t w e n t y f o u r

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N/A: Antes de sofrerem com o cap e quererem me matar, lembrem que primeiro vem a tempestade e depois o arco-íris e o que mantém as pessoas vivas no meio da escuridão, é a esperança.

Boa leitura!
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O mal pressentimento no fundo da mente de Clarke se concretiza após madrugadas e noites de sono perdidas em pesquisas no laboratório médico.

Por sorte Zoe era uma criança quietinha, não acordava a noite com fome, então eles podiam descansar bem. Só que depois do episódio da piscina, Clarke que por experiência própria ja sabia que nunca mais deveria ignorar seu sexto sentido, não conseguiu deixar pra lá a sensação estranha.

Decidiu abrir mão de algumas noites de sono, únicas horas livres em que não tinha que ser mãe em tempo integral, não que Bellamy não a ajudasse; ele fazia muito, era um pai maravilhoso, mas tinha coisas que só ela podia fazer, como dá de mamar por exemplo. Mesmo com quase dois anos de idade Zoe ainda mamava, Clarke não queria tirar o leite materno tão cedo porque sabia que era mais saudável e seguro pro desenvolvimento da filha se a ingestão fosse natural. As vezes ela bebia sopa com eles mas ainda não tinham migrado ela na alimentação "normal" deles. E Clarke não pretendia mudar isso por ora.

Sua sorte também era que Bellamy não acordava mais no meio da noite, ha tempos deixara de ter pesadelos, assim como ela. Eles curaram um ao outro.

Ele dormia como uma pedra por mais de oito horas seguidas.

E ela agradecia por isso. Sabia que se pudesse deixar o próprio corpo e se ver por fora, não saberia o que fazer o com ela, com a expressão de choque e desolação que estava sentindo e com certeza aparentando.

Bellamy estava com Alzheimer precoce.

Alzheimer...

Ele esqueceria dela...

Ele ainda nem tinha chegado aos trinta...

Ela tinha noção que houveram mutações em varias doenças ao longo dos anos depois que as pessoas foram viver nas estações espaciais, e as genéticas-hereditarias eram as preocupações mais graves entre os médicos do Conselho.

Não havia recurso no espaço para o avanço da medicina sair dos livros, eles não podiam fazer testes cientificos, não tinham animais pra criar em laboratórios. Era tudo limitado. Então só podiam lidar com o que sabiam. O resto teriam que fazer a população aceitar que não tinha cura.

Se ficassem na terra, talvez teriam. Mas aquele mundo tinha acabado pra eles e mesmo que muitos não morressem pelas bombas, gradativamente morreriam por doenças que eles não tinha podiam mais controlar.

Clarke tentava justificar mentalmente todas as impossibilidades que podia pensar. Mas contra fatos não ha muito o que argumentar.

Era genético.

Talvez ele nunca soubesse.

Aurora Blake tinha o gene da doença e pré disposição para os sintomas mais graves, porém em vida nada foi notificado. Sabia disso porque tinha acesso aos relatórios e fichas da mãe e pelo que lembrava de ler sobre a mãe do Bellamy, mesmo quando não o conhecia, a única vez que Abby atendeu ela no posto médico Clarke nem era nascida, que foi quando ela estava grávida do filho.

Mas a avó dele sim. Georgia Blake faleceu aos sessenta e cinco anos diagnosticada de Alzheimer, os ultimos cinco anos isolada em um quarto, tipo uma cela, como se fosse louca. Cada detalhe e dados pessoais estavam criptografados no sistema da Eligius, eles tinham acesso a tudo, até mesmo a informações da Arca, com certeza tinha algum ótimo hacker entre aqueles prisioneiros.

𝐁𝐄𝐘𝐎𝐍𝐃 𝐈𝐍𝐅𝐈𝐍𝐈𝐓𝐄 ² | 𝙱𝚎𝚕𝚕𝚊𝚛𝚔𝚎Where stories live. Discover now