Capítulo 33 - Pai

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Fortalecida pelo youki de Naraku, Yeda enfim conseguiu retomar o controle do próprio poder e, depois disso, não demorou para que o bebê viesse ao mundo, com o auxílio da velha Kaede e de Sango.

— Nasceu... - declarou Inuyasha, instantes antes do choro do recém-nascido ressoar lá dentro do cômodo.

Rin ergueu o rosto ao marido e logo se desvencilhou dos braços protetores dele e retornou depressa para o local. Chegando lá, deparou-se com a anciã lavando o bebê em uma bacia de madeira e Naraku acompanhava esse procedimento de perto.

Rin se aproximou de Yeda o mais rápido que seus pés inchados lhe permitiam e então se ajoelhou próxima a ela. Ficou um pouco assustada quando percebeu que Yeda tinha a face levemente transfigurada, com os olhos semicerrados exibindo um brilho azulado e os caninos saltados na mandíbula.

— Um menino e aparentemente muito saudável... - Kaede falou para Naraku e entregou o recém-nascido a ele.

— Yeda? - Rin chamou por ela, mas a youkai lobo não respondeu e, tendo tombado a cabeça de lado, a face dela voltou ao normal. — Vovó Kaede! Ela desmaiou!

— Não desmaiei, Rin... Só estou recobrando as forças.

A jovem humana suspirou de alívio e Naraku se aproximou com o bebê nos braços.

— É um menino! E ele é grande! Por isso você se sentia tão exausta... Ele tem orelhas de lobo como as suas.

Yeda abriu os olhos para admirar o filho pela primeira vez.

— Oi, molequinho... Ainda bem que você saiu. Se eu tivesse que te carregar por mais um quarto de lua que fosse, teria ficado desconjuntada.

Rin deu um riso estreito.

— Se você já está fazendo piadinhas é porque já deve estar bem... - comentou e depois esfregou a manga no quimono no rosto para enxugar as lágrimas furtivas que não conseguiu conter.

— Ei, pequenininho, abre os olhos... A mamãe quer ver se você tem olhos cor de sangue como os do seu pai ou azuis como os meus.

Sango sorria enquanto ajudava Kaede a reunir e recolher os utensílios utilizados no parto.

— Já está se sentindo melhor, Yeda? - perguntou a exterminadora.

— Estou sim, Sango. Muito obrigada pela ajuda. Agora já consigo controlar meu poder - respondeu e depois ficou olhando com fascínio para o recém-nascido, ainda nos braços de Naraku. — Precisamos pensar em um nome pra ele.

Naraku assentiu, sorrindo e logo em seguida o bebezinho abriu os olhos.

— Vejam só... - disse ele. — Os olhos dele são azuis. Puxa vida! Ele se parece mais com você, Yeda, do que comigo.

— Sorte dele... - provocou Inuyasha, ainda um tanto afastado, próximo à porta do cômodo.

Passado alguns instantes, Kanna deixou o lugar correndo e foi atrás de Kagura. Encontrou-a na varanda, na companhia de Kohaku, mas os dois estavam em silêncio e um tanto afastados.

— Kagura, venha, venha! Você precisa conhecer o nosso irmão! Ele tem orelhinhas de lobo, olhos azuis e o cabelo prateado igualzinho o meu! É uma gracinha!

— Nada disso me interessa, Kanna!

— Como não? Venha, venha logo! - ela agarrou a mão da maior e foi puxando-a. — Por sorte, Naraku chegou a tempo de ver o nascimento e agora a Yeda está amamentando nosso irmãozinho!

Num gesto brusco e rude, Kagura puxou a menor no sentido contrário, fazendo com isso que ela se virasse.

— Mas que irritante, Kanna! - vociferou a Mestra dos Ventos. — Escuta aqui: Esse pirralho remelento não é nosso irmão! Quando você vai parar com essas bobagens?

Naraku Apaixonado?Onde histórias criam vida. Descubra agora