𝐁𝐄𝐘𝐎𝐍𝐃 𝐈𝐍𝐅𝐈𝐍𝐈𝐓𝐄 ² | 𝙱𝚎𝚕𝚕𝚊𝚛𝚔𝚎

n i n e t e e n

N/A: Este capítulo contém estimulação ao suicidio - implícito - e pode ser um gatilho, então leitor(a) considere-se avisado!

E desculpa, mas era necessário...
⚠️ prevenção ao suicidiob⚠️

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Se tornou a coisa deles. Contemplar as estrelas no observatório - namorar também.

Era o lugar especial deles e por isso eles queriam no último dia aproveitar o máximo.

Bellamy e Clarke planejavam estar ali pela última vez. - já que no dia seguinte instalaram o último gerador na cápsula do Bellamy para poder dizer que finalmente tinham concluído com sucesso a estrutura de ambas as máquinas - Olhar as estrelas era sinônimo de paz para Bellamy, e eventualmente se tornou o mesmo pra Clarke.

Às vezes eles passavam horas na piscina, juntos, somente admirando a imensidão que se estendia nave afora. Outras vezes ficavam em pé, no observatório de frente a melhor visão que tinham do sistema solar, como estavam no presente momento.

Clarke repousava a cabeça no ombro dele, aconchegada num abraço lateral mútuo. Como era baixinha, ela se encaixava perfeitamente de modo que podia inclinar o peso do corpo inteiro sobre ele e ainda assim ele se firmaria em pé.

Eles não conversavam nesses momentos. A paz era transcendental e só se alcançava por meio do silêncio. Então se ouvia apenas a respiração um do outro.

Ficavam tempo suficiente até seus pés e costas doerem, depois sentavam ali mesmo e conversavam ou iam pra piscina, voltavam pro quarto, trabalhavam na expansão do novo jardim. Agora que não tinham mais uma obrigação que lhes custava a vida, suas atividades diárias se tornaram bem mais flexíveis.

A única coisa que exigia um pouco mais de esforço e foco era o jardim, plantar - tecnológica e sustentavelmente as novas espécimes não artificiais porém num ambiente inteiro artificial e sem o calor do sol rendia mais atenção do que eles esperavam.

Costumavam olhar as estrelas à tarde e mexer no jardim à noite, mas naquele dia fizeram o contrário. Pelos cálculos deixados por Monty, naquela noite eles presenciaram exclusivamente um eclipse milenar bem na direção a frente onde se encontravam.

Seria uma noite especial que ambos anseiam desde que descobriram que estavam juntos neste desafio depois que foram acordados, ia ser um belo presente pra eles levarem na memória a despedida dos dezoito meses que passaram redescobrindo a Elysium.

Já estavam a um bom tempo ali esperando, até sentirem a temperatura do compartimento mudar.

Perceberam que o fenômeno estava prestes a se iniciar quando por baixo da nave começou a crescer uma luminosidade alaranjada - e muito quente.

Por um momento pareciam que estavam em cima, seja lá do que fosse, mas de repente a fonte da luz acendeu sobre a frente deles dando forma a um astro flamejante, como um sol. Na verdade se assemelhava muito ao sol, mas eles definitivamente não estariam vivos e inteiros ali se realmente o fosse.

Ambos estavam vidrados no que acontecia do outro lado do vidro, é como se assistissem - de camarote - a um espetáculo astronômico, o que não deixava de ser.

Por trás do tal astro, uma nova forma se fez presente e atravessou a estrela por cima, como um eclipse bem na frente deles. A proximidade era tamanha que se tocassem o vidro quase tocaram a sombra do outro lado.