56.

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Eu estava andando na praça com o Noah quando começou a chover forte o suficiente para nos deixar molhados em segundos. Nossa sorte foi que o Noah não tinha estacionado o carro muito longe.

- Eu deveria ter visto o jornal. - falei, me referindo a previsão do tempo.

Noah fechou a porta do carro e encostou suas costas no banco.

- É melhor a gente voltar pra casa. - ele disse, depois de virar sua cabeça na minha direção.

Dobrei minhas pernas em cima do banco e me inclinei na direção dele para tirar o cabelo molhado que estava grudado em seu rosto.

- Nem pensar. - falei, depois de passar a mão em seus cabelos jogando os fios para trás. - Tem um shopping aqui perto. Vamos até lá.

- Quer fazer o que no shopping? - perguntou, enquanto me observava.

Parei de mexer no cabelo dele e encarei seus olhos.

- Sei lá. - dei de ombros. - Tomar sorvete?

Ele ergueu uma sobrancelha.

- Tomar sorvete? Nesse frio?

- Eu só quero sair um pouco. Estou cansada de ficar dentro daquele apartamento. - contei.

Ele ficou me olhando por alguns segundos, então suspirou se rendendo.

- Tudo bem. - disse, e quando eu voltei a sentar direito no banco, ele ligou o carro.

Estávamos caminhando pelo shopping quando uma loja me chamou atenção. Parei de frente para ela e meu namorado acabou percebendo meu interesse.

- Quer entrar? - perguntou, do meu lado.

- Não sei. Eu nunca entrei em uma dessas. - exclamei, ainda encarando a loja.

- Vamos lá. - ele disse, e andou na minha frente.

- Espera. - pedi, e fui atrás dele.

Assim que entramos no sexshop, eu fiquei olhando em volta notando que apesar de ter algumas coisas bem estranhas, tinha outras bem interessantes.

Noah só ficou do meu lado me observando.

Parei na frente de um manequim que usava uma roupa preta de couro e peguei o chicote que estava ao seu lado.

Me virei para o meu namorado e sorri.

- Abre a mão. - pedi.

- Por que?

- Eu vi isso em um filme. - contei. - Agora abre a mão.

- Vou querer saber que tipo de filme era?

- Noah, só abre a mão. - repeti, sabendo que ele estava tentando me provocar.

- Ok. - disse, e abriu a mão.

Segurei o chicote com firmeza e coloquei minha outra mão embaixo da dele que estava aberta.

- Doeu? - perguntei, depois de ter batido o chicote na mão dele.

- Não. - respondeu.

Bati com mais força e sorri quando ele engoliu em seco.

- Você gostou. - exclamei, resolvendo guardar aquela informação.

Antes que ele pudesse responder, seu celular começou a tocar quebrando o silêncio que estava na loja. Ele pegou o aparelho e eu nem precisei perguntar para saber que era o William.

- Vou lá fora atender. - ele avisou, e eu assenti.

Depois que a Zoe apareceu a relação do Noah e do William tinha piorado. Agora, sempre que o pai dele ligava ficava esse clima ruim.

ele é o filho do meu padrasto Onde histórias criam vida. Descubra agora