Fog Storm

Loucura, mermão!

Minha noite foi bem agitada, não conseguia dormir direito por causa do ferimento. Senti muita sede e consequentemente levantei várias vezes para ir beber água e ao banheiro.

Pela manhã parecia que um caminhão tinha passado em cima de mim.

Lavei meu cabelo e me troquei, mas a imagem que eu via no espelho estava de dar pena.

Ouvi batidas na porta e abri.

- Bom dia, Val – disse para a mulher que me abraçou e logo vi Michelle – e Michelle!

- Bom dia, raio de sol – elas disseram juntas. Eu sempre achava isso muito fofo.

- Querem entrar?

- Sim, viemos salvar seu dia – Val disse.

- É foda ter uma parte do rosto necrosando – Michelle falou e Valary tapou a boca dela.

- Ela é exagerada, amorzinho – eu concordei com a cabeça – mas, vamos dar um jeitinho para você – ela soltou Michelle e começou andar pelo quarto.

- Senta aqui! – Michelle disse me empurrando na cama – Vamos começar com essa camiseta. Você tem uma camiseta vermelha?

- Não estou entendendo, gente! – Valary abriu meu armário.

- Nossa, você é organizada!

- Obrigada. Mas o que voc...

- Achei! – Valary falou levantando uma camiseta vinho escrito "Eu não me importo. Eu sou jovem demais para me preocupar", que eu tinha mandado fazer junto com Tiago. Na verdade, a maior parte das nossas camisetas nós dois mandávamos fazer na confecção e estamparia do primo dele. Ela analisou a camiseta - Vai ser essa! O que está escrito? – Valary perguntou e eu comecei a rir, porque uma parte era uma frase de "Seize the day".

- "I don't care. I'm too young to worry" – elas bateram palminhas sorridente.

- Adorei! Troca a camiseta, mas pode continuar com essa calça – era uma mom jeans azul claro – eu gosto dessas calças assim, não muito coladas.

- Eu também – eu disse tirando minha camiseta e colocando a outra que elas tinham pedido.

- Põe esse tênis – ela pegou um Vans vinho, quase da cor da camiseta.

- Ah, não, Val. Vou ir com o preto mesmo – ela estreitou os olhos e guardou o tênis.

- Ia ficar fofo! – ela falou fazendo um biquinho.

- Não quero parecer fofa – elas se entreolharam e começaram rir.

- A coisa mais fofa falando que não quer ser fofa – Michelle disse, passando alguma coisa no meu machucado – estou fazendo um curativo fofo em você.

- Não tendo desenhinho, para mim está ótimo!

- Você não usa colares? – Val perguntou olhando minha penteadeira.

- Uso, pra sair, às vezes.

- Olha esse bracelete, Michelle! – ela pegou um bracelete de couro preto com umas fivelas.

- Você tem bom gosto, ia ficar lindo com umas pulseiras grossas prateadas que eu tenho – ela piscou várias vezes, fazendo charme.

- Ah, então fique a vontade para me emprestar suas pulseiras, quando quiser – ela desfez a cara de anjo e mostrou a língua.

- Chata – terminou o curativo e pegou um blush.

- Ah. Ah! – fiz uma negação com a cabeça – Pra ir para a escola? Não.