Capítulo 9: Se a sonseira matasse

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Por Cal, que está começando a entender como se sente

Encarei Luca que parecia estar morto na cama ao meu lado. A luz do sol que entrava pela janela e batia em seus cabelos, deixava os fios de seus cabelos mais claros do que o normal. Ele estava deitado de barriga para cima, o lençol cobrindo seu corpo da cintura para baixo e uma bela ereção matinal que não estava se mantendo escondida.

Deixei meus olhos descerem pelo seu peito e senti meu rosto esquentar com as memórias da madrugada anterior. Eu não havia dormido nada. Depois do que fizemos na noite anterior eu estava agitado o suficiente para não conseguir dormir mas conhecia Luca o bastante para saber que naquele momento em que ele havia me parado, ele estava decidido e que dali eu não conseguiria mais nada então apenas me deitei e fingi dormir.

Pedro havia arrastado eu e Thalles para o quarto na madrugada anterior. Guigo e Samuel haviam continuado no bar conversando com o dono sobre o bar de Duda quando subimos para o quarto. Os cabelos pretos de Pedro estavam grudados na testa de suor por carregar principalmente Thalles que estava praticamente desmaiado pelo corredor. Ele me deitou na cama do quarto de hotel e saiu, fechando a porta atrás de si.

Não vou culpar a bebida. Estava cansado de despejar a culpa por meus atos impulsivos no álcool. Na verdade, desde o momento em que vi Luca e Samuel entrarem no quarto aquele dia, que isso estava zanzando pela minha mente.

Então eu me sentei na cama após alguns minutos, tentando recuperar meu foco e sobriedade. Caminhei até o banheiro e joguei uma água fria no rosto, para reunir a coragem já que eu havia finalmente decidido ser ousado e fazer algo que eu normalmente não teria coragem.

Tinha me arrastado para o quarto de Luca e praticamente pulado no colo dele. Meu amigo sabia que eu não era a pessoa mais resistente do mundo quando o assunto era qualquer bebida contendo álcool então eu já imaginava que, apesar dos pesares, ele provavelmente acharia que eu só tinha feito o que fiz porque estava bêbado e aí é que estava a minha bela oportunidade.

Eu queria me entender. Queria saber o que eu queria e o que o meu corpo queria. Será que eu tinha virado gay ou que meu corpo e minha mente tinham nutrido algum tipo de tara pelo meu melhor amigo que só seria sanada quando eu finalmente provasse tudo dele?

A resposta só apareceria se eu tentasse e eu não podia simplesmente chegar e falar "Ei, Luca! Então, vamos nos agarrar como dois loucos ali rapidão, só pra eu testar uma coisa.". Não é assim que as coisas funcionam. Eu precisava de um álibi e de uma oportunidade e ali estava ela.

Observei o garoto pálido sob a luz da manhã. Os lábios rosados dele ainda estavam levemente vermelhos após a sessão de amassos de ontem e isso me fez suspirar.

O filho da puta era realmente bonito, com aquelas sobrancelhas escuras e o corpo forte. Merecia a maldita fama que tinha.

Senti algo estranho na minha virilha e percebi que estava ficando duro. Acho que a resposta que eu procurava ontem havia aparecido. Eu precisava sair dali antes que ele acordasse porque eu já não poderia dar a desculpa de estar bêbado.

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Durante o caminho de volta, Luca não conversou muito comigo. Ele colocou óculos escuros, fone nos ouvidos e disse para todos que não estava se sentindo muito bem, provavelmente estava com ressaca e que queria ficar quieto na dele. Eu não era idiota e apesar de nenhum deles parecer ter se lembrado, Luca era resistente como o inferno quando o assunto era o álcool.

Até mesmo quando estiquei a mão o oferecendo alguns petiscos para que comesse algo, ele negou. Quando paramos para almoçar, ele engatou em uma conversa sobre motos com Guigo e não ligou muito para os outros.

MEU PEQUENO TALVEZ - PJ ELLIEOnde histórias criam vida. Descubra agora