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Não foi por acaso.

Acho que minha expressão não foi tão discreta, nenhum dia sequer em toda minha existência eu tinha entrado em uma casa tão luxuosa.

— Boa noite Gilbert, quem é a garota?

Diz uma mulher muito bonita.

— Essa é a Anne. Por favor Mary, você pode levá-la até o quarto de hóspedes? Pode ser o daqui debaixo mesmo, eu a atropelei e ela precisa de ajuda.

— Posso sim, a propósito onde está Bash?

— Está no estúdio, ele não queria vir cedo.

Ouço atentamente a conversa dos dois.

— Ele queria deixar o último disco prontíssimo para a estreia.

Bash é o produtor de Gilbert?

— Gilbert, você sabe que Ruby ficará uma fera quando souber que você trouxe uma garota para casa, não sabe?

— Ruby é exagerada demais, não há necessidade alguma de ter ciúmes dessa garota. — ele aponta para mim — infelizmente ela não está tendo dias bons, e isso foi só mais um acréscimo para o dia péssimo que teve, eu não poderia deixá-la desabrigada.

— Oh! Sinto muito, você foi despejada?

— É... Mais ou menos. — respondo — a propósito me chamo Anne, Anne com E no final por favor.

— Anne — ela sorri — sou Mary Lacroix, esposa de Sebastian Lacroix, somos os produtores e melhores amigos de Gilbert.

— É um prazer conhecê-la.

— O prazer é todo meu, venha, vou te levar para o quarto de hóspedes e te mostrar um banheiro para que possa tomar um banho merecido.

— Muito obrigada.

Sou conduzida até o quarto, assim que cruzo a porta vejo uma belíssima cama, digna de uma princesa. Um quarto bem estruturado, com conforto excessivo, sem contar as belas paredes com decoração em gesso, e um lindo azul Royal que decorava as cortinas longas.

— É lindo — falo completamente apaixonada por cada detalhe — muito obrigada por me trazer até aqui.

— Imagine minha querida, se precisar de qualquer coisa é só me chamar, está bem?

— Claro, muito obrigada Mary.

. . .

Assim que consigo entrar no banho, apesar da imensa dificuldade principalmente por causa do gesso que imobilizava meu pé, sinto a água escorrendo por meus cabelos. Não queria abusar, decidi usar somente o chuveiro ao invés da luxuosa banheira, eu seria insensata demais se fizesse isso, apesar de desejar imensamente.

Ouço batidas na porta do quarto.

— Quem é?

Ninguém responde.

— Quem é? — pergunto novamente.

Fecho o registro me enrolo na toalha, e com dificuldade caminho em direção a saída. A porta abre e em um susto, escorrego e fico caída no chão. Dois pares de olhos, agora verdes, dependendo do ângulo, se projeta em minha linha de visão. Puxo a toalha para me cobrir, desvio os olhos dele.

Sorte a nossa - Songfic SHIRBERT Onde histórias criam vida. Descubra agora