Call me mommy

29 2 15
                                    

Acordei no fim da tarde, depois de uma longa soneca. Me sentei na cama ligando o piloto automático e fui até o banheiro lavar o rosto. Só então me dei conta de que não estava de manhã.

- Droga, quanto tempo eu dormi?! – falei sozinha pegando meu celular no desespero para ver as horas. 04:42 PM – Graças a Deus! – suspirei e entrei no banho lavando meu cabelo com toda a calma do mundo, desembaraçando todos os fios, até passei uma máscara de hidratação e deixei agir enquanto me depilava.

Terminei tudo depois de uma hora, precisava me apressar, os meninos chegariam 07:30PM.

Não tinha pensado em que roupa usaria, mas já tinha escolhido o batom. Estranha? Sim! Enquanto não me decidia, sequei o cabelo e comecei a pranchar. Meu cabelo era ondulado, mas não muito em cima, o que facilitava fazer chapinha. Não fazia no dia-a-dia por preguiça e por que eu adorava o volume dele.

Quando acabei, comecei a rir de mim mesma. Aquele cabelo lambido não tinha nada a ver comigo. Fui até o meu armário e peguei uma calça de couro. Iria montar meu look baseado na calça. Um body totalmente vermelho me chamou atenção. Será que ficaria estranho tudo justo ao corpo? Provei e percebi que eu parecia ter 10 quilos a menos com aquela roupa. Quando pensei em tirar, me lembrei da jaqueta de couro, que eu tinha comprado junto com a calça. Abri a janela para sentir o clima do lado de fora, estava ventando, mas não estava frio. Será que esfriaria mais?

Optei por sofrer com o calor, se fosse o caso, mas usaria a porra da jaqueta. Deixei ela em cima da cama e fui fazer minha maquiagem. Delineei bem meus olhos, mas não usei sombra, pra deixar os olhos mais leves. Fiz a base da maquiagem e gargalhei parecendo um fantasma com o tanto de pó na cara. Usei um contorno e depois um bronzer, em vez de blush, na intenção de me dar uma aparência viva, porém meu rosto ficou ainda mais fino e eu podia dizer que estava anoréxica. Contornei minha boca com meu lápis preto e depois passei o batom que eu adorava, mas minha mãe me fazia tirar toda vez que eu passava.

Boca preta. Bota preta.

Coloquei meu coturno que tinha um salto não muito alto tratorado e spikes. Aquela bota era do mal. Sorri olhando ela no espelho.

Estava pronta?

Não estava curtindo meu cabelo todo liso, então tentei fazer umas ondas com a chapinha. Ficou esquisito, mas esquisito era bom. Passei a escova desfazendo as ondas e ele ficou mais volumoso.

Uma lufada de vento gelada entrou pela minha janela e eu sorri. Eu não passaria calor com a jaqueta de couro. Obrigada Deus.

Ouvi as businas de longe e olhei pela janela. Owen estava na puta que pariu buzinando sem parar. Comecei a gargalhar e olhei no relógio. Eles estavam 5 minutos atrasados.

Antes de sair do quarto, como sempre, coloquei um mix de pulseiras, meus anéis e passei perfume. Abri a porta e dei meia volta para pegar minha bolsa e o celular. Em cima da escrivaninha estava um boné do Matt que Val tinha me "dado", sem que ele soubesse. Fui até o espelho e coloquei ele pra ver se não ficaria estranho. Ficou foda pra caralho, virado pra trás. Me senti uma gangster malvada e gargalhei sozinha. Louca, psicótica, sinistra.

No corredor, podia ouvir as vozes dos meninos lá em baixo. Estavam gargalhando muito alto e pelo jeito todo mundo estava na sala. Maldição, teria que fazer uma entrada triunfal. Podia me tacar escada abaixo pra fazer graça, mas não iria arriscar me machucar a minutos da porra do festival.

Fui degrau a degrau tentando não fazer barulho e olhando para a escada. Mas em algum momento as risadas cessaram e eu levantei o rosto.

- Laura? – Jake perguntou pendendo a cabeça para o lado.

Fog StormOnde histórias criam vida. Descubra agora