18.

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- Escutou senhorita Soares? - a professora de matemática perguntou me fazendo olhar em sua direção.

Eu não fazia ideia do que ela estava falando.

Tirar um cochilo no meio da aula parecia mais atrativo.

- Escutei. - falei e olhei para a Sofya procurando ajuda.

A loira abaixou a cabeça e fingiu estar lendo um livro.

Traidora.

- Então responda a pergunta. - a professora voltou a falar.

Olhei para a lousa e minha cabeça chegou a latejar só te olhar aquele monte de número.

- É... - o sinal tocou me fazendo suspirar aliviada.

Alguém lá em cima realmente deve me amar.

Levantei e guardei meu material o mais rápido possível, coloquei a mochila nas minhas costas e corri da sala de aula.

Fui até meu armário e guardei tudo lá dentro.

- Não anda dormindo em casa, Any? - Savannah perguntou quando se aproximou.

A loira se encostou no armário do lado e cruzou os braços.

- E isso é da sua conta por que exatamente? - fechei meu armário e a encarei.

- Só estou curiosa. - a loira respondeu dando de ombros. - Não é aceitável dormir durante uma aula.

- Não me diga. - me afastei e ela me acompanhou.

Seu perfume era muito doce e estava começando a me enjoar.

Andei mais rápido e ela também acelerou seus passos.

- Para de me seguir, garota. - falei irritada.

- Só quero conversar com você. - ela entrou na minha frente me impedindo de continuar a andar. - É rápido.

- Então diz. - exclamei querendo acabar logo com aquilo.

Eu queria ir pra casa e comer.

Minha barriga já estava reclamando.

- Eu sei que ando sendo uma vadia com você... - ela começou.

- Que bom que sabe. - falei.

- Me deixa terminar. - pediu e eu me calei. - Eu sei que não estamos no caminho para sermos amigas, mas eu quero mudar isso.

Levantei uma sobrancelha na sua direção e segurei a risada.

- Conta outra, Savannah. - falei.

- To falando sério. - ela afirmou. - Eu quero mudar esse clima entre nós. Por isso quero te chamar para uma festa que vai ter na minha casa.

Ela estava falando sério?

- Não. - eu disse e ela arregalou os olhos.

- Por que, não? - perguntou. - Vai ser divertido.

Claro que seria, só que não.

- Já tenho planos. - falei.

- Mas eu nem falei quando vai ser. - ela cruzou os braços. - Você pode pensar nisso pelo menos?

Olhei em volta e vi a Sofya se aproximando.

- Vou pensar. - falei não sendo totalmente sincera.

Ela sorriu.

- Ótimo. Se resolver aceitar, aparece hoje a noite às oito horas na minha casa. - falou.

- Eu não sei onde você mora.

ele é o filho do meu padrasto Onde histórias criam vida. Descubra agora