Capítulo 11: Primeira vez

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Por Luca, que só quer mais

Não sei por quanto tempo continuei ali sentado enquanto esperava a minha alma voltar para o meu corpo. Estava começando a achar que Cal tinha a levado com ele após sair do banheiro, junto com o que sobrara da minha sanidade.

Mesmo após uns bons minutos sentado e encarando os rabiscos com frases escrotas espalhadas pelo pequeno cubículo, eu ainda não havia me recuperado totalmente. Peguei a minha camisa amassada do chão sujo e me vesti. Estava meio que no modo automático já que olhava para o nada.

Como ele tinha tido a coragem de me deixar naquele estado? Eu me sentia em transe. Quando que essa merda toda havia começado?

Minha pente procurava de forma ávida a resposta para essas perguntas mas tudo continuava sendo um grande vazio. Meu corpo queimava pelo calor que Cal deixara para trás. Lembrar de como ele reagia aos meus toques quase fez a minha mente explodir.

Eu queria mais daquilo. Queria beber de cada toque até me embebedar dele. Nunca pensei que chegaria a tal ponto com o meu melhor amigo. Sempre achei Cal atraente com aquela cara inocente mas conseguira manter as coisas separadas para não acabar me fodendo no final mas olha só, estou fodido, parabéns para mim.

Ele havia me dado um pequeno pedaço mas eu queria tudo por inteiro.

Respirei fundo e fechei minhas calças antes de sair do banheiro carregando o pouco de dignidade que me restava. Nunca na minha vida eu tinha me sentido tão usado. Não sei se era pelo fato de que quem havia me largado no banheiro havia sido Cal ou se era porque eu realmente queria transar com ele ali mas eu estava realmente puto naquele momento e imagino que esse sentimento estava estampado na minha cara já que ninguém se atreveu a falar nada comigo enquanto eu pisava mau humorado para fora do bar. Até mesmo Thalles que me chamou assim que saiu, parou sua frase pela metade e voltou para a mesa.

Minha intenção era ir para casa aliviar a minha mente e meu corpo, já que com a cena do banheiro se repetindo na minha cabeça, minhas calças começavam a se apertar novamente.

Eu realmente queria ir para casa mas quando percebi, estava em frente ao prédio de Cal, em sua porta e com a chave na fechadura. Eu agia sem pensar, como o filho da mãe que sou. Deveria procurar uma terapia.

Não é como se eu estivesse planejando entrar, jogar Caleb na cama e fazer dele meu, por mais que essa fosse a minha vontade. Eu não estava tão maluco a tal ponto. Queria conversar com ele, desenrolar essa teia maluca de acontecimentos para decidirmos o que vai acontecer agora: vamos realmente transar e nos tornar amigos de foda ou vamos fechar os olhos e fingir que nada aconteceu?

Sou uma pessoa impaciente e não conseguiria esperar pela resposta. Sem contar que se ele me respondesse logo, eu poderia ir para casa e me matar de tanto me masturbar porque eu estava precisando.

Cal estava sentado na cama, com uma samba-canção do Yoda e uma camiseta cinza que parecia bem surrada. Ele lia o livro O homem invisível e apenas seu olhar se ergueu quando entrei. Por mais que seus olhos demonstrassem surpresa, ver ele ali encostado na cabeceira e lendo tranquilamente como se nada tivesse acontecido, me fez querer soca-lo já que eu estava surtando.

Respirei fundo, parado no vão da porta como uma estátua. Nós dois ficamos em silêncio antes de eu pigarrear para tentar manter a compostura a fim de quebrar o silêncio em seguida:

- Podemos conversar? – perguntei com a voz calma mesmo que eu não me sentisse nem um pouco assim.

Caleb me deu um olhar estranho e engraçado, sua expressão de confusão óbvia e balançou a cabeça em afirmação. Fechei a porta mas não me aproximei muito, colocando a maior distância possível entre nós quando me sentei na beirada da cama.

MEU PEQUENO TALVEZ - PJ ELLIEOnde histórias criam vida. Descubra agora