Capítulo 10: Apenas uma aventura

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Por Luca, que quer matar alguém

- Luca, apenas continue o que você tava fazendo. Eu tô ocupado agora! – a resposta de Cal fez meu sangue ferver, principalmente porque eu podia notar sua voz meio trêmula e alguns barulhos de beijos como se eles não tivessem parado o que quer que faziam.

Quando vi Cal puxar Samuel para dentro do banheiro, estranhei um pouco, principalmente porque eles não eram tão próximos. Quando começaram a demorar, o que me fez afastar Diogo, o meu velho conhecido, e eu fui ver o que acontecia ali no banheiro vazio, tudo o que pude ouvir eram alguns gemidos.

Conheço Cal o suficiente para reconhecer a sua voz e aqueles gemidos, bom, não muito tempo atrás eu mesmo fui capaz de ouvir quando estávamos no hotel.

A resposta do meu amigo me fez querer chutar a porta até que ela abrisse. Não conseguia entender o motivo de estar tão nervoso. Não é como se eu nunca tivesse visto Cal aos beijos com alguém. Seu primeiro beijo tinha acontecido graças a minha ajuda e ele em vários momentos eu o vira com Bia então estar com raiva por ele estar com Samuel não fazia sentido.

- Sai logo, Cal! Ou eu mesmo vou abrir a porta e te puxar daí de dentro! – minha voz não era muito delicada naquele momento.

Ouvi o barulho do trinco da porta antes que ela se abrisse e Cal me encarasse. Suas bochechas estavam mais rosadas que o normal, assim como seus lábios.

Atrás dele, Samuel estava sentado em cima do vaso com os cabelos e camisa bagunçados e eu não precisei ser um gênio para saber que Cal estava sentado em seu colo segundos antes. Os dois tinham uma bela de uma ereção marcando suas calças.

Respirei fundo e olhei para Samuel.

- Você. – falei seriamente, a voz firme em um tom mandão que nem eu reconhecia. – Sai.

Os olhos pequenos dele foram para Cal, como se estivesse preocupado em nos deixar ali. Cal assentiu e ele saiu, sem dizer nada, parando apenas para sussurrar algo no ouvido dele antes de passar por mim.

O silêncio que se seguiu me fez perceber que Cal estava realmente puto comigo. Se passaram alguns segundos antes que ele dissesse algo com uma voz assustadoramente calma, já que tudo o que eu fiz foi ficar ali parado o encarando como se olhasse para um estranho.

- O que você pensa que está fazendo? – ele agora estava apoiado no batente da porta aberta, os braços cruzados no peito.

Eu não sabia muito bem o que responder porque nem eu tinha ideia do motivo de ter feito aquilo. Quantas vezes eu mesmo não estive ali dentro fazendo coisas até piores do que ele deveria ter feito com Samuel?

Ele continuou.

- Sabe, você não tem o direito de se meter nos meus negócios assim, Luca. – sua voz calma em momentos de estresse era algo comum dele mas eu estava confuso.

Podia sentir que minhas sobrancelhas estavam franzidas em um misto de raiva, confusão e frustração. Minha respiração estava um pouco pesada e eu podia sentir o quão idiota estava parecendo naquela situação.

Tentei recuperar a minha compostura.

- Você estava aos beijos com o Samuel aqui no banheiro. Não tem vergonha? Isso não é você, é... é... – não consegui encontrar a palavra para terminar a frase.

Cal soltou um riso curto e baixo.

- Você? Porque isso é algo que você faria mas não eu, certo? Eu sei que vocês dois já ficaram então qual é o grande problema de deu também ficar com ele? Não gosta de dividir seus biscoitos? – ele descruzou os braços e passou as mãos nos cabelos bagunçados, ignorando a surpresa estampada em meu rosto por ele saber que eu e Samuel já tínhamos ficado.

MEU PEQUENO TALVEZ - PJ ELLIEOnde histórias criam vida. Descubra agora