Capítulo 8 - Cuidado

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Era quase noite, Sesshoumaru e o seu grupo descansavam depois de um modesto jantar. Parecia tudo calmo. Rin deitada no chão em cima das mãozinhas, com os olhos fechados e o corpo encostado em Arurun. Sesshoumaru não muito distante, escorado numa árvore, quieto como sempre. E Jaken sentado sobre os joelhos, entretido na leitura do que parecia ser um pergaminho.

Num repente, o youkai sapo virou o rosto de relance na direção da menina humana e estranhou algo.

– O que? - indagou ele e se aproximou da criança. – Senhor Sesshoumaru, a Rin não me parece bem... - disse, fazendo o youkai branco abrir os olhos na mesma hora. – Está quente. É febre! - declarou com a mão no rostinho dela.

Por uns instantes, Sesshoumaru não fez nada a não ser encarar o servo com uma expressão impassível, mas então se aproximou, sem se levantar.

– Febre? - indagou olhando na direção da criança.

– É sim... - confirmou o servo, e tentou levantar o corpinho, mas sendo tão pequeno também, não conseguiu direito.

Sesshoumaru afastou Jaken levemente e ergueu a menina no braço, analisando seu estado.

– Que descuido... Ela não estava apenas dormindo.

– O que vamos fazer senhor Sesshoumaru? Não podemos usar a Tenseiga? - indagou num tom de aflição.

– A Tenseiga não cura enfermidades e mesmo que eu encerre a vida dela usando Toukijin, não há qualquer garantia de que a Tenseiga funcione indefinidamente. O mais sensato é procurar outro tipo de tratamento.

– Mas onde? Não conhecemos nenhum curandeiro que trate humanos.

– Talvez aquela senhora amiga de Inuyasha, a irmã da sacerdotisa...

– Ah, sim! A senhora Kaede.

Sem demora, eles partiram.

Sesshoumaru carregou Rin consigo em Arurun, culpando-se pela própria falha. Não fazia muito tempo que eles tinham pego aquela forte chuva e foi uma sorte a menina não ter adoecido, sem dúvida ela tinha uma boa saúde. No entanto, o inverno chegava com força àquelas terras. Ele e Jaken sendo youkais podiam suportar as variações climáticas sem dificuldades, mas Rin, além de humana, ainda era criança. Diante daquilo, Sesshoumaru começou a considerar a possibilidade de fixar residência com mais seriedade.

ooOOOoo

Naraku entrou vagaroso no salão principal de uma luxuosa mansão, a nova casa dele. Certamente, os antigos donos tinham sido eliminados sem piedade - a menos que Kohaku os tenha ajudado.

– Seja bem vindo, Naraku - saudou o humano, recebendo apenas um olhar de reconhecimento do meio-youkai que se acomodou no chão, ao fundo da sala.

– Fizeram o que ordenei? - perguntou uns instantes depois.

– Procuramos pelos anciãos dos quais falou, mas nenhum deles conhecia o tal encantamento.

– Eu já imaginava. Muito bem, deixe-me sozinho.

– Sim senhor - Kohaku assentiu e se retirou.

O meio-youkai baixou a cabeça e suspirou fundo. Só em pensar na complicada situação na qual se encontrava em relação à Yeda, sentia-se fatigado. Enfim, encantamentos não teriam qualquer serventia, pois não podia simplesmente apagar seu passado, em virtude do qual, seu futuro com ela talvez não deixasse de ser um mero sonho.

Jogou a cabeça pra trás, com os olhos fechados, precisava descansar por algumas horas, antes de recomeçar seus planos, mas de uma coisa estava certo: jamais desistiria.

Naraku Apaixonado?Onde histórias criam vida. Descubra agora