Fog Storm

Dia da mudança

O dia estava nublado, pela primeira vez em 5 dias. Havia acordado de madrugada e não consegui dormir de novo.

Como estava sem meu celular, desci as escadas e liguei o computador que eles me deixaram usar, mas respondi as mensagens da minha família rapidamente e voltei para o quarto.

Organizei tudo que era meu pra não perder tempo na hora da mudança e desci novamente, um pouco entediada.

- Bom dia, raio de sol! – Michelle saiu do porão com roupas de ginástica – Acordou muito cedo hoje – eu vinha acordando bem cedo, durante os dias, por causa da diferença de horários, mas hoje realmente acordei muito cedo.

- É que eu dormi muuuito cedo ontem. Assim que cheguei do tour em Huntington.

- Sabemos - ela riu olhando Valary sair do porão também.

- Bom diaaa! O que sabemos? – Valary perguntou para a irmã.

- Que Laura adormeceu depois do passeio.

- É, parece que eles te cansaram mesmo – Valary fez um bico, impressionada.

- Algumas pessoas nasceram para ser jovens – imitei um idoso levantando do sofá e as meninas riram – vão onde?

- Correr, sabe, coisa de jovem – Michelle jogou a cabeça de um lado para o outro.

- Entendi, queridas, boa corrida! – saí andando feito uma idosa e fui até a cozinha.

- Obrigada. Cuidado o degrau, senhora – Michelle disse quando fui subir o degrau entre a sala de estar e a de jantar.

- Pode deixar, minha filha, eu posso me apoiar aqui nessa parede – agora estava imitando até a voz de uma velhinha e elas gargalharam saindo pela porta de entrada.

Preparei meu café da manhã e o estava tomando calmamente, quando alguém desceu a escada correndo, em seguida um carro buzinou lá fora e pude ver Zacky Vengeance saindo, corri até a porta para saber quem era, o homem estava em pé próximo à varanda. "O café de vocês" ele passou um saquinho de papel pra Zacky que lhe entregou o dinheiro olhando para os lados. Voltei para dentro antes que ele olhasse para o lado que eu estava e me visse ali com a cabeça pra fora, curiando a vida dele.

Voltei para a cozinha, arrumar e limpar minha pequena bagunça e Zacky desceu direto para o porão, assim que entrou.

Fui até a porta do porão e fiquei olhando para o espelho. Eles estavam todos lá em baixo? Eu podia entrar ali? Se eu batesse ninguém ouviria. Queria muito ter certeza que aquilo era drogas. Vi meu sorriso no espelho quando esse pensamento passou por mim. Seriam eles os mesmos, mas agora sem tanta exposição? Será que eles viraram os tios que bebem cerveja em casa, em vez de ir ao bar, só que no caso deles, não era apenas cerveja e, sim, drogas também?

- Vai entrar? – saltei com a voz de Syn. Não tinha percebido ele vindo do outro lado do corredor.

- Eu posso entrar? – Ele passou por mim deslizando a porta. 

– Não sei também - ele sorriu genuinamente e entrou no porão – mas vem comigo – ouvi a voz dele baixinha.

O lugar era totalmente escuro, só se via os degraus da escada por causa de pequenos leds colocados estrategicamente em cada degrau, mas iluminava apenas o degrau, nem minha mão eu conseguia ver. Fechei a porta atrás de mim e comecei descer.

Quando Syn abriu outra porta, no final da escada, ouvi um baixo tocando com uma base de guitarra bem baixa. Johnny estava criando? Dentro o lugar era muito mais claro. Paredes brancas e chão de cimento polido, alguns sofás, poltronas e cadeiras pretas estavam bem distribuídas pelo espaço e muitos instrumentos por todos os lugares.