021

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URREA

Sina estacionou em um lugar um pouco deserto, haviam poucas luzes iluminando a rua, e árvores eram o que se tinha ao invés de casas.

— Tá, e agora você vai me dizer para sair do carro, vai me matar e esconder meu corpo nessa mata. – falo sério e ela me olha rindo

— Não idiota, só sai do carro. – respiro aliviado e faço o mesmo que ela

Assim que ela trancou as portas, seguiu andando para a mata que parecia ter uma trilha no meio dela.

— Sina? – ela para e olha para mim — Você vai se enfiar ai para que? – pergunto confuso

— Noah, já falei pra vir comigo, para de ser medroso e confia em mim! – ela estende sua mão para mim pegar

Por um minuto penso em recusar, já que ela só faz isso para fingirmos. Mas não tem como dizer não para esta mulher.

Ela liga a lanterna de seu celular e eu também ligo do meu, para termos mais iluminação no caminho, já que a única luz era a da lua, que estava brilhante demais hoje.

🥀

Caminhamos por dois á três minutos na trilha, e eu já não sabia mais se sentia medo, cansaço, se voltava ou se parava e pedia arrego ali mesmo.

Quando eu parei para descansar, Sina passou por uma folhagem e literalmente sumiu no meio delas.

— Sin? – ilumino o local com a laterna — Sina? – caminho até o local meio preocupado

Só que quando abro as folhas e vejo a paisagem que dava aquilo tudo, percebi que valeu a pena todo esse andarilho.

Sina olha para mim ainda com os olhos presos naquela vista. Ela se senta em uma pedra grande e logo me sento ao seu lado.

— Eu disse que era pra confiar em mim. Aqui é incrível né? – ela sorri

— É lindo demais! – olho para ela — Como descobriu aqui?

— Sabe quando você cansa de tudo e quer dar uma fugida da vida? – balanço a cabeça em afirmação — Então, acabei entrando por aqui e descobri, faz mais ou menos dois anos.

— É realmente um lugar de paz. – falo observando a paisagem

Que era literalmente a cidade de Milão inteira, iluminada pela lua cheia e com pontinhos de luzes.

Parecia que estávamos na placa de Hollywood. Só que esse clima da cidade é bem mais calmo é diferente.

— Aqui eu me sinto mais leve, não tão precionada como de costume. – ela suspira — Se sinta privilégiado Urrea, nunca trouxe outro alguém para vir aqui. – ela me olha

— Nossa, me sinto orgulhoso! – rimos juntos mas logo a risada se cesa

Ficamos parados só admirando o que tínhamos a nossa frente. Foi como se ali fôssemos nós, por nós mesmos.

— Sin, porque disse naquela hora que o senhor David era como um pai que você não teve? – a olho a ela suspira — Se não se sentir confor... – me interrompe

— Não tem problema Urrea, eu já deveria ter te falado algumas coisas sobre mim. Tá tudo bem. – sorri me confortando e espero que ela prossiga — Quando era pequena, meu pai nunca foi presente. Tive uma infância conturbada.

— Eu sei bem como é.. – ela compreende

— Pois é. Meu pai batia na minha mãe, sóbrio. Nunca fez nada para mim, não ligava para nada e sempre fez questão de me ignorar. Por isso ele é irrelevante para mim. – ela dá de ombros — Já a minha mãe era tudo o que eu tinha, quando ela morreu de câncer foi como se tivessem arrancado um pedaço de mim. Para sempre.

Sina era muito mais forte do que eu imaginava. Agora eu consegui entende-la mais do que nunca. Esse era o breve motivo de ela se fechar tanto para os outros ou para qualquer sentimento que tentar invadi-la.

— Minha mãe foi forte até demais, ela não aguentou às quimioterapias porque já estava fraca demais. O tanto que meu pai batia nela, acabou desenvolvendo depressão e algumas doenças na pele. – quando termina de falar, ela suspira se lamentando por isso

— Eu sinto muito, Sin. – falo em voz baixa — Você é muito forte. Mesmo.

— Obrigada Urrea. – sorrio de lado

Em alguns minutos calados, ambos os dois, Sina começou a massagear os braços e acredito que seja por conta do vento gelado. Como sei que é orgulhosa demais, não pediria meu paletó emprestado.

Então retirei e coloquei nela. A mesma sorriu agradecendo e encostou sua cabeça no meu ombro. Eu fiz o mesmo encostando minha cabeça na dela.

E ali ficamos um bom tempo, aproveitando a brisa de ar gelado a companhia um do outro e vendo luzes se apagarem e acenderem na cidade.

Até o celular de Sina tocar e trazer a gente para a realidade de novo.

— Alô?.. Oi Krys.. Não.. A gente já tá indo.. Ok.. Beijos. – ela desliga e me olha — Temos que ir, amanhã tenho algumas provas de roupa, a semana do desfile está próxima. – a mesma suspira

— Tudo bem. Vem.. – estendo minha mão e a mesma a pega levantando

Percorremos todo aquele caminho novamente até chegarmos ao carro. Eu fui dirigindo desta vez, e fomos ambos em silêncio.

Acho que depois do conto de Sina, o clima não ficou tão bom. Sei que ainda dói para ela falar isso, e deve ter criado uma confiança maior em mim para poder contar-me tudo.

🥀

Quando chegamos, Sina foi direto para o quarto da Any, provavelmente a morena quer saber de todo o acontecimento da noite. Que por nada não, foi incrível.

Eu gostei da companhia de Sina, pude perceber que ela não é tão durona à toa. A vida fez com o que ela fosse desta forma. Que ela lidasse com seus sentimentos do jeito dela.

Ela me disse que não demoraria tanto, então fui á frente. Tomei um banho e tirei aquela roupa, acho que não combina tanto comigo. Coloquei outra mais confortável e bem mais a minha cara. Ainda estou tentando me acostumar com esses trajes chiques.

Liguei a televisão do quarto e deitei no meu lugar de sempre. Sei que não conseguirei manter meus olhos abertos por tanto tempo, o dia foi cansativo e agitado. E o amanhã talvez nem tanto. Depende.

🥀

esse final foi meio bleh 🥴
mas espero que tenham gostado :)

aaah já são 6,3K de leituras 🥺
tô mortinha aqui
obrigada á todos que estão acompanhando 🥰 isso me deixam muito felizinha

e quero avisar que já tenho três idéias para fic's novas 👀

até o próximo.....

Kisses💋 -Larys

𝙈𝙮 𝙎𝙩𝙖𝙧 ✮ 𝙣𝙤𝙖𝙧𝙩Onde histórias criam vida. Descubra agora