Taste My Taste | Noart

Capítulo 8

Eii, que saudades!

Não vou falar muito aqui, boa sorte com o capítulo hehe (lembrem de votar)

Ah! E surpresaaa!!

Noah Urrea

A forma como o convite de Sina tirou, instantâneamente, todo pensamento racional de minha mente me incomodava. Sinto minhas mãos frias e uma estranha sensação que ainda não consigo identificar. Meu corpo estava inteiramente tenso e minha cabeça cheia de pensamentos incômodos.

Passava os olhos lentamente por todas aquelas opções de sabores, mas eu não estava realmente pensando em escolher algum deles, tentava adiar ao máximo algo que nem eu sabia o que era ao certo. Ao contrário de mim, Sina os escolheu rapidamente e se dirigiu à mesa.

Ainda de longe, reparo que Sina parece tão tensa quanto eu. Seus olhos estão fixos no pequeno pote de sorvete com alguns confetes coloridos e ela parecia contar quantos haviam ali. Questiono-me sobre o que a teria levado a pedir minha companhia.

Saídas casuais não são de meu costume. Aceitei aquilo por algum motivo que eu espero ainda descobrir, além disso, há diversos fatores relacionados a esse momento que causam-me grande inquietude.

Minha mente calculava milimetricamente cada movimento meu, tentando esconder ao máximo todo aquele meu desconforto. Eu sabia que havia sido nítida a surpresa em meu rosto quando a ouvi e não queria dar mais motivos para ela se questionar sobre.

Sento-me à sua frente e ela me dirige um meio sorriso o qual eu correspondo. Antes que eu começasse a comer, Sina prova uma colher de seu sorvete e seu rosto forma uma careta logo em seguida. Ergo uma sobrancelha ao ver seu ato.

- O que há de errado? - assim que digo isso, vejo que Sina muda totalmente sua postura e parece tentar esconder a expressão de seu rosto.

- Nada! - suas costas estão novamente erguidas de forma tensa. Ela me olha com as sobrancelhas arqueadas, como se esperasse que eu acreditasse. Acho levemente cômico sua tentativa falha de esconder aquilo.

- Sina, eu acabei de ver o que aconteceu. O que há de errado? - retorno a pergunta, reforçando-a.

Sina dá uma leve mordida no lábio inferior e parece hesitar em me responder.

- Eu acho que não li as plaquinhas e acabei pedindo limão ao invés de creme. - responde, por fim.

Seus ombros, antes totalmente retos, encolhem-se em um ato de timidez.

- Eu odeio sorvete de limão. - completa.

Cubro meu rosto ao apoiar os dedos nas têmporas, afim de impedir uma risada para não deixá-la ainda mais constrangida.

Tentativa falha.

Minha garganta vibra em um riso completamente audível. Sina, ainda tímida, evita o contato visual e olha para seu sorvete como se esperasse que ele mudasse de alguma forma.

- Que droga! Como consegui ser tão burra? - pragueja para si, mas ainda consigo ouvir. Eu sabia, pelo modo como ela estava desde que chegamos aqui, que sua confusão teve um motivo, era como se minha presença ali quase fosse assustadora. Apesar disso, não digo ou faço nada sobre.

Não parecia ser uma situação tranquila para nenhum de nós e qualquer fala minha ali era pensada com cuidado para não piorar tudo. Tanto para mim, quanto para ela.

Percebo que Sina apoia os dedos em suas têmporas assim com eu havia feito a pouco, mas ao contrário de mim, não foi para evitar um riso. Ao invés disso, ela parecia querer esconder sua feição frustrada.