Capítulo 12: Confiança?

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Capítulo 12: Confiança?

Por Cal, que está tremendamente satisfeito

Eu não tinha muito do que reclamar nos últimos dias quando o assunto entrava no tópico sexo. A minha rotina continuava a mesma de sempre: faculdade, ajudar nos shows da banda e o meu apartamento. A única diferença é que quando eu não estava estudando ou lendo, estava na cama com Luca.

Não que isso seja um problema.

Havíamos feito um acordo de que nada mudaria na nossa amizade e com exceção de transarmos quase todos os dias, realmente nada havia mudado. Luca ainda era o mesmo idiota animado de sempre até mesmo nos momentos em que não deveria.

O mesmo cara que ostentava um sorriso cheio de dentes o tempo inteiro.

- De novo? – sua voz baixa estava abafada já que ele escondia o rosto na curva do meu pescoço. Podia sentir que o suor da minha pele nem ao menos havia evaporado por completo e ele já estava querendo me cansar de novo.

O empurrei para longe com o que me restava de força. Se continuássemos dessa forma, eu não chegaria vivo aos trinta anos. Ao menos não inteiro e saudável.

- Você vendeu a sua alma ou algo do tipo? É impossível alguém ter tanto fôlego. – me apoiei nos cotovelos enquanto resmungava como um velho cansado. – Olha pra mim, Luca. Eu sou magrelo. Está tentando me matar?

Luca se afastou, deitando de barriga para cima e sorrindo ao encarar o teto por um segundo, antes de virar o rosto na minha direção.

O filho da puta estava de bom humor, mas quem não ficaria depois de gozar três vezes?

- Eu não vou te matar, Cal. – Luca respondeu como se fosse algo óbvio. - E não é como se você não gostasse. – acrescentou antes de se virar novamente em minha direção, rolando para colocar sua perna branca e pesada em cima do meu quadril nu.

Se fosse possível transformar o cansaço em uma pessoa, tenho certeza de que essa pessoa seria eu. Nas últimas semanas em qualquer oportunidade que surgisse, Luca surgia no meu apartamento ou me carregava para o dele.

Esqueci meu celular.

As chaves.

Preciso de ajuda com um trabalho.

Tenho que fazer uma resenha crítica e não sei por onde começar e como você é bom nessas coisas...

Me ajuda?

No começo eu achei estranho mas quando percebi que eram desculpas para ele colocar seu pau em uso, fiquei realmente chocado com a sua criatividade para inventar razões para me levar para um quarto. Era uma desculpa mais ridícula e esfarrapada do que a outra.

Não sou uma pessoa atlética como ele que parece ter algum parentesco com peixes e acho que se não fosse o bocado de besteiras que eu costumo comer, com toda certeza teria emagrecido uns bons quilos ou ao menos um tanquinho surgiria na minha pança magrela.

Mas não, a única coisa que tenho tido são dores no quadril.

Encarei o par de olhos cinza que me encaravam e senti um frio na barriga, uma sensação que não deixei que transparecesse em meu rosto.

Uma sensação de que o que fazíamos havia virado uma boa rotina. Ou que estava a ponto de se tornar uma boa rotina.

Engoli esse sentimento para dentro dos confins da minha alma porque sabia que aquilo, o sexo, não duraria para sempre. Luca em breve encontraria um brinquedo mais interessante e seguiria em frente, isso se eu não o fizesse antes mas levando em conta a minha aparente incapacidade de socializar de forma decente, eu duvidava muito que fosse ser o primeiro a sair fora.

MEU PEQUENO TALVEZ - PJ ELLIEOnde histórias criam vida. Descubra agora