Primo Distante

O Velorio

Acordo assustada com o celular tocando, são 3 horas da manhã, pego o celular sonolenta e forço a vista para olhar o número, o nome OMMA aparece na tela e eu me sento alerta.

- Oi Omma, o que houve? - Ouço a respiração pesada, soluços, fungados e choro baixo.

- Filha, eu não deveria está aqui a essa hora mas, você pode abrir a porta? Estou aqui na frente do seu apartamento. - Ela termina de falar e eu corro até a porta da frente a abrindo e vendo ela chorando com uma mala, ela entra chorando e me abraça forte, puxo a mala para dentro e fecho a porta, me sento com ela no sofá e limpo as bochechas dela.

- O que houve Omma? Não chore por favor. - Meu coração aperta só de ve-la chorando.

- Sua tia.....sua tia morreu. - Ela volta a chorar, um choro dolorido e eu acabo chorando também. - Eles estavam vindo para cá tirar férias, um caminhão perdeu o controle e bateu de frente com o carro deles. - Ela me abraça chorando no meu ombro. - Os dois morreram filha, minha irmã e meu cunhado.

Nesse momento eu só consigo pensar em como deve estar o filho deles, nos vimos poucas vezes e sei que ele sempre foi apegado aos pais, sendo filho único foi mimado e criado como um príncipe, mas ele é um garoto legal e não é babaca como muitos garotos mimados por aí.

- Como está o yoongi?

- Ele estava no carro quando tudo aconteceu, mas ele não se machucou muito, estava seguro no banco de trás, ele está no hospital fazendo exames, nos temos que ir para lá s/n, eu tenho que velar minha irmã e meu cunhado.

- Eu darei forças para o yoongi, ele está sofrendo demais, espere só um momento que eu vou arrumar a minha mala e já saímos. - Ela balança a cabeça e eu beijo sua testa.

Minha Omma, é tudo que me resta, depois do falecimento de meu Appa, eu fiquei com sua empresa e faço tudo que ela quer, ela vive viajando e fazendo comprar, eu gosto de mimar ela e assim ela se distrai um pouco e não definha como estava fazendo quando meu Appa morreu.

Entro no quarto pegando a mala de cima do guarda roupa e coloco umas roupas, sapatos, o notebook e minha necesser dentro, em minha bolsinha coloco minha carteira, carregador e meu celular, entro no banheiro escovo os dentes e molho meu rosto, tomo um banho rápido e saio me enrolando na toalha, visto uma calça jeans preta, uma blusa branca e uma jaqueta preta de coro, calço minhas botas e saio do quarto puxando a mala, minha mãe está na porta e me olha chorosa, pego as chaves quando saímos de casa abraçadas, tranco a porta e entramos no elevador, aperto o botão do térreo e descemos lentamente, minha mãe encosta a cabeça no meu ombro e chora baixinho, acaricio as costas dela enquanto saímos do elevador, abro a porta para minha mãe ela entra afivelando o cinto, coloco as malas na parte de trás do carro e entro dando a partida, o porteiro acena e faz uma breve reverência quando passamos.

São quatro horas de carro da nossa cidade para a deles, e como está escuro demais eu vou devagar, minha mãe acaba dormindo soluçando, tiro seus cabelos do rosto e volto a atenção para a estrada. Elas sempre foram muito apegadas e nunca perderam o contato uma com a outra, sempre se falavam por mensagem ou vídeo chamada, uma vez, elas estavam se falando por vídeo chamada quando eu cheguei na casa da minha mãe, ela me olhou passando e gritou meu nome, minha mãe se assustou e derramou o vinho que estava tomando na blusa branca dela.

Flashback on

- Não, estou sozinha e sinceramente eu não quero ninguém. - Passo em silêncio atrás da minha mãe com uma caixa na mão.

- S/NNNNN! - Minha tia grita quando me vê e minha Omma se assusta derramando o vinho em cima de si, manchando toda blusa branca. - Aí meu pai. - Diz sorrindo, não consigo evitar e sorrio também, vejo o yoongi descer as escadas correndo.