t w e n t y t h r e e

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Zoe com seis meses ja conseguia nadar de um lado para o outro sozinha na piscina. Com dez meses falou sua primeira palavra: "papa" - para o deleite do Bellamy - e seus primeiros passinhos foram dados tardiamente, com um ano e três dias. A pressão da gravidade mesmo com a contenção de quase normalidade, interferia na respiração e equilíbrio de uma criança que nascera la em cima. Fora assim com Bellamy e Clarke na arca, e seria assim com ela, pelo menos nos primeiros anos de vida. O organismo jovem aprenderia a se adaptar àquelas condições aos poucos.

Eles acionavam a microgravidade em todo o ambiente varias vezes, com cuidado, e colocavam a filha pra flutuar, era o cantinho da diversão deles. Zoe adorava, sua primeira gargalhada veio de um momento daquele e foi tudo pra eles dois.

Quando andou foi de forma aleatória instantes depois de Bellamy aumentar a força gravitacional, em que os três ja estavam seguros no chão. Zoe só engatinhou em direção ao colo da mãe e antes de chegar perto se levantou e fechou a distância com mais três passinhos.

Bellamy e Clarke é claro, ficaram chocados. Clarke segurou a pequena nos braços, ainda no chão, ajoelhada. E Bellamy de pé observava a cena repentina maravilhado.

Eles eram muito bobos mesmo. Jamais imaginaram que se tornariam assim por um outro alguém, qualquer coisinha, qualquer nova descoberta da filha, eles paravam tudo que faziam e passavam o resto do dia "comemorando" o novo avanço.

Eles estavam no lugar deles. Ela andou bem no meio do Jardim que eles tanto se dedicaram a criar pra infância dela parecer mais realística e menos artificial.

Bellamy nomeou tudo aquilo de Jardim Zoe. Era pra ela principalmente, então nada mais justo que receber a homenagem com o nome.

Enquanto a ninava em seus braços, lhe contava historinhas, mas histórias reais, coisas leves fantasiadas pra não traumatizar a criança desde cedo, afinal a vida deles de nada teve como parecer um contos de fada.

Ele contou sobre a árvore dele e de Clarke, que agora pertecia ao jardim dela, da filha. Criou uma historinha mágica acerca da cabeça e do coração e como aquilo tinha um significado importante, que o sentido daquilo a guiaria pela vida toda, e quando ela tivesse medo ou insegurança sobre algo, aquela árvore; ainda em crescimento, um dia seria um cantinho seguro dela.

Zoe é claro, parecia sempre atenta a história do pai todas as noites em que a ninava no colo, mas só parecia mesmo, com um ano de idade Bellamy estava esperando demais que ela compreendesse a lição de moral do que lhe contava. Mas acima de tudo ela gostava de ouvir a voz dele, era o momento pai e filha que eles trocavam olhares puros enquanto Bellamy contava a mesma história com palavras diferentes e Zoe absorvia apenas o momento, porém transmitindo a magia do contato fraternal nos olhares em retorno.

Clarke não tinha ciúme dessas horas, como seria de se esperar ja que Bellamy era muito mais pai coruja. Pelo contrário, era prazeroso pra ela olhar de longe o carinho dos dois, sentia-se na mais pura paz que ja experimentara em toda sua vida. Eles eram completos de amor e Zoe transbordaria isso um dia.

As vezes quando ele notava que Clarke estava os observando ele adicionava ela a história contada, isso Zoe conseguia entender embora não claramente, sabia que falava da mãe porque logo procurava com o olhar e mudava de posição do colo dele, dando espaço pra que Clarke se juntasse a ela pra ouvi-lo, e o colo dele crescia pra um abraço com braços protetores ao redor das duas.

Clarke encostava a cabeça no ombro dele enquanto segurava uma das mãos da filha, e o ouvia continuar a falar. Zoe ficava bem quietinha nesses minutos, não entendia o que era aquilo mas na sua cabecinha de bebê o apreciava, era como se seu coraçãozinho sentisse que aquele era um dos momentos puros e raros de amor, cumplicidade e família. Se Bellamy não fosse aquele que quebrava o silêncio com sua voz, ele seria o que estaria chorando por finalmente poder viver aquela sensação.

𝐁𝐄𝐘𝐎𝐍𝐃 𝐈𝐍𝐅𝐈𝐍𝐈𝐓𝐄 ² | 𝙱𝚎𝚕𝚕𝚊𝚛𝚔𝚎Where stories live. Discover now