Quando adolescente Diana se apaixonou por Hugo. Os dois frequentavam a mesma igreja, porém viviam de formas diferentes. Em uma aposta Hugo fica com Diana, que recebe seu primeiro beijo. Ele desaparece e ela continua sua jornada na fé.
Anos depo...
Quando vou me aproximando da casa, sinto os olhares em mim. Nem eu sei explicar do porque saí correndo atrás dele. Pisando na cozinha dou de cara com minha mãe e d. Sandra conversando. _Onde está o Hugo, Diana? - Pergunta d. Sandra. _Ele quer ficar sozinho. - Respondo sem olhá-las. _Parecia animado em vir. Não sei o que aconteceu. Ele vem apresentando melhoras. _Não se culpe d. Sandra. Hugo tem muitas feridas. Precisa deixar Jesus o curar, senão elas sempre vão arrebentar. _Nunca foi fácil. Mas desde que falamos da sua adoção na adolescência, piorou, e sempre nos rejeita. _Não sabia que o Hugo é adotado. - Digo olhando para minha mãe. _A Diana voltou? Ótimo. - Lígia chega falando na cozinha. - Vamos cear? As pessoas lá fora estão com fome. _É uma longa história Diana. Depois a gente conversa. - Minha mãe diz aborrecida. _Vou só me retocar e depois ajudo vocês. Tudo que eu quero agora é subir e ficar trancada sozinha. O Hugo é adotado? Mas como? Nunca tinha percebido isso. Essa é a razão de toda a revolta? Ele se sente rejeitado, acha que não é querido e amado, se os próprios pais biológicos o abandonaram. _Ah Senhor! Isso não faz sentido. Também somos filhos adotados por Ti. E sou tão grata por que o Senhor me ama. Qual a razão desse rancor?... Mas agora é melhor eu voltar. E pelo olhar da minha mãe, sei que vou ouvir, e muito. - Digo enquanto me organizo. A ceia transcorre sem maiores problemas. No entanto, cansada, Clara começa a reclamar querendo dormir. É compreensível, a menina se encontra rodeada de pessoas das quais não são do convívio dela, e ainda o próprio pai a deixa. Isso continua não fazer sentido para mim. Se ele foi abandonado, por que está fazendo o mesmo com a menina? _Clara! Vem aqui! - Chamo com voz doce. Ela já começava a fazer um escândalo com os avós. - Vem linda! Vamos dar uma volta. Pego a mão da criança impaciente e vou levando-a para o quarto. Conversando, cantando e fazendo cócegas nela nos direcionamos até a varanda. Sento e coloco-a em meu colo. Começo a cantar e contar histórias, afagando seus cabelos. Ela lembra o Hugo na fisionomia. Cabelos pretos lisos, estilo branca de neve, parece um pouco assustada. Observando o mar e ouvindo o barulho das ondas, Clara adormece em meus braços. _Diana? Os Peres estão indo embora. - Lígia fala baixinho. _Diga que ela dormiu. Amanhã a levo pra casa. _Tudo bem. - Lígia diz com uma sobrancelha erguida. - Sabe o que está fazendo Diana? _Não. Não tenho a menor ideia. - Confesso em um suspiro cansado. - Mas quero ficar com ela agora. Abençoar sua vida. Clara está segura aqui. É só o que posso dizer. _Vou falar com os avós dela. _Obrigada. Também diga pros meninos dormirem com minha mãe. _Você sabe que ela está muito chateada, não é? Acha que vocês tem alguma coisa. E por falar nisso, existe algo que eu não sei Diana? _Não há nada entre nós além de amizade, Lígia. Amanhã resolvo com minha mãe. Estou apenas tentando ajudar uma pessoa a encontrar Deus. É só isso. _Certo. - Ela diz se retirando. _Ah pequena Clara! Você será uma mulher maravilhosa, cheia de temor ao nosso Deus, forte em Cristo, linda e usada por Ele. Que o seu pai possa ter um encontro real com o Senhor e uma vida completa em Cristo Jesus. Confesso não saber como orar por ele. Com certeza sua avó já fez todas as orações possíveis e imagináveis, clamou, chorou e até jejuou. Só peço ao Senhor que responda às orações dela.
***
Na manhã seguinte Clara acorda um pouco assustada, mas quando me vê sorri. A levo até o banheiro e ajudo na sua higiene. _O que você come no café da manhã? - Pergunto. _Gosto de comer pastel. - A menina fala toda animada, e eu fico surpresa. _Deixa ver se eu entendi. Você gosta de pastel, mas não no café da manhã, certo? _Como sim! Todo dia minha mãe compra pastel na padaria pra mim. _Oook. Vamos fazer assim; eu vou te deixar na casa dos seus avós, e lá você come, porque aqui não tem pastel. Pelo menos não tão cedo. _Por que vocês não tem pastel? _Ahhh... Bom... A gente costuma comer pães, frutas e beber suco, até leite com café. O problema é que pastel não faz bem à saúde. Na escola falam sobre alimentos saudáveis? _Falam sim, mas eu não gosto. _De nenhuma frutinha? Suco pelo menos? _Gosto de suco de uva, morango e abacaxi. Eles vem nas caixinhas. _Uhhh... Aqui também não temos suco de caixinha. Vem! Vou te levar.
Clara
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