68.

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Depois de passar pela porta giratória da empresa que o Noah trabalhava, eu caminhei em direção ao balcão.

Notando minha presença, a recepcionista ergueu os olhos do computador e me encarou sem ânimo nenhum.

O combinado era o Noah me encontrar no restaurante, mas como eu não estava fazendo nada em casa e ainda faltavam duas horas para ele sair daqui, eu resolvi que seria bom aparecer e fazer uma surpresa.

- Posso ajudar? - ela perguntou.

- Vim falar com o Noah... Noah Urrea. - respondi, e cruzei os braços sentindo frio.

Eu usava uma jaqueta de couro e mesmo que lá fora estivesse calor, aqui dentro estava muito gelado.

Culpo do ar condicionado.

- Desculpa, você é... - questionou, e pareceu digitar algo em seu computador.

- Any Gabrielly Soares.

Ela terminou de digitar e me encarou de volta.

- Não encontrei nenhum horário marcada em seu nome para ver o Sr. Urrea. - disse. - Não posso deixar a senhorita subir.

Sabendo que ela só estava fazendo seu trabalho, eu sorri o mais agradável possível.

- Eu sou a namorada dele. Avisa que estou aqui. Ele vai me deixar subir. - contei.

- Pode provar isso? - perguntou, me surpreendendo.

- Não entendi. - eu realmente não quis entender sua pergunta.

Até porque ela era completamente sem noção. Por que eu ia entrar aqui e fingir ser a namorada do Noah?

- Só avisa, por favor, que eu estou aqui em baixo. - pedi, já perdendo a paciência.

- Infelizmente, não posso. Sr. Urrea está em reunião e não gosta de ser incomodado.

Nesse momento, o elevador abriu e o William apareceu. Quando ele me viu perto do balcão, começou a andar na nossa direção.

- Any. - ele exclamou, a três passos de distância. - Noah não falou que você iria aparecer aqui.

- É meio que uma surpresa. - falei, e sorri mais uma vez para a recepcionista. - Mas essa adorável moça já estava me levando para ver ele. Não é?

- Claro... - disse, e quando fez menção de se levantar, William ergueu uma mão em uma ordem para ela continuar sentada.

- Não precisa, eu mesmo faço isso. Volte para o seu trabalho, Olívia. - ele exclamou. - Vamos?

Eu assenti e segui ele de volta para o elevador. Depois que subimos alguns andares, nós saímos do elevador e
William me levou para uma sala. Lá, eu vi que tinha uma mesa vazia e uma cadeira coberta com plástico deixando evidente que era nova.

- Ele está em reunião, mas quando sair eu vou avisar que está aqui. - William, disse, ainda parado na porta.

Andei até a janela ficando maravilhada com a vista. Os prédios em volta eram bonitos, e eu podia jurar que estavamos quase no último andar.

- Obrigada. - respondi, e reparei em alguns carros na rua.

- Como está se adaptando na nova casa? - ele perguntou.

Eu me virei deixando a vista de lado para encarar seus olhos azuis.

William usava um terno que ficava tão bem nele que eu podia jurar que foi feito sob medida. Exclusivamente, para ele.

- Está indo bem. - respondi.

Apesar da minha pequena "discussão" com a irmã da Zoe naquele chá da tarde, tudo estava indo bem.

ele é o filho do meu padrasto Onde histórias criam vida. Descubra agora