Acordo com uma dor de cabeça horrível, além da sensação de morte. Percebo que não estou sozinho na cama e me pergunto se transei com alguém e não lembro. Tiro a coberta do rosto da pessoa e era Noah. Ok! Já fico mais aliviado, mas... Será que a gente transou? Eu não vou me perdoar se tiver feito isso e não me lembrar.
Olho para as minhas roupas e vejo que estou com uma calça de moletom. Então não transamos, certo! Por que ele está aqui então? Cutuco ele, pois preciso de respostas e tô com fome. O que isso tem haver? Ué, eu quero que ele vá buscar algo para mim, estou sem condições para sair daqui.
Ele abre os olhos, mas logo volta a fechar, tapando a cabeça. Quanta manha!
— Noah, acorda! Eu preciso saber o que aconteceu ontem! — preciso saber se eu falei alguma besteira, como assumir meus sentimentos por ele. Sei lá!
— Hum… — resmunga, enquanto se espreguiça. Que saco! Eu tô curioso e ansioso. — Bom dia, Joshy!
— Bom dia! — respondo — Eu tô com fome, busca algo para mim, por favor!
— Só porque eu sou um ótimo amigo eu vou. — fala se levantando — Depois precisamos conversar. — Ai merda! Eu devo ter falado besteira, nunca mais bebo assim.
Ele sai do quarto e logo volta com chá e algumas torradas.
— O que aconteceu ontem a noite? Por que você dormiu aqui? — pergunto logo o que estava me deixando curioso.
— Até que parte você lembra? — pergunta, com um olhar diferente. Que?
— Até a parte que eu dormi na calçada... — falo, com sinceridade — Eu falei alguma besteira?
— Ah... Não! — ele pausa, pensando no que vai falar — Eu te trouxe aqui pro quarto, te dei banho gelado, você reclamou, vomitou mais um pouco e depois insistiu muito para eu dormir aqui.
— Só isso? — pergunto para confirmar e ele assente — Bom, pelo menos não falei nenhuma merda, né?! — comento rindo, mas daí a minha cabeça dói. Faço uma careta pela dor e Noah percebe.
— Eu acho que eu tenho algum remédio no meu quarto para dor de cabeça. — fala se levantando do meu lado, mas eu impeço, segurando a mão dele. Ele olha para nossas mãos juntas e depois para o meu rosto. Não entendi! Resolvo ignorar.
— Na minha mala, naquele estojo, tem remédios. — aponto para a mala no canto do quarto, e volto a comer a minha torrada. Ele traz o remédio para mim — Obrigado! Por ter me cuidado ontem a noite e por me cuidar agora de manhã.
— Amigos são para isso! — fala, sorrindo meio estranho. Hoje o dia está estranho! Deve estar nublado ou algo assim.
— Eu vi cogumelos? — pergunto quando me lembro.
— Aparentemente sim. — responde rindo.
— Cara! Eu devia estar muito doidão. — rio junto a ele.
Eu passo o resto do dia me recuperando da ressaca, já que amanhã pegamos estrada de novo. Noah ficou o dia inteiro comigo, ele estava estranho, mas não me deixou sozinho nenhum momento. Aí tem!
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Ready to Run
RandomJosh está fugindo da cidade que cresceu e acaba conhecendo Noah, um cara que aparentemente não tinha rumo. Num ato de loucura chama Noah para o acompanhar nessa viagem louca para lugar nenhum.