Capítulo 26 - Casamento

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O transcorrer da manhã do dia do casamento de Sesshoumaru e Rin foi bem agitado dentro e fora da mansão. Dentro, os integrantes da família se revezavam com os últimos preparativos. Fora, humanos e youkai começavam se aglomerar nos arredores, aguardando o abrir dos portões.

Vestida apenas com o hadajuban, sentada diante do espelho da penteadeira, Rin tentava segurar a risada diante do esforço que Sango empregava na árdua tarefa de ajeitar seus cabelos em um penteado, no entanto, os fios tão lisos escorregavam e se desmanchavam em poucos instantes.

– Deixa de ser teimosa, Sango! Vamos usar o spray fixador e em dois tempos isso estará pronto.

– Nada disso, Kagome!

Enquanto Sango recobrava o fôlego, depois de ter desmanchado sua última tentativa, Yeda aproveitou a pausa dela para fazer um arranjo engraçado nas madeixas soltas de Rin. Ao ver a travessura, Kagome gargalhou alto e Rin a acompanhou. Assim a algazarra no quarto era grande quando a velha Kaede chegou ali.

– Mas que bagunça é essa? Essa noiva já devia estar pronta!

Sentada no chão e recostada em uma grande almofada, muito satisfeita com seu kimono novo, Kagura rolou os olhos em face à agitação. Amedrontada com a expressão carrancuda da anciã, Kanna soltou o saquinho de pano cheio de fitas de cabelo a um canto e veio se sentar ao lado da irmã, dissimulando inocência.

– Que bom que chegou, senhora Kaede! - exclamou Sango. – Já tentei de tudo para fazer esse penteado, enquanto a Kagome fica querendo usar as esquisitices da época dela e a Yeda, só faz bagunça!

Kaede meneou a cabeça em negativa.

– Pobre Sango... Mas se acha que é possível manter um penteado como o shimada mage no lugar sem o auxílio de presilhas e de alguma pomada, está muito enganada. Me dê espaço, eu vou mostrar como se faz.

Todas ficaram observando atentamente a anciã, que tirou de dentro da manga do kimono uma caixinha de madeira, cheia de pequenos acessórios, e logo estavam impressionadas em ver a habilidade dela em ação.

– Uau! Como você aprendeu a fazer isso, vovó Kaede? - perguntou Kagome.

– Embora eu pertença a uma linhagem de sacerdotisas que não costumam se casar, fui ensinada a fazer penteados para ocasiões especiais. E, ao longo desses meus quase setenta anos de vida, fiz esse penteado em muitas jovens, tanto das castas baixas como da nobreza.

– Não deu pra você, Sango - pirraçou Yeda.

– Mas eu tinha me proposto a fazer a maquiagem! É nisso que sou boa!

– Não fique tão nervosa, senhora Sango - apaziguou Rin. – A Yeda só está tentando te tirar do sério.

Yeda deu uma piscadela para a ex-exterminadora, que bufou zangada e virou de lado, mas logo estava sorrindo.

Kaede gastou um bom tempo com o penteado e o resultado final foi primoroso.

Assim que ela terminou, Sango passou a maquiar o rosto de Rin. Ela usou sombra vermelha nos olhos, pó de arroz na face e uma pintura suave para os lábios, que diferia pouco do tom avermelhado original, criando um delicado realce.

Quando Rin se levantou para vestir seu traje nupcial, com exceção das crias de Naraku, as demais quiseram ter alguma participação naquilo. Yeda e Kaede a ajudaram a vestir o ostentoso kimono branco, o shiromuku. Kagome ajudou com o nó da fita do obi, que é o sinto largo que mantém o traje fechado. Sango ajeitou um meio capuz na cabeça dela, o chamado tsuno kakushi. Por fim, todas se afastaram para que a noiva pudesse ver o resultado de toda a arrumação.

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