『26』Espionagem, Perseguições e Mentiras.

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      Harry herdara somente uma coisa do pai: uma longa capa de invisibilidade prateada. Obviamente, Lilium ficou bem chateada por não ter ganhado algo parecido, mas deixou esse assunto de lado quando soube que herdara A Mansão Potter inteira, talvez seus pais achassem que ela cuidaria melhor da Mansão se algo acontessece.

Lilium fora se deitar na hora de costume, e esperou até que Cloé – que era a única pessoa com quem dividia o quarto – dormisse. Ela não estava nem um pouco afim de envolver suas amigas nisso, proteger Harry era um dever seu, e não delas.

Ela esperou pacientemente, até que Cloé terminasse de ler um livro e ir finalmente dormir, então se levantou, se vestiu e apanhou o mapa do maroto, que ela havia pego emprestado com os gêmeos Weasley e Garrett.

Ela ficou escondida na Comunal até que ouviu um som de cochichos, e algo invisível abrir a porta e a fechar logo depois.

A viagem pelos corredores escuros e desertos do castelo não foi um prazer. Lilium, que perambulara pelo castelo à noite várias vezes antes, nunca os vira tão cheios depois do pôr do sol. Professores, monitores e fantasmas andavam pelos corredores aos pares, olhando tudo atentamente, à procura de alguma atividade incomum. Ela não tinha nenhuma capa de invisibilidade, mas tinha o mapa, e sabia exatamente quando tinha alguém vindo em sua direção, e era silenciosa e ágil o suficiente para ludibria-los, e permanecer seguindo Harry e Rony.

Fazia uma noite clara e estrelada. Ela correu em direção às janelas iluminadas da casa de Hagrid e foi para a parte de trás, ficando na pontinha dos pés para ver o que acontecia ali através do vidro sujo de uma janela circular.

Ela viu Harry Rony, e Hagrid, ele parecia não saber muito bem o que estava fazendo. Quase apagou a lareira ao derramar água da chaleira e em seguida amassou o bule com um movimento nervoso da mão enorme.

— Você está bem, Hagrid? — ouviu Harry perguntar. — Soube do que aconteceu com a Mione?

— Ah, soube, soube, sim — respondeu Hagrid, com a voz ligeiramente falha.

Ele não parava de olhar nervoso para as janelas, e em uma dessas olhadas quase descobriu a pequena Potter. Serviu aos meninos dois canecões de água fervendo – esquecera-se de pôr chá na chaleira –.

A ruiva viu uma movimentação estranha, e se encolheu mais onde estava quando viu o professor Dumbledore, parecendo mortalmente sério acompanhado de um homem estranho de cabelos grisalhos despenteados, com uma expressão ansiosa e usava uma esquisita combinação de roupas: terno de risca de giz, gravata vermelha, uma longa capa preta e botas roxas de bico fino.

Ela sentiu sua garganta secar, e a vontade de puxar seu irmão dali e sair correndo lhe atingiu, mas na posição em que estava, não podia fazer nada.

A garota ouviu batidas na porta da casa do meio-gigante, e depois a ouviu sendo aberta.

— Boa-noite, Hagrid. — A voz asmática de Dumbledore ecoou pelos ouvidos da Potter. Ela se pôs a olhar pelo vidro da janela novamente, e enxergou o velho alto entrar, acompanhado pelo homem esquisito.

Ela suspirou aliviada quando não viu seu irmão, e nem Rony, deviam estar escondidos debaixo da capa de invisibilidade em algum canto dali.

Hagrid empalidecera e suava. Deixou-se cair em uma cadeira e olhava de Dumbledore para o outro homem.

— Problema sério, Hagrid — disse o homem esquisito em tom seco. — Problema muito sério. Tive que vir. Quatro ataques em alunos nascidos trouxas. As coisas foram longe demais. O Ministério teve que agir.

— Eu nunca — disse Hagrid, olhando suplicante para Dumbledore. — O senhor sabe que eu nunca, Prof. Dumbledore...

Lilium contorceu as sobrancelhas, sentindo o desespero de seu amigo meio-gigante.

A Potter Esquecida.Onde histórias criam vida. Descubra agora