, mas ele sabia que não era bem assim. Com certeza a tecnologia por trás do que mantinha todos compartimentos bem seguros, era da mais alta e atemporal possível. Fora criado pra suportar qualquer incidente no espaço - bem, pelo menos ele torcia pra isso.
Do outro lado, ferramentas e equipamentos que só de olhar o cérebro dele se perdeu em engrenhagens enferrujadas. Peças e mais peças dispostas separadamente sobre uma grande mesa, se colavam a bilhetes com o nome de cada uma e o que fazer com ela. Bellamy entendeu que aquilo era o primeiro passo a passo que Monty pensou pra eles. Era importante aprenderem do básico, afinal como construir um motor se nem sabiam o que fazer com cada peça?!
Sim, era uma espécie de motor....um mini gerador de energia na verdade, que eles precisavam construir para acoplar nas cápsulas de ambos. Parecia fácil pelo que Monty escrevera, mas não era. Não é como construir um brinquedo com galhos de arvore - isso um Bellamy mais novo sabia fazer. Era um experimento de verdade, não um brinquedo. Tinham que prestar atenção em cada detalhe porque um deslize afetava diretamente o resultado final e eles não podiam simplesmente desmontar caso algo desse errado.
Era um trabalho que exigia foco total, e uma ajudinha se fosse possível.
No mesmo instante em que coçava a cabeça pensando por onde começaria, a porta da sala se abriu com um rangido metálico quase não audível. Era Clarke.
Ele soltou a respiração que nem sabia que estava prendendo e de repente ficou sem saber como agir, o que falar pra ela.
-- Oi...
Ela começa tímida, fechando a porta atrás de si e chegando mais perto dele - mas nem tanto.
Clarke da uma olhada rapida pela sala e para do lado esquerdo, mesmo canto que ele, também observando a mesa.
-- Temos muito trabalho pela frente pelo visto né...
Ele permanece em silêncio, ainda não sabe o que esperar. Se ela vai gritar com ele de novo, se vai chorar e despejar mais emoções...ele não sabe...
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𝐁𝐄𝐘𝐎𝐍𝐃 𝐈𝐍𝐅𝐈𝐍𝐈𝐓𝐄 ² | 𝙱𝚎𝚕𝚕𝚊𝚛𝚔𝚎
FanfictionHISTORIA CONCLUIDA ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀❝Amor não é fraqueza. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀Amar você é o que me faz forte. ❞⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ 𝗡𝗔 𝗤𝗨𝗔𝗟: Bellamy e Clarke achavam que nada no mundo os separariam de novo - fisica ou emocionalmente - não depois d...