Still here, we're still here

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Hey!
Tudo bem com vocês?

Cá está o capítulo, e pela primeira vez desde o prólogo eu faço ele na visão da Catra e da Adora, porém focando na Adora, e de um jeitinho meio diferente.
Já vou avisando que o final ficou meio ruim, porque minha ideias tinham meio que se esgotado viu? ksks

Não tem aviso, dessa vez vai ser mais tranquilo.

Então,
Eu vos Apresento, o Capítulo VI.
Boa Leitura!
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Eu travo uma batalha
Eu enfrento minha sombra

Adora acordou sentindo o sol queimar-lhe o rosto. Os olhos insistiam em permanecer fechados, mas a sensação quente e iluminada indicava que estava em algum ponto do apartamento onde o sol poderia facilmente invadir, como o quarto, o escritório, ou a sacada.

Guiou uma das mãos em direção a nuca, próximo a têmpora, sentindo a região num pulsar doloroso, um pouco atordoada sem saber exatamente o que se passara e sem conseguir se localizar dentro do próprio apartamento. Sabia não saíra de casa, ao menos.

Cerrou o punho da outro mão, querendo ter certeza de que a extremidade não estava falhando.

O sol queimava o rosto e a pele exposta, mas ele estava numa quentura mais fraca do que um pico solar.

As pernas estavam dormentes, havia um peso peludo e macio que deitava sobre as extremidades inferiores e parte da cintura da loira: Swind. O filhote de retriever estava ressonando baixinho, mas a cauda de pelo dourado alaranjado se mexia em estado de alerta.

Um formigamento na mandíbula e uma sensação nauseante logo tomaram parte dos sentidos, com um revirar vertiginoso das entranhas. A garganta estava seca, mas boca ansiava pelo sabor forte de uma bebida alcoólica.

Estava com abstinência, não tomava uma gota de álcool há mais de 12 horas.

Grunhiu com a constatação, estava com o pressentimento de que o estoque de álcool estava vazio, e não queria um segundo coma alcoólico no histórico médico. Não agora no meio daquele inferno caótico que era o lockdown.

Uma brisa suave atravessou-lhe os fios loiros, carregando um toque gelado contrastando com o calor centrado na face inexpressiva de Adora. Era a brisa do pôr do sol, quando a maré subia. 

Arregalou os olhos surpresa.

─ Por quanto eu dormi..?_ murmurou uma indagação rouca.

Lembrava-se de ter acordado e tomado café naquela manhã, feito parte da rotina monótona daquela quarentena, e ir para a sacada com Swind...

É isso.

Recordou-se do que o acontecera.

Claro que perdera o controle outra vez, claro que os próprios demônios internos a atormentaram novamente, claro que ele a assombrara outra vez, claro que o próprio passado a queria morta e quase se rendeu.

O passado me assombra
O passado me quer morta
O passado me atormenta

Afinal, ela era covarde, fraca, um erro.

Só lembrava de ouvir as vozes da cabeça manipulando-a, dos sentimentos sufocantes, do pavor, das revivências, do desejo de jogar-se da sacada... e apenas isso.

O resto era uma névoa densa e nebulosa, mas se ainda estava presa dentro daquela carcaça de fragmentos e um instinto teimoso e persistente de sobrevivência, então algo aconteceu para que retomasse consciência e não se matasse.

Our Promise (quarentined) {catradora}Where stories live. Discover now