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(4/5)

Domingo era o único dia da semana que eu não trabalhava. Por conta disso, resolvi acordar cedo e andar um pouco no parque.

Esse parque não ficava muito longe de casa, e nesse horário ele não estava muito cheio.

Eu precisava de paz e ar puro.

Isso me ajudaria a pensar direito.

Eu estava indo comprar um sorvete quando meu celular começou a vibrar no meu bolso.

Peguei ele na expectativa de ser uma ligação do Noah.

Meu coração acelerou quando vi que era ele me ligando.

- Any? - ele falou, assim que atendi.

Ouvir a voz dele depois de dias morrendo de preocupação era um alívio.

- Meu Deus, Noah, finalmente. - exclamei.

- Pode me encontrar agora? - perguntou, e percebi pelo seu tom de voz que ele estava sério.

Me aproximei de uma árvore tentando me esconder do sol que já estava muito forte.

- Onde você está?

Pensar que o Noah já estava aqui e longe do William me deixou mais calma.

- No apartamento. - respondeu. - Você vem?

Claro que eu iria.

Precisava olhar para ele.

Me certificar que ele estava bem.

- Já estou indo. - falei, e encerrei a ligação.

Quando cheguei no apartamento, bati na porta e esperei o Noah aparecer. Eu tinha tantas perguntas para fazer para ele.

Talvez, eu devesse começar pela Zoe. Se ele tivesse mesmo terminado com tudo entre eles, ela não estaria na mansão aquele dia. Ou, eu deveria perguntar porque ele me ignorou por todos esses dias e não mandou nenhuma mensagem avisando que estava bem.

Mas, assim que o Noah abriu a porta, eu só fiquei olhando para o rosto dele ficando feliz por ele estar bem.

E por ele estar ali.

Movida pela saudade, me aproximei dele e passei meus braços pelo seu pescoço encostando meu corpo no seu. Noah não falou nada e me abraçou de volta.

- Você me deixou preocupada. - murmurei, perto do ouvido dele.

Ele tinha me falado um monte de coisas sobre o pai dele, depois praticamente sumiu quando foi se encontrar com o William. Era óbvio que eu ficaria inquieta e aflita por notícias.

- Me desculpa, eu tentei voltar o mais rápido que possível. - explicou.

Depois de quase um minuto naquela posição, eu me afastei dele e entrei no apartamento.

A primeira coisa que notei foram as duas malas grandes perto do sofá.

Esperei o Noah fechar a porta para perguntar:

- Você chegou agora?

- Sim. - respondeu, e se virou na minha direção.

- E você não deveria estar descansando?

Por mais que eu quisesse respostas, eu podia esperar mais um pouco. Agora que ele tinha voltado tínhamos muito tempo para conversar.

- Deveria. - disse, depois de ter parado na minha frente. - Mas eu precisava ver você primeiro.

Eu nunca ia me acostumar com a forma que o Noah falava comigo. Ou me olhava. Era como se para ele, eu fosse algo muito maior do que eu realmente me sentia.

- Eu consigo ver como você está cansado só de te olhar. - falei, não desistindo. - A gente pode conversar depois.

Fiquei parada enquanto ele colocava sua mão no meu pescoço e a outra na minha cintura.

- Achei essa ideia maravilhosa. - disse, e aproveitou como estava me segurando para andar comigo em direção ao corredor que ficavam os quartos.

- Noah, é sério. - exclamei.

- Mas eu não estou brincando, Gabrielly.

Só quando entramos no quarto principal, Noah me soltou.

Ele olhou em volta e franziu o cenho.

- Não parece que você dormiu aqui. - ele disse, e tirou seu casaco.

- E não dormi. - respondi.

Ele me disse para ficar no apartamento e ocupar esse quarto enquanto ele estivesse fora, mas esse lugar era grande demais para só uma pessoa ficar.

- Não é confortável passar a noite inteira aqui sozinha. - falei, e desviei meus olhos quando ele abriu os primeiros botões da sua camisa.

Fiquei encarando a cama enquanto ele se preparava para tomar banho.

- Por que está com vergonha de me olhar tirando a roupa? - Noah, perguntou, e tinha humor na sua voz.

- Não estou com vergonha. - respondi. - Estou te dando privacidade.

- Se eu quisesse privacidade não tinha te trazido comigo. - exclamou.

É, ele tinha razão.

Noah se aproximou por trás e deu um beijo leve na curva do meu pescoço que deixou cada parte do meu corpo arrepiada.

- Quando eu sair do banheiro a gente pode conversar direito. - avisou, e se afastou.

Assim que ele entrou no banheiro, eu deitei na cama e fiquei encarando o teto pensando em tudo que aconteceu até agora.

Eu queria ficar com o Noah, e realmente não me importava mais com a opinião da minha mãe sobre isso. Mas, tinha medo do que o William poderia enfiar na cabeça dela.

Uma hora eu teria que falar com ela e ignorar suas ligações não iria me ajudar quando a gente finalmente conversasse.

- Elly? - Noah chamou, do banheiro me fazendo sentar na cama.

- O que?

- Você pode pegar uma toalha dentro do guarda-roupa? - perguntou.

Eu levantei da cama e fui até o guarda-roupa. Depois de pegar a toalha, entrei no banheiro.

- Aqui. - falei, parada ao lado do box.

Eu conseguia ver a forma do Noah atrás da porta de vidro e isso me fez engolir em seco.

Ele abriu a porta de vidro e colocou a cabeça para fora para me olhar.
Quando achei que ele fosse pegar a toalha, Noah só ficou me olhando com um brilho diferente nos olhos.

- Chega mais perto, não consigo pegar. - exclamou.

Dei um passo na direção dele ficando desconfiada.

- Pronto. - estiquei ainda mais meu braço para ele pegar a toalha, no entanto, ele continuou me olhando.

- Ainda não consigo. - murmurou.

- Como não? Estou quase esfregando a toalha na sua...

Ele segurou meu braço e me puxou para dentro do box me fazendo soltar um grito surpresa. Quando ele foi me colocar debaixo do chuveiro, eu ainda tentei me soltar do seu aperto, mas Noah era muito mais forte.

- Eu não acredito que você fez isso. - falei, e fiquei feliz por não estar com meu celular no meu bolso.

Noah sorriu e andou comigo até que encostei minhas costas na parede.

- Você não aceitaria entrar aqui comigo se eu pedisse. - falou, e se inclinou na minha direção aproximando sua boca da minha. - Ou aceitaria?

- Eu não tenho roupa para trocar aqui. - respondi.

Ele segurou minha cintura e me levantou me fazendo enrolar minhas pernas em volta dele.

- Isso não é exatamente um problema. - falou, segundos antes de me beijar.

Pelo visto, ele não estava tão cansado afinal de contas.

...

ele é o filho do meu padrasto Onde histórias criam vida. Descubra agora