Empaca foda com farofa!

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☆NOAH☆

Sabe aquela obra de arte muito conhecida chamada "O Grito" do Munch? Então, foi essa expressão que Kaique fez assim que avistou o professor.

- Mochilinha? - Eu repeti, afinal o que diabos é "mochilinha"?

- E-Ele é m-meu professor de F-Física - Kaique respondeu extremamente nervoso, o professor permanece espantado fitando ele, ainda não nos movemos.

- Se o senhor não se importa, tem como voltar mais tarde? É que estamos um pouco ocupados agora - Assim que termino a frase percebo a cara de ambos surpreendidos me encarando, o professor franze a testa.

- Vistam-se logo, o diretor já está no corredor.

Assim que o professor fecha a porta Kaique me encara com uma cara de "Que porra foi essa?" e começa a se vestir desesperadamente colocando minha cueca.

- Ei! Essa cueca é minha!

- Foda-se porra! Isso tudo é culpa sua se veste logo caralho se eu for expulso daqui eu te mato!

Escuto a voz do diretor se aproximando e me visto rapidamente, enfio a cueca do Kazinho no bolso, ela nem passou pelas minhas coxas, e o diretor surge na sala.

- Bom dia meninos - Ele cumprimenta, o professor está logo atrás.

- Trouxe o papel que o professor pediu, ta ali na mesa, dá logo o seu papel, vamos! - Puxo Kaique comigo - Tchau, valeu.

Eu guio-nos até o banheiro, não queria passar o dia todo com meu pau roçando no meu jeans.

- Muleque atrevido, puta que pariu Noah! Estamos indo pra onde?

- Eu quero a minha cueca! - Ele para - Banheiro! Agora! - Ele me encara como uma criança que planeja vingança após a babá ter negado um doce, porém continua.

- Nunca mais vou na sua onda! - Ele dispara assim que começamos a trocar nossas cuecas - Seu canibal!

- Não sou canibal, não ia te comer nesse sentido.

- Foda-se! Já pensou no que aquele bosta pode fazer?

- Mas o diretor não viu nada!

- Estou falando do meu professor de Física, carambolas!

No exato momento em que ele para de gritar, o empaca foda aparece na porta do banheiro, ele me olha de cima em baixo e percebo o desconforto do Kazinho ao meu lado, após olha pra ele e percebo um leve toque de perversão em seu olhar. Ficamos em um silêncio desconfortável.

- Então, vocês são namoradinhos? - Ele quebra o silêncio, ele é jovem, parece até mais bonito que eu.

- O que você quer? - Kazinho retruca friamente.

- Estava pensando em como poderia cobrar esse favor que acabei de fazer por você... - Ele não me olha, é como se eu nem existisse, ele só se dirige ao Kaique. Será que ele está interessado...

- Favor teu cu! Não pedi nada pra você! - Ele sai do banheiro emanando ódio e dá um esbarrão no professor. Esse é meu menino, eu vou casar com ele!

O sinal bate avisando o término da última aula.

- Ops, tenho que ir pra casa, obrigado pelo cu de antes! - Quando passo por ele, ele segura meu braço.

- Melhor avisar pro seu namoradinho ter cuidado.

- Avisa você! Não sou pombo correio - Ele aperta meu braço - Gostou do meu braço, senhor?

- Avisarei, mas fique ciente que não farei só isso - Ele sussurra em meu ouvido e encara meus olhos, eita que medo!

- Euhein, solta meu braço pedófilo! - Arranco meu braço de sua mão e saio em disparada - COLOCA UM DEDO NO KAZINHO QUE TE COMO COM FAROFA! - Grito pra ele antes de voltar a sair correndo.

Quando chego no estacionamento me deparo com ele me esperando.

- Que gracinha, pela primeira vez minha donzela me espera.

- E se ele pedir favores sexuais? Seria melhor ligar pra polícia? Só que tipo, a gente teria que assumir o que estávamos fazendo, a sua e a minha reputação seriam arruinadas! Tipo, não quero me assumir nessa cidadezinha de merda, e você? Minha nossa, como vai explicar que pega um cara sendo hétero? E... - Ele fala sem parar, abro a porta do carro e jogo ele dentro e logo após entro também.

- É o seguinte: fique quieto por favor! - Ele arregala os olhos e começa a chorar no banco do carro, wont que bebezinho.

- E-E-Eu n-nunca m-mais vou t-transar na m-minha v-vida - Ele resmunga em meio ao choro. Pego seu rosto com as duas mãos e aproximo seu rosto catarrento ao meu.

- Amor, não vai acontecer nada ok? Todos aqui já sabem que sou bissexual e provavelmente já devem ter percebido que temos algo. Aquele professor não vai fazer nada contigo, eu não vou deixar!

Também estou com medo, o que fizemos foi muito arriscado mas não me arrependo, porém não sei exatamente o que aquele cara quis dizer com "não farei só isso". Aquela atitude foi muito estranha por ele ser um professor, e novato ainda!

Ele da uma fungadinha, seus olhos se iluminam de admiração.

- Amor teu cu, vamos pra casa - Estou extremamente decepcionado, eu esperava que ele falasse algo do tipo "Te amo!" ou "Oh meu príncipe!", as vezes eu esqueço como ele é. Doce ilusão.

Fomos o caminho inteiro em silêncio com ele encarando o nada. Quando chegamos, meu pai está no jardim regando as flores.

- Nada melhor do que um amor juvenil! - Meu pai sabe que eu gosto do Kazinho, só ele que não sabe que já contei sobre o que temos com o Paulão - Não faça seu amor chorar Noah! Não te falei pra ser um bom menino?

- Oi Sr. Paulo - Ele cumprimenta ignorando completamente o que o meu pai disse.

- Quem é Paulo? - Meu pai pergunta, ele adora isso.

- Você disse que eu podia te chamar de Paulão então... - Kaique está muito confuso, não consigo conter o riso.

- Meu nome é Rodrigo.

- Rodrigo Paulo? Paulo Rodrigo?

- Só Rodrigo.

- Não queira entender a lógica do apelido dele - Interrompo os pensamentos do Kaique antes que a cabeça dele começa a pegar fogo.

- Quer almoçar com a gente, genro? - Meu pai pergunta, adoro como meu velho provoca minha donzela.

- Obrigado pelo convite, mas ainda estou de castigo, inclusive, meu nome é Kaique e não genro. Até mais - Ele se encaminha pra casa dele.

- Tchau gracinha!

Ele me ignora completamente. Kaique é uma pessoa difícil de lidar mas não me importo com isso, ainda farei com que ele me ame da mesma forma que eu amo ele.

Lobo 359Onde histórias criam vida. Descubra agora