Jimmy e abridores de garrafas profissionais

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- Não suba aí! – gritei para o menino, enquanto estava imobilizada no chão – Não fique perto da janela, Cash! – tive que virar meu corpo por cima de River, tentando não machucá-lo. Corri até o banco próximo à janela – Hah, peguei você – Cash deu uma gargalhada bem gostosa – arteirinho, aqui é perigoso.

- Pegui vochê – River se pendurou na minha perna, puxando meu short para baixo.

- Não me deixe pelada em público, por favor – soltei Cash no chão, colocando minha roupa no lugar. River se jogou no chão e levantou pulando.

- Vem, pega Riv! – ele disse ao sair correndo. 

Cansada era pouco para descrever meu estado, mas ele era muito fofo e eu finalmente tinha conseguido sua confiança.

- A Laura tá cansada, filho – Matt adentrou a sala e o menino correu para os braços do pai.

- Quelo binca de videogame – Matt começou a gargalhar.

- Oi pra você também, estou muito bem, obrigado – Shadows usando ironia com uma criança de dois anos era cômico. Cash já tinha andado até o pai e se enfiado no abraço junto com o irmão – Vamos brincar com o videogame daqui a pouco, mas o papai vai sair com os titios.

- Tá bom – River deu um beijo em Matt e eu derreti com toda essa fofura junta.

- Sabe onde Valary está, Laura? 

- Adoraria saber – disse dando risada – De onde é que vocês saem, hein? – perguntei me referindo aos aparecimentos e sumiços repentinos dos caras.

- Da Deathbat caverna! Hahahaha – ele fez uma voz gutural.

- Me ensina fazer isso com minha voz! – vez dele de rir – sério, não quero ter que matar ela toda as vezes que eu tento.

- Então você tenta! – ele semicerrou os olhos sorrindo. Afirmei com a cabeça.

- É muito louco! - tentei me explicar - Um dia desses tu me ensina. Mas onde fica a entrada pra Deathbat caverna?

- É o porão, entra por aqui ele se afastou e mostrou um espelho.

- Ha ha ha. Vocês atravessam o espelho? – coloquei as mãos na cintura e ele começou gargalhar.

- Não, pequena Laura, nós arrastamos o espelho. Os trilhos dele são suspensos ali onde aquelas plantas ficam. Elas cobrem os trilhos, mas – ele se esticou e ficou na ponta dos pés, retirando uma plantinha – olha eles aqui – me mostrou.

- Ahaaa...agora eu entendi! O que vocês fazem aí?

- Trabalhamos. 

- Tipo, sem fazer barulho, né? Porque eu não escuto nada.

- Que bom, foi feito pra ser assim. Última moda de Paris a tecnologia que colocamos para isolar o som, mas mesmo assim, quando temos bateria e aumentamos os volumes das guitarras e microfones, o vizinho, que mora no porão ao lado, afirma que escuta o barulho e que as paredes tremem – ele deu de ombros – A gente arrebenta mesmo.

- A Suzy disse algo sobre a gente mudar para o deserto porque tinha esses vizinhos e o som...

- Ah, então você já sabe.

- Já sabe o que? – Brian saiu do porão, ou, Deathbat caverna.

- Sobre a outra casa no deserto – Shadows respondeu.

- É, na verdade eu estava sabendo antes mesmo de vir. Suzy apenas reforçou no avião.

- Queríamos fazer uma surpresa pra você – Syn fez um biquinho e deitou a cabeça para o lado.

Fog StormOnde histórias criam vida. Descubra agora