Inesperado

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Um mês se passou em uma dor horrível em meu peito, não consigo dormir por que dei agora para ter pesadelos com o Jimin naquela noite, já tinha pesadelos antes mas, era eu no lugar dele e me acostumei com o tempo, sempre acordei assustada e soando frio mas depois voltava a dormir, era sempre assim, o que estava me assustando agora era que, todas as noites em meus sonhos eu revivia aquela noite e as palavras dele passavam o dia em minha cabeça.

O trabalho no hospital está indo bem, (com bem quero dizer bem movimentado.) as minhas pacientes me adoram e nunca faltam nas consultas o que me faz ficar sempre com a mente ocupada o dia todo, já fiz dois partos só hoje e estou exausta, trazer mais uma vida para o mundo é lindo, mas é bem cansativo, sempre tenho que me manter alerta para não errar em nada, afinal, estou começando agora e pra um começo de obstetrícia está bom, meus colegas de trabalho me elogiam muito e sempre me dão forças no que preciso.

Saio do hospital as dez da noite e bato de frente com Jackson, ele sorri para mim e me abraça.

- Oi s/n, a quanto tempo. - Seu sorriso é contagioso.

- Oi, é, s/a não falou mais comigo depois daquele dia que fiquei em casa ao invés de sair com vocês. - Digo e ele revira os olhos.

- S/a É mimada, não entende que família vem em primeiro lugar. - Ele põe uma mecha do meu cabelo atrás da orelha. - Hãm... topa comer alguma coisa comigo? Você parece está com fome, passou o dia trabalhando e estudando, acertei?

- Há, é, sim. - Sorrio fraco.

- Eu passei o dia hoje no hospital com um amigo que está internado, vi você várias vezes, não falei com você por que estava muito ocupada, não quis atrapalha. - Fala enquanto caminhamos lentamente até um restaurante próximo.

- Eu vi você, desculpa, é que fiquei tão concentrada no trabalho que não falei com você. - Sorrio fraco, entramos no restaurante e o garçom chega para anotar os pedidos, Jackson pedi para nós dois e voltamos a conversar.

- Você é muito linda sabia? - Olho para ele confusa. - Eu sei que temos uns bons anos de diferença, mas eu gostei de você. -  "se você soubesse a merda que sou quando estou entre quatro paredes, desistiria." - Penso e sorrio irônica.

- Eu sei que você gostou de mim, pelo seu jeito de me olhar entrega tudo. - Ele sorri abaixando a cabeça, o garçom trás nossos pedidos e começamos a comer.

- Quando você vai visitar a s/a? Ela está morando comigo agora. - Diz olhando para o seu prato.

- Assim que ela resolver falar comigo de novo, nem na faculdade eu olho ela. - Sorrio. - Ela está me evitando.

- Falei pra ela parar de besteira e falar com você, mas ela é teimosa e cabeça dura igual a mãe dela. - Ele sorri, nos terminamos de comer. - Você quer ir passear comigo? Aqui perto tem um parque. - Diz chamando o garçom, olho para o lado direito e a quatro mesas de distância vejo Jimin, está acompanhado de uma garota fofa dos cabelos loiros, ela sorri para ele enquanto ele olha dela para mim, eu abaixo a cabeça e respiro fundo.

- Pode ser, é o caminho da minha casa, então.... acho que não tem problema. - Digo quando ele paga a conta, o garçom me entrega um pequeno bolo decorado dentro de uma embalagem fofa, olho para ele confusa.

- Brinde da casa para as moças bonitas, ordem do dono. - Ele aponta para o lado direito perto da porta, um rapaz alto de terno azul escuro, cabelos muito bem penteados e partidos no meio, seu sorriso é branco e brilhante, acena e se curva um pouco, eu faço o mesmo, vejo que Jimin acompanha tudo com o olhar.

- Obrigada, agradeça a ele por mim. - Digo sorrindo boba.

- Ok, volte sempre. - Ele diz se curvando quando levantamos, pego minhas coisas e saio do restaurante admirando o bolinho que ganhei com um sorriso besta na cara.

- Acho que vou te dar bolinhos assim para ganhar um sorriso desse. - Diz quando chegamos na praça, olho para ele ainda sorrindo e então ele me beija, segura meu rosto com as suas mãos e arregalo os olhos, meus lábios acompanham os movimentos dos dele, me afasto com as bochechas pegando fogo. - Desculpe, não resisti, seus lábios são convidativos demais.

- Há, tá tudo bem. - Digo voltando a andar, vamos em silêncio por uns metros.

- Posso te acompanhar até sua casa? - Diz quando eu paro em frente ao meu prédio.

- Na verdade já chegamos. - Digo sorrindo e aponto para o prédio.

- Há, então, boa noite. - Ele me abraça e continua parado na minha frente. - Há, desculpa eu quero fazer isso a muito tempo.

- Isso o q..... - Ele segura minha cintura com um braço, a mão em minha cabeça e seus lábios nos meus, dessa vez eu retribuo o beijo, ele pede passagem com a língua e eu cedo, seu beijo não é calmo, é sedento, e estranho, por que me acostumei com o beijo calma do mochi, me afasto respirando fundo. - Desculpe Jackson, não posso retribuir seus sentimentos ou seu tesão, eu gosto de outra pessoa e não posso machucar você também. - Falo triste.

- Não se preocupe, está tudo bem, eu já te beijei e isso é o suficiente, podemos ser amigos, que tal?

- Há sim, claro. - Sorrio triste.

- Então, combinamos de sair depois, como amigos. - Ele sorri grande.

- Há tudo bem. - Ele me abraça e se vai, olho para o mini bolo em minhas mãos e suspiro alto, me viro para entrar mas sou puxada batendo de frente com Jimin. - Ji...Jimin? O que faz aqui?

- Estou vendo que superou rápido em? - Fala com raiva

- Foi um mal entendido, já disse para ele que gosto de outra pessoa. - Isso só faz ele ficar com mais raiva.

- Me esqueceu mesmo? Você nunca sentiu nada por mim não é? Só me usou pra saciar seu prazer.

- Eu disse Jimin, eu pedi para você arranjar uma garota legal mas você insistiu em ficar comigo, eu sei que sou uma merda, sei o quanto te machuquei e acabei me machucando também, não te esquece e acho que nunca vou esquecer, ele me beijou e não tive nem reação de primeira, depois fiquei comparando o beijo dele com o seu e acabei mais triste do que nunca. - Ele me encara triste. - Olha, se afaste antes que eu te machuque mais do que já machuquei, volte para a garota do restaurante, ela combina com você mochi. - Digo passando a mão na bochecha dele

- Ela é só uma... - Eu o Interrompo colocando dois dedos em seus lábios.

- Não precisa explicar, eu tô me corroendo de ciúmes mas, é o certo a se fazer, seja feliz mochi, não vou mais machucar você. - Dou um selinho nele e entro no meu prédio chorando muito, meu peito doi demais por deixá-lo para tras, ele veio com raiva e com ciúmes de mim e eu só consigo pensar em como fudi o pensamento do mochi, em como o deixei confuso e apegado a mim por ser sua primeira.

Entro em casa chorando e me encosto na porta aos prantos, guardo minhas coisas e entro no banheiro, tomo um banho e depois de me enxugar e me vestir, me deito na cama e ligo a tevê em um filme aleatório, como o bolo que por sinal é uma delícia e decido comprar todos os dias para ver se alivia essa minha tristeza.

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