『33』O Final de Um Grande Início.

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      No mesmo dia, tarde da noite, Lilium encontrava-se deitada em uma das camas da enfermaria, Gina já havia sido dispensada, e naquele momento devia estar em seu quarto, com seus irmãos, ou na festa, que parecia querer se arrastar pela madrugada inteira.

A ruiva pensara em tudo que passara naquele longo dia. Os terríveis momentos em que esteve na câmara secreta, as palavras de cruéis de Tom Riddle que, infelizmente, uma parte de Lilium sabia que tinha uma pequena parcela de verdade. E então seus pensamentos vagavam pelas memórias dos grandes Slytherin e Griffyndor, que guardavam sua... Origem? A jovem metamorfa não sabia que nome dar a aquilo.

Ela era a Herdeira das Duas Casas. Lilium Potter... a pequena e assustada Lilium... a irmã do Menino-Que-Sobreviveu... A Potter esquecida... era na verdade, a grande e exaltada Herdeira das Duas Casas. Quem diria, hein?

De repente, a silhueta de Adhara surgiu nas sombras da enfermaria, ela andava em passos lentos e hesitantes, olhando para as próprias mãos. Lilium, assim que a viu, rapidamente se sentou, procurando não fazer careta quando o movimento brusco causou uma leve dor em suas têmporas.

A cada passo que Adhara dava, Lilium se sentia um pouco mais tensa. Os únicos sons existentes entre aquelas quatro paredes eram: os passos pesados de Adhara, e a respiração de ambas, completamente desreguladas. Até que os passos cessaram e restaram apenas as respirações. Lilium, não aguentando mais o silêncio, pigarreou.

— Adhara? — Nenhuma resposta, nenhum movimento, a Black permanecia com o olhar nas próprias mãos. — Adhara, por favor, olha pra mim.

Demorou alguns segundos, mais Adhara finalmente levantou a cabeça, suas íris negras pousando nas verdes. Ela segurou a repentina vontade de abraçar a Potter, sua melhor amiga estava ali, mas ao mesmo tempo não estava, ela parecia tão triste, tão perdida, tão... quebrada.

— Você mentiu pra mim. — Foi a primeira frase que saiu de sua boca, e sua voz veio mais rouca que o normal.

Esse era o pensamento que Lilium havia tentado evitar a tarde inteira. Ela teve medo dessa conversa desde a primeira mentira que contou para ela, mas ela não se arrependia de ter mentido, não depois do que aconteceu na Câmara.

— Eu sei, me desculpa, eu queria te proteger...

— Me proteger? Lilium, eu sei me proteger muito bem sozinha.

— Mas não contra aquilo! — Explodiu Lilium. — Você é importante demais pra mim! Eu não queria correr o risco de perder você, era muito perigoso! Eu não podia te envolver nisso, e nem mais ninguém! Precisava fazer sozinha, não quero perder mais pessoas importantes para mim!

Adhara suspirou e se aproximou mais, ficando ao lado da cama.

— Lembra do dia em que estávamos em detenção e você abriu meus olhos para a verdade sobre o meu pai? — A Potter ssentiu com a cabeça, confusa sobre onde ela queria chegar com isso — Você disse para mim que eu não deveria estar no meio desse fogo cruzado, e que estaria ao meu lado, não importava o que acontecesse. Lembra o que eu disse pra você depois disso?

Lilium abaixou a cabeça.

— Que eu também não deveria estar no fogo cruzado, e que você estaria lá para mim também.

— Exatamente. — Ela pegou na mão da amiga, e se sentou na cama, ao lado da ruiva. — Você não está sozinha Lilium, não mais. Não precisa fazer as coisas sozinha, e nem aguentar para que nós não precisemos aguentar. Você diz que não quer me perder e eu digo o mesmo sobre você. Que Draco me perdoe, mas você é a pessoa mais importante da minha vida. — Ela deixou uma lágrima cair abrindo um pequeno sorriso. — Eu entendo os seus motivos, mas eu não vou mais permitir que me deixe de fora desse tipo de coisa, não importa o perigo, eu preciso que você me inclua. Daqui pra frente vamos enfrentar essas coisas juntas, e passar por isso juntas. Okay?

A Potter Esquecida.Onde histórias criam vida. Descubra agora