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Depois de toda conversa me deitei ao lado de Kat.
Fiquei observando ela dormir acariciando seu lindo rostinho.

- Eu devo contar ao seu irmão Kataleya, ele merece saber sobre tudo.- susurro e coloco uma mecha de se cabelo atrás de sua orelha.
- Vai machuca-lo mas eu não posso manter esse segredo.- falo baixinho.
- Faltam 16 dias princesa. Sem mais sofrimento e sem dor.- seu pequeno corpo se remexe e ela abre seus olhinhos azuis e sorri.
- Bom dia Kay.- sorrio a ela.
- Bom dia princesa.- ela abraça meu pescoço e eu pego sua cintura.
- Se segura.- falo a ela que prende seus bracinhos ao meu redor fortemente. Levo ela até o banheiro e coloco ela no chão.

O banheiro é todo adaptável para crianças e ela foi até a pequena pia e eu liguei a banheira.
- Kay!!.- ela grita e eu dou um pulo de susto. Corre até ela desesperado e vejo Silas aparecer do nada.
- O que foi?!.- perguntamos juntos enquanto ambos estávamos ajoelhados no chão a sua frente.
- Seu braco sumiu!.- ela fala alto e eu suspiro aliviado por não ser nada demais, vejo Silas sorrir e tocar a cabeça de Kat.
- Isso - olho meu braço e sorrio - o seu irmão que fez ele desaparecer.- Kat olha assustada para Silas que me olha querendo me matar.
- É mentira Leya, ele...ele...é que.- ele fica quieto e coça a cabeça.
- Olha princesa, aconteceu algumas coisas que você não pode saber por ser um bebê ainda. Quando Kat crescer eu conto.- falo bagunçando seus cabelos e olho Silas.

- Sim você ainda é um bebê.- Silas beija a testa dela e sorri.
- Agora lave essa boca cheia de pasta.- Silas ajuda a irmã e eu vou até a banheira desligando a água.
- Eu não vou crescer Gesper.- a mão que estava prestes a fechar a torneira trava.
Pela a primeira vez ela falou uma frase sem errar nenhuma sílaba, mas a frase me deixou em uma encruzilhada.
Encaro a água em minha frente e fecho a torneira.
- A água está pronta Kat.- sorrio a ela que corre até mim.
- Obigado Kay.- retiro sua roupinha e ajudo ela entrar na banheira.
Silas me olha e eu sorrio.
- Eu vou preparar o café da manhã.- saio do banheiro sem esperar uma resposta.

Desço as escadas e vou até a cozinha, me sento na mesa encarando o pano verde em minha frente.
"Eu não vou crescer Gesper." Repasso essa frase em minha mente várias e várias vezes.
Desta vez não Kat, desta vez não.
Apoio meu rosto na mesa ficando ali, suspirando e pensando na vida.
Vida mais louca que a minha não tem, veja bem. Olha o tanto de coisa que me ocorreu perdi um braço, dou um sorriso amargo ao encarar meu ombro, minha vida é turbilhão de coisas que ocorrem ao mesmo tempo. Suspiro e sinto uma mão em meu ombro.

- O que foi filhote?.- olho para cima e vejo minha mãe me encarando.
Ergo minha cabeça me apoiando na cadeira. Toco a mão de minha mãe.
- Estava pensando no turbilhão de coisas que minha vida se tornou nesses últimos dias.- minha mãe aperta meu ombro levemente e beija minha testa.
- Apesar de tudo você ainda nos tem.- sorrio a minha mãe e escuto um clique. Olhamos para o lado vendo meu pai com uma câmera na mão.
- Isso foi tão fofo.- ele fala emocionado e nós rimos.
Minha mãe estende sua mão e papai se aproxima pegando a mão estendida, minha mãe beija a mão e papai sorri. Meu pai coloca sua mão em meu ombro e minha mãe o abraça de lado.

- Amo vocês.- falo olhando para cima.
- Vocês são o meu tudo, sem vocês não seria metade do que sou hoje.- faço carinho em ambas as mãos em meu ombro e ganho dois beijos na bochecha.
- Amamos você filhote.- meu pai fala e eu escuto um clique. Olho para o lado e vejo minha avó ao lado de meu avô com uma câmera na mão enquanto sorria emocionada.
- Tão fofos.- dou risada.
- Vamos sente-se.- falo a eles que se sentam.
Logo em seguida todos descem, por te muita pessoa tivemos que fazer mais cadeiras.
Kay se senta no meu colo e Silas do meu lado que ajudava a irmã comer. Ter apenas um braço tornou as coisas um pouco complicadas para comer, veja bem fui passar a manteiga no pão e o pão fugiu. Faço um bico e meu pai me ajuda.

Silas na verdade não comia apenas ajudava a irmã, pego um pedaço de bolo e levo até seus lábios. Ele faz uma careta porém come, dou um sorriso a ele que me ignora.
Após comer todos se dispersam conversando sobre coisas aleatórias. Me levanto da mesa e vou até a biblioteca, fecho a porta e me deito no divã. Aproveito meu raro momento de paz e relaxo, fecho os olhos aproveitando o silêncio. Sinto uma respiração bater em meu rosto e abro meus olhos encarando Silas, toco seu peito e sinto o seu coração bater.
Ele nos troca de lugar e eu deito em cima do seu corpo encaixando cada parte minha em seu belo corpo. Deito minha cabeça em seu peito e fecho os olhos, aproveitando o nosso silêncio.

- Eu não queria dizer isso agora mas eu não quero guardar segredos de você.- falo em um tom baixo quase sumindo.
- Sinto que já lancei bomba atrás de bomba e que se eu dizer agora isso só vai piorar as coisas.- toco o peito de Silas fazendo um carinho ali com meu polegar.
- Mas antes de tudo me conte sobre Kataleya.- o peito de Silas se move enquanto ele respirava lentamente.
- Somos gêmeos, ambos eramos fadas da família Blue. Nosso pai era o terceiro filho do segundo rei da raça da fadas.- fico surpreso pela parte dos gêmeos.
- Então você e tio Fred são parentes?.- ele nega.
- Nosso parentesco se quebrou a eras não temos nada a ver um com o outro. Kataleya era um fada formosa com belas asas azuis e um sorriso radiante que iluminava seus belos cabelos azuis ciano. Eu tinha brigado com meu pai e sai de casa, Leya veio atrás de mim me dizendo para voltar, me culpo pelo que aconteceu, estavamos discutindo na floresta quando fomos engolidos por uma gosma negra. Quando acordamos estavamos em um calabouço minhas asas e as de minha irmã tinham sumido.- fico em silêncio sentindo seu coração bater mais rápido, toco sua mão e entrelaço nossos dedos.

- E foi quando começou nossa sessão de tortura, tentaram fazer minha irmã virar uma híbrida igual a mim mas ela explodiu em minha frente não aguentando tanta magia. Fiquei arrasado durante anos até que um dia eu acordei e vi uma pequena garotinha me chamando de irmão, não sabia como e nem o porque mais eu sentia Kataleya naquela criança.- se eu tivesse outra mão estaria agora tocando suas belas madeixas escuras.
- Dia após dia, ano após ano. Toda vez que eu me descontrolava via o pequeno corpo usar sua magia para me parar e logo em seguida morrer. Foram 64 vezes em todos os meus anos de vida, foram as 64 vezes ao qual eu mais quis morrer mas não conseguia.- me sento em sua barriga e aproximo meu rosto do seu tocando nossas testas. Faço um carinho em sua bochecha e olho seus olhos sem brilhos.

- Não vou dizer que te entendo pois nunca senti essa dor, não posso voltar no passado e mudar tudo o que passou. Porém de agora em diante vou fazer de tudo para estar sempre aqui por você.- ele prende seus belos olhos azuis gélidos em mim.
- Já que eu amo você Stefan e vou fazer de tudo para viver, mas - paro minhas palavras - saiba que eu tentei de tudo e implorei para que você tivesse mais tempo - ele aperta as sobrancelhas sem entender - depois de tantas trocas, de tantas voltas a alma de Kataleya se despedaçou - vi seus olhos perderem a cor e seu rosto quebrar ao poucos sua fachada de frieza - eu tentei e consegui apenas um mês, um mês. Ela me implorou que eu fizesse isso por você. Kat irá desaparecer em 16 dias Silas.- não consigo continuar a olhar seu rosto de dor.

Desvio o olhar e escondo seu pescoço em meu ombro.
Sinto seus braços me rodearem e lágrimas caírem de seus olhos. Aperto seu pescoço contra mim, e fico parado permitindo que ele lavasse suas dores.
- Obrigado.- ele susurra contra mim.





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Lola: Não to chorando, você que está chorando * chorando enquanto se julga por fazer um capitulo triste *.

EBIZu: Lá vai o panda.

Desculpa os erros.
Espero que gostem

EBIZu 👽

Lolo entrou em uma crize existêncial enquanto sofre por Silas e por isso não manda beijos.

Minha Fada - Livro 2Onde histórias criam vida. Descubra agora