A promessa vai pro ralo quando três meses depois, Clarke confirma o que vinha suspeitando ha semanas...estava grávida.
Como? Não saberia dizer.
Depois que a mãe a alertou sobre a infertilidade que o sangue negro causaria no seu organismo por causa do chip contraceptivo, pra ela não restou dúvidas que era infértil.
Então nem se deu o trabalho de se prevenir quando fazia sexo com o Bellamy. Não contava com uma gravidez.
Aliás não esperava ficar grávida nunca.
Pelo visto estava enganada.
Estando somente os dois restritos naquela caixa metalica gigante no meio do universo, não havia muito o que fazer de diferente, nem fatores externos pra se preocuparem com a saúde de modo mais atencioso.
Eles não se protegeram nenhuma vez; fato. Nem sequer lembraram disso. Clarke ria consigo mesma ao se tocar que deixou passar algo tão natural e óbvio. Logo ela, que jamais se preparou pra ser mãe, antes de ter que se tornar uma figura materna pra Madi, ter filhos nunca tinha passado pela cabeça dela. Não era uma prioridade, nem um desejo. A vida que ela foi obrigada a viver não dera espaço pra se permitir pensar nesse tipo de coisa.
E agora era obrigada a pensar de uma vez só.
Ela ia ser mãe.
Ela e Bellamy seriam pais.
Não sabia como reagir. Deve sorrir? agradecer a alguma coisa, alguém? Ou deve entrar em desespero e chorar por só terem os dois naquela nave e ninguém pra realizar um parto decente?
Ela lembrou da mãe e o seu peito doeu com o aperto de saudades que sentiu. A mãe perderia isso. Não estaria ali pra ajuda-la, nem conheceria seu neto.
Aliás, ela nem sequer sabia se daria certo.
Não deveria ter dado, não foi planejado, não era pra ter acontecido. Mas aconteceu.
De que modo? Talvez se estudasse o suficiente - o laboratório médico devia armazenar esse tipo de informações - conseguiria ter uma ideia do que "deu errado".
Porque não era justo nem ao menos se culpar, não tanto, uma vez que ela estava segura de que aquele tipo de preocupação não eram pra mulheres como ela, ou melhor, não era pra ela em específico.
Além da falta de talento natural - Madi que o diga, - seu corpo, teoricamente, não estava pronto pra receber uma criança. Agora teria que estar. Assim como sua mente e o seu coração.
-- Bellamy...tem uma coisa que eu tenho que te contar...
Não prolongou o segredo sobre a suspeita que de fato se tornou o que "temia". Pra manter o restante de força que a impedia de desabar em lágrimas, precisava compartilhar seus medos e receios com ele.
Talvez não estivessem prontos. Nunca estariam. Mas aquilo ia acontecer, um bebê estava crescendo dentro dela e ele precisava de mais coragem do que eles tinham a dar.
Pelo menos teriam nove meses pra isso, aliás...sete. Ela ja estava de dois.
Quando parava pra pensar, era quase inacreditavel que nenhum dos dois tenha notado o volume superficial na parte inferior da barriga dela durante dois meses
Principalmente porque na maior parte dos dias deles ela esteve nua...
[..]
Bellamy reage tão surpreso quanto ela quando descobriu.
Mas a ausência de expressão logo da entrada pra um sorriso caloroso e olhos lacrimejantes. É, ele não achou tão ruim...
Ela ri com ele por espontâneo, ainda nervosa, sem saber como agir. Ele estende a mão pra barriga dela e questiona a mesma dúvida que Clarke teve, como eles não perceberam?
Porém na mesma facilidade que veio a reação emocionada dele, em seguida veio o juntar de sobrancelhas e a testa enrugada
Se eles teriam um filho naquele momento, ele estava fadado ao martírio deles. Em viver a vida que os dois escolheram ter. Longe de todos e sozinhos ali, pra sempre enquanto o sempre durassem pra eles.
A apreensão dele reflete nos sentimentos da Clarke que frisa as constantes precauções que eles deveriam tomar dali em diante. Especialmente aquelas ligadas ao emocional, visto que era uma gravidez inesperada em todos os sentidos, ou seja, ela ainda podia sofrer um aborto espontâneo a qualquer momento sem aviso prévio.
Eles poderiam manter expectativa, mas era essencial que estivessem preparados pra incidentes que possam ocorrer durante a gestação devido ao perigo do sangue dela ao se misturar com o dele.
Eles concordam que usarão a cabeça caso seja necessário, mas enquanto isso fosse real e estivesse tudo bem eles se entregariam a esse novo desafio, juntos, usando somente o coração.
-- Eu terei uma nova responsabilidade...
Bellamy constata abalado.
-- Uma bem pequenininha...
Ela assente afetada
-- Mas o meu amor por ela será maior do que tudo...
-- Eu sei. Você vai ser um pai incrível!
Clarke aquece ainda mais o coração dele com palavras encorajadoras, estavam prestes a se permitirem ser uma versão diferente deles mesmo.
Ela ja tinha uma ideia de como era, pela Madi, ja tinha o instito de proteção e amor. Mas sabia que com um filho gerado dentro de si a experiência seria completamente nova. Assim como para o Bellamy, que mesmo tendo sido quase como um pai pra Octavia, ainda era muito pequeno quando assumiu aquela responsabilidade, não conhecia a sensação de preenchimento do significado de ser pai. A ligação que Clarke teve com o Jake, queria que Bellamy tivesse isso com o filho deles. E teriam.
Ela ja se orgulhava de quem ele se tornara como pessoa. Mal podia esperar para vê-lo agindo como pai.
[..]
Bellamy e Clarke então decidem isolar por ora a ansiedade a cerca de possíveis azares e viver o momento, dia pós dia.
Enquanto Clarke ainda estava ativa e mais animada que temerosa, ocuparam-se a maior parte do tempo de volta no jardim. Tinham um propósito singular dessa vez e muito especial.
Queriam que o filho sentisse - o máximo possível - como era a terra, pelo menos um pedaço dela, caso nunca conhecesse uma flor crescendo num campo de verdade. A vida dele poderia ser em parte fisicamente articificial mas não sua imaginação. Eles o ensinaria a permiti-se sentir além do que suas mãos podiam pegar, do que seus olhos podiam ver, o ensinaria a imaginar.
Com isso seis meses se passam quase que num piscar de olhos. Agora que tinham algo pra ansiar, para desejar, era como se o tempo tivesse pressa pra que eles conhecessem esse novo ser.
O primeiro bebê que veriam de perto. E seriam deles. Gerado pelo amor dos dois.
E que a qualquer instante viria ao mundo deles. Com a proximidade dos dias pra completar nove meses, todos os temores isolados em algum espaço dentro da Clarke, aparecem de uma só vez.
Por mais conhecimento de medicina que tivesse, nunca tinha feito um parto, e ali não seria apenas um parto, seria o dela. Teria que lidar com a dor que iria sentir antes, durante e depois. Não sabia nem se seria capaz de suportar. E se ela desmaiasse e Bellamy não soubesse o que fazer?
Ele não sairia do lado dela, disso ela tinha plena certeza. Ele viu o parto da mãe, então não seria tão aterrorizador pra ele, mas ainda sim seria a primeira experiência pra ela.
Só torcia para que nada desse errado, eles prometeram não criar expectativas mas não era uma estratégia de paz mundial, era um filho!! Como eles não ansiariam por isso? Como não criar expectativas?
Não, não era possível. Não pra eles. Ja tinham se envolvido com todo coração, só esperavam estar prontos pra esse próximo passo.
Precisava dar certo.
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𝐁𝐄𝐘𝐎𝐍𝐃 𝐈𝐍𝐅𝐈𝐍𝐈𝐓𝐄 ² | 𝙱𝚎𝚕𝚕𝚊𝚛𝚔𝚎
FanfictionHISTORIA CONCLUIDA ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀❝Amor não é fraqueza. ⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀Amar você é o que me faz forte. ❞⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀ 𝗡𝗔 𝗤𝗨𝗔𝗟: Bellamy e Clarke achavam que nada no mundo os separariam de novo - fisica ou emocionalmente - não depois d...