O reencontro

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     O final de semana começa meio nublado e frio. Olho no relógio e passam das 7h. Saio da cama recitando; Eu, porém, cantarei a tua força; pela manhã louvarei com alegria a tua misericórdia; pois tu me tens sido alto refúgio e proteção no dia da minha angústia. Salmos 59:16. 
     Vou em direção a cozinha preparar café e ovos, no momento quando abro o armário em busca de pão, vejo que acabou.
_Aaah! Quero pão. - choramingo fechando a porta. - O jeito é ir comprar.
     Volto ao quarto tirando o pijama.  Troco por uma calça moletom e uma camisa quentinha. Aproveito e ligo para  Jean;
_Bom dia! Dormiu bem amor?
_Bom dia mom! Sim, dormi bem. E pra senhora como foi a noite? - Ele diz bocejando.
_Nossa! Fazia dias que não dormia tanto. Acordei não tem muito tempo. Ia fazer café e ovos, mas estamos sem pães, então vou comprar. Vocês vão vir agora ou só voltarão mais tarde?
_A gente volta mais tarde, pode ser?
_Daqui a pouco vão ligar e pedir pra ficar o final de semana todo.
_Se a senhora deixar…
_Nada disso mocinho. Vocês voltam hoje à noite. Combinado Jean?
_Tá mãe. Tudo bem então!
_Amo vocês! Dê um beijo de bom dia no Thomas.
_Vou passar pra ele.
     Escuto risadas e sons de beijos. Sorrio também.
_Bom dia mom! Como foi a noite?
_Bom dia amor! Foi tudo bem. Te amo e beijo pra você!
_Também te amo mom, beijo! - Disse desligando.
     Me deixa feliz o fato deles não terem dificuldades em demonstrar afeto na frente das pessoas. Sempre que temos vontade nos abraçamos, e falamos palavras carinhosas uns com os outros. Isso é uma dádiva.
     
     Desejando evitar perguntas inconvenientes decido ir a uma padaria mais distante. Entro no carro e dirijo até outro bairro por cerca de vinte minutos.
     E qual não é a minha surpresa quando a porta do estabelecimento se abre...
     Hugo está lá dentro escolhendo alguns itens e os colocando numa cesta. Os pensamentos correm imediatamente para o diário.
_Calma! Isso é passado, respira e relaxa. - Digo seguindo em direção ao balcão a pedir os pães. Tento passar despercebida, como se não o tivesse visto. Porém no momento em que me aproximo para fazer o pedido ao atendente, Hugo se vira e me vê. Posso sentir meu rosto corar no mesmo instante.

_Bom dia! Que surpresa Diana!
_Ah… Bom dia Hugo! Como vai?
_Vou indo! Soube o que aconteceu, meus pêsames. 
_Agradeço.
_Você mora próximo?
_Não... É... Só vim… Comprar pães. - Parece até que desaprendi a falar.
_Ok!… Vou ao caixa. Fica bem Diana.
_Você também! Tchau Hugo. - Me despeço. -  Certo. Isso foi no mínimo estranho. - Digo baixinho me dirigindo ao balconista.
    
     Saio da padaria ainda um pouco nervosa. Olho à direita e esquerda tentando ver se ele ainda está por perto. Quando confirmo sua ausência, consigo respirar aliviada.
_Melhor ir embora e parar de ler àquele diário. Não tem o menor sentido me sentir agitada por uma coisa que aconteceu há tanto tempo. - Fecho a porta do carro e dou a partida.
     No caminho para casa, percebo com espanto que Hugo não mudou muito com o passar dos anos. Está com o rosto meio abatido, porém os mesmos cabelos pretos, agora cortados bem curtos, corpo magro e suas mãos permanecem bonitas.
_Sempre observo as mãos dele! - Digo franzindo a testa.

***Tenso...😶***

De volta ao (primeiro) amor - COMPLETO 🥇🥇🥈Onde histórias criam vida. Descubra agora