Eu estava encarando a rua pela janela do carro quando uma memória surgiu na minha cabeça me fazendo sorrir.
- Você me odiava, né? - perguntei, ainda encarando a janela.
- Como? - Noah perguntou, parecendo confuso.
Virei meu rosto na sua direção para encarar seu rosto.
- Estou falando de quando fui passar um tempo na mansão. - expliquei. - Você me odiava.
Ele, me olhou rapidamente e depois voltou sua atenção para a rua.
- Eu nunca te odiei. - afirmou.
Tinhamos acabado de sair da festa da Diarra e estávamos voltando para casa. Apesar de estar pensativa com a proposta dele de ir para a França, eu não achava a ideia ruim.
Qualquer lugar do mundo com o Noah do meu lado seria bom.
- Fala sério. - eu sorri. - Claro que você me odiava.
- Por que acha isso? - perguntou.
- Sei lá, deve ser por todas as coisas que você me disse quando estávamos nos conhecendo. - exclamei.
- Eu não estava contente com aquela situação, e você estava bem no meio dela. - contou.
Sua resposta me fez franzir o cenho.
- Você também não gostava do casamento dos nossos pais? - perguntei, surpresa.
- No começo, eu odiei meu pai por ter colocado uma estranha dentro de casa. Eu não conhecia nada da sua mãe e de repente eles estavam casados. - disse.
- Então, era por isso que você me perturbava? - falei. - Sabe quantas vezes eu tive vontade de jogar você da escada?
Ele olhou mais uma vez na minha direção.
- Tão ruim?
- Péssimo. - respondi.
Noah parou o carro e quando olhei pela janela, fiz uma careta.
O trânsito estava horrível.
- Vamos passar a noite aqui. - exclamei, desanimada.
Meu namorado encostou suas costas no banco e suspirou parecendo cansado.
- Você devia me fazer uma massagem enquanto isso. - ele disse, me olhando.
- Pra isso eu teria que sentar no seu colo. - falei, e olhei pela janela quando uma moto passou buzinando.
- Não seria um problema. Você faz isso a noite toda. - ele disse, me fazendo encarar seus olhos.
Ele, parecia relaxado enquanto conversava comigo, e isso me deixou feliz.
Hoje mais cedo, não estávamos muito bem, mas agora, as coisas tinham voltado ao normal.
- Sério isso? - perguntei, e apesar da gente conversar sobre sexo, aquilo me deixou sem graça.
- Vai fazer a massagem ou não? - perguntou, novamente.
- Não. Você não está merecendo. - respondi.
- Por que não? - quis saber.
Sem responder sua pergunta, eu peguei meu celular do bolso da minha blusa de frio quando ele começou a tocar.
Era uma mensagem da Diarra.
"Eu entreguei um presente para o Noah te entregar. Ele te deu?"
Que presente?
A única aniversariante era ela.
- Diarra te entregou alguma coisa? - perguntei, voltando a encarar meu namorado.
Noah andou um pouco com o carro antes de responder.
- Na saída ela me entregou uma sacola. Joguei no banco de trás. - ele contou.
Com isso, eu escrevi uma mensagem para a minha amiga.
"Está com ele. O que é?"
Ela respondeu alguns segundos depois.
"Algo que você vai gostar."
Guardei meu celular e me inclinei para olhar o banco de trás. Depois de ver uma sacola azul, eu estiquei meu braço e peguei ela.
Com a sacola no meu colo, eu abri ela e senti minha pulsação acelerar quando vi o que tinha dentro.
- O que é? - Noah, perguntou, curioso.
Fechei a sacola e voltei a jogar ela no banco de trás.
- Uma lembrancinha por ter ido na festa.
Ele olhou na minha direção como se estivesse me avaliando.
- Está mentindo. - disso, com muita certeza.
- Você não sabe quando estou mentindo. - afirmei.
- Eu sei sim. - falou. - Você não consegue me encarar quando está mentindo.
É, talvez eu não conseguisse mesmo.
Resolvendo deixar esse assunto quieto, passei o resto do caminho em silêncio. Assim que ele estacionou o carro na garagem do prédio, eu tirei o cinto de segurança.- Gabrielly... - Noah, chamou quando viu que eu ia abrir a porta. - Não quero que se sinta obrigada a ir viajar comigo. A gente pode conversar muito sobre isso ainda.
- Não me sinto obrigada. - exclamei. - Eu só quero ficar ao seu lado, não importa onde seja. - fui sincera.
Ele ficou me encarando por alguns segundos e quando achei que não fosse falar nada, Noah segurou meu pescoço e me puxou na direção dele colocando sua boca na minha. Apesar da surpresa, eu retribuí o beijo e quando ele me puxou para o banco dele, eu senti vontade de rir.
- E a história de esperar chegar até um local mais apropriado? - sussurrei, perto da boca dele.
Ele não respondeu e voltou a me beijar.
Enquanto sua mão direita ainda segurava meu pescoço, e outra desceu e quando foi abrir o botão da minha calça, nós ouvimos outro carro chegando no estacionamento.
O carro não estava perto do nosso, mas o barulho dele foi o bastante para fazer o Noah parar.
Ele encostou sua cabeça no meu ombro e começou a respirar fundo como se estivesse tentando se acalmar.
- A culpa é sua. - ele disse, quase um minuto depois.
- Nem vem. Se eu levar outra bronca daquela mulher que trabalha aqui a culpa vai ser sua. - falei, e voltei a sentar no outro banco.
Eu ainda lembrava da vergonha que foi ser parada por ela porque eu tinha atacado ele nas escadas.
Depois que saímos do carro, nós caminhamos até o elevador, e assim que as portas se fecharam, eu lembrei da sacola que estava o presente que a Diarra me deu.
Olhei para o meu namorado e sorri depois de ter uma certeza.
Aquelas ele não ia conseguir quebrar.
Não mesmo.
...
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ele é o filho do meu padrasto
Fanfiction━━ 𝗘𝗟𝗘 𝗘 𝗢 𝗙𝗜𝗟𝗛𝗢 𝗗𝗢 𝗠𝗘𝗨 𝗣𝗔𝗗𝗥𝗔𝗦𝗧𝗢 - 𝗽𝗿𝗶𝗺𝗲𝗶𝗿𝗮 𝘁𝗲𝗺𝗽𝗼𝗿𝗮𝗱𝗮, noany fanfiction. Os opostos se atraem, mas não se entendem. Será? Any é uma adolescente rebelde que já acha que é dona do próprio nariz. Mimada, mal cri...