Os primeiros dias na França não foram como eu imaginei. Ok, que a casa era linda e os vizinhos pareciam legais, mas, agora com o Noah aqui, não tinha mais desculpas para ele não ir para a empresa. Ele trabalhava de manhã, e voltava tarde, bem depois do almoço.
Eu gostaria de arrumar um emprego também, mas teria que esperar o bebê nascer primeiro.
- Droga. - exclamei, depois de jogar a panela de arroz em baixo da torneira da pia tentando abafar o cheiro de queimado.
Aquela fogão era cheio de botões e eu não sabia muito bem como abaixar o fogo. Então, acabei queimando o arroz.
Eu gostava daquela cozinha, só não sabia usar metade das coisas que estavam lá.
Fechei a torneira quando ouvi a campainha tocar. No fundo, eu desejei que fosse a Sofya, mas o Noah contou que ela estava viajando. Eu ia gostar de rever ela, sentia falta das nossas conversas.
Sai da cozinha e andei até a sala, depois de arrumar meu cabelo tentando parecer mais apresentável, eu abri a porta me arrependendo um segundo depois.
O que ela fazia aqui?
- Não vai me convidar para entrar? - minha mãe perguntou, enquanto segurava uma caixa branca em suas mãos.
Ela estava chique como sempre. Seus cabelos presos em um perfeito coque, e seu vestido era azul combinando com seus brincos.
Era até estranho pensar que aquela mulher era a minha mãe.
Eramos tão diferentes.
- O que faz aqui? - perguntei, finalmente.
A presença dela me deixava nervosa e eu não queria mais me sentir assim.
Odiava essa sensação que ela me causava.- Me deixa entrar Any, aí conversamos. - exclamou, impaciente. - É assim que trata sua mãe?
Isso fez meu sangue ferver.
- Você não tem agido como minha mãe ultimamente, então porque eu te trataria como uma? - exclamei.
Sabendo que discutir com ela na porta não ajudaria em nada, dei espaço e ela entrou.
Minha mãe olhou em volta da sala parecendo curiosa, e no final, sua expressão mostrava aprovação.
- É bonita. - murmurou. - Noah tem bom gosto.
- Fala o que você quer. - eu disse, querendo acabar logo com aquilo.
Ela voltou a me olhar e caminhou na minha direção para me entregar a caixa.
- Já que vocês estão planejando continuar com esse relacionamento, então vocês precisam se apresentar para o resto da família como um casal. - falou.
Coloquei a caixa em cima do braço do sofá e abri querendo saber o que tinha lá dentro.
Era um vestido.
E ele era lindo.
- Não estou entendendo. - falei, voltando a colocar o vestido dourado dentro da caixa.
- Você precisa se apresentar como companheira do Noah antes que a barriga comece a crescer. Vai ter um jantar amanhã a noite e quero que use esse vestido.
Minha mente ignorou o tal jantar e eu só foquei em "antes que a barriga comece a crescer".
- Por que antes que minha barriga comece a crescer? - perguntei, com o cenho franzido.
- Vão falar que o Noah só está com você pela gravidez, e isso não vai ser bom para a reputação da família.
Inacreditável.
Minha mãe era, inacreditável.
- Se era só isso que você tinha para me falar, por favor, vá embora. - exclamei, não aguentando o olhar superior que ela estava me lançando.
Ela não pareceu se importar com meu pedido e caminhou até a estante.- Não tem muita coisa aqui. Deveria começar a encher sua casa. Quadros por exemplo. Não vejo nenhum. - falou, casualmente me estressando.
- Acabamos de nos mudar. - exclamei, e suspirei. - Mãe, vai embora.
Depois de ouvir mais uma vez meu pedido, ela voltou a me olhar.
- Continua tão rebelde. - comentou.
- Não estou sendo rebelde, eu só estou cansada de rastejar pela sua atenção. - falei.
Ela ficou me olhando por alguns segundos parecendo pensativa, mas no final, assentiu e caminhou em direção a porta.
- Não esqueça do jantar. Conversa com o Noah, ele vai te falar como ele é importante.
Então, ela saiu me deixando aliviada.
Sentei no sofá e contei até dez para tentar controlar minha respiração.1, 2, 3, 4, 5...
Parei de contar quando senti mais uma vez o cheiro de queimado.
Corri até a cozinha e fiquei irritada quando vi que tinha esquecido o bolo no forno.....
Quando Noah chegou em casa e sentou na cama parecendo cansado, eu parei na frente dele e toquei seus ombros querendo sentir seu toque.
Só assim eu iria me acalmar de verdade.- Como foi seu dia? - eu perguntei, e massageei seus ombros fazendo ele suspirar.
- Estressante. - contou. - E o seu?
- Estressante também. Minha mãe apareceu aqui. - falei, e eu senti que ele tinha ficado tenso.
- Ela te fez alguma coisa? - perguntou, sério.
Eu sorri sem humor.
- Só me perturbou como sempre. - falei, e afastei minhas mãos dos seus ombros. - Acreditada que ela veio me convidar para um jantar?
- O que ela disse exatamente? - questionou, interessado.
- Que era para me apresentar para sua família como sua companheira. Falou que você sabia como era importante. - contei, e franzi o cenho vendo como ele não estava surpreso com minhas palavras. - É importante, Noah?
Ele tirou sua gravata e jogou em cima da mesa antes de responder.
- Você não precisa ir. Eu acho essas festas uma chatice. - disse.
- Você vai?
- Tenho que ir. - falou, e abriu seu paletó. - O resto da família, principalmente os mais velhos, precisam saber que a empresa está em boas mãos.
Então, era importante. E se era, eu queria estar com ele.
- Eu vou com você. - exclamei, decidida.
Mas, não porque minha mãe queria, ou porque as pessoas queriam me conhecer. Era pelo Noah, e só por ele.
- Você fica bem de terno. - falei, alguns segundos depois.
Comecei a abrir os botões da camisa dele fazendo o mesmo sorrir.
- Se eu fico bem por que está tirando? - perguntou.
Bom, a resposta era bem óbvia.
- Você sabe que fica muito melhor sem. - respondi, fazendo ele deitar na cama me levando junto.
Eu só esperava que esse jantar não tirasse meu bom humor.
Se William já era um pouco intimidador, eu não quero nem imaginar o resto da família.
...
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ele é o filho do meu padrasto
Fanfic━━ 𝗘𝗟𝗘 𝗘 𝗢 𝗙𝗜𝗟𝗛𝗢 𝗗𝗢 𝗠𝗘𝗨 𝗣𝗔𝗗𝗥𝗔𝗦𝗧𝗢 - 𝗽𝗿𝗶𝗺𝗲𝗶𝗿𝗮 𝘁𝗲𝗺𝗽𝗼𝗿𝗮𝗱𝗮, noany fanfiction. Os opostos se atraem, mas não se entendem. Será? Any é uma adolescente rebelde que já acha que é dona do próprio nariz. Mimada, mal cri...