Capítulo 14 - Amadurecer

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Serpenteando feito uma víbora gigante, o imenso monstro deixava um rastro de destruição por onde passava. Os minúsculos humanos, com pedaços de pau, pedra e tochas, podiam apenas olhar aterrorizados.

– Valendo minha parte do sorvete de chocolate: Acabo com ele antes de Inuyasha dizer: "Ferida do Vento".

nessa! - bradou o valente meio-youkai e saltou com sua enorme lâmina em punho, um sorriso nos lábios e determinação no olhar. E daí que o monstro era umas dez vezes maior do que ele? Tombaria ante sua Tessaiga!

– Lerdo... - foi o murmúrio que deixou os lábios de Sesshoumaru.

Inuyasha chegou a ouvir, mas aquilo só podia ser implicância. Tessaiga já quase tocava a cabeça do gigante. O sorvete era seu! Mas, antes que ele descesse o golpe fatal, o monstro urrou agonizante. Da cabeça até a cauda, fachos de luz destroçaram o corpo do youkai, e logo, não havia mais nem cheiro dele.

– Droga, Yeda! Assim não vale! - Inuyasha vociferou, balançando a espada na frente dela, que apenas lhe sorriu matreira.

Um tanto depois, Yeda checava a recompensa junto ao líder da vila, quando, subitamente, Sesshoumaru puxou-lhe o pulso.

– Se continuar com isso, aquele imprestável nunca aperfeiçoará o próprio poder. Quando vai parar com essa superproteção?

Ela se surpreendeu e, depois de ponderar um pouco, concordou:

– É, acho que tem razão... Mas hoje foi diferente, eu já tinha enfrentado aquela fera antes, por isso tive medo que ele se machucasse.

– Quer dizer que antes você não foi capaz de dar cabo dessa fera sozinha.

Yeda o encarou nos olhos, captando o que ele dizia nas entrelinhas.

– Não o derrotei antes não por não ter poder para isso, apenas porque não havia razão. Eu não gosto de matar por matar, sobretudo youkais, sendo que também sou youkai.

A expressão de Sesshoumaru demonstrou surpresa.

– E qual foi a razão agora? - perguntou curioso.

– Humanos foram prejudicados, Inuyasha podia ter se ferido... Ainda que eu respeite toda e qualquer vida, não posso permitir que um monstro, irracional e sedento de sangue, coloque em risco vidas inocentes.

– Vejo que esse tipo de trabalho é mais difícil pra você.

– É sim... Matar youkais ambiciosos e perversos é mais meu estilo. Mas, pelo menos conseguimos uma boa recompensa.

Sorridente, Inuyasha se aproximou dos dois.

– Ei! O que estão conversando aí? Vamos embora logo!

Yeda o encarou com um risinho provocativo.

– Está tão ansioso assim para me dar sua porção de sorvete?

– Que? Nada disso! Você trapaceou!

– Eu? - rebateu com cinismo. – Sou incapaz disso.

Minutos depois, os três partiram.

Sesshoumaru seguia a frente, enquanto Yeda e Inuyasha vinham conversando mais atrás. Tarde da noite, eles chegaram a um portão de madeira maciça, bastante alto, local de acesso de uma propriedade circundada por um muro mais alto ainda.

Kagome foi quem apareceu para recepcioná-los. Seu sorriso exuberante e expressão contente fizeram Inuyasha sorrir encantado.

– Sejam bem vindos! - ela exclamou. – Pensei que voltariam só amanhã.

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