Tô pouco me fodendo pra você

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Era segunda pela manhã e Zacky estava me levando para a escola, outra vez. Acho que tinha acordado muito tarde no domingo para ter sono, então tinha passado a noite quase em claro, pensando em tudo o que tinha acontecido na noite anterior.
Me lembrei do episódio com Zacky e de como ele, muito responsavelmente, segurou a barra. Eu era uma criança imbecil e estava envergonhada. Desde que saímos de casa, eu parecendo um zumbi, evitei as conversas que costumávamos jogar fora, as brincadeiras, mas não dava pra viver assim. Ele estava dirigindo quieto, olhando pra frente. Aquilo estava queimando dentro de mim, precisava esclarecer, precisava por pra fora, precisava me desculpar.

- Pode falar – Zacky disse.

- O que? – me assustei.

- O que você quer falar. Tá pensativa demais, tô vendo você se ajeitando no banco, olhando pra mim, até abre a boca, mas não diz nada. Pode falar – ele disse tudo olhando pra frente.

- Eu não dormi direito essa noite, Zacky.

- Eu sei – ele falou sério. Fiquei em silêncio – fala, porra!

- Zacky! – falei com ele no mesmo tom, olhando pra fora da janela.

- Aconteceu alguma coisa? Os meninos fizeram alguma coisa?

- NÃO!

- A gente fez alguma coisa?

- Não!

- Eu não tenho paciência pra isso – ele parou o carro.

- O que é isso, Zachary Baker? – perguntei olhando pra ele, nós estávamos quase gritando um com o outro – eu preciso chegar na escola!

- Você tem tempo – ele falou mais calmo e suspirou.

- Zacky – também diminuí meu tom, mas meu coração estava a mil por hora.

- Fala! – ele me encarou e eu desviei o olhar para frente.

- Zacky, não precisa disso – eu fechei os olhos e encostei a cabeça no banco do carro, ele também ficou em silêncio – eu não dormi direito, Zachary.

- Você já falou essa parte.

- E fiquei pensando nas coisas que aconteceram na noite anterior – ele olhou atentamente pra mim e eu não conseguia falar mais nada, parecia que minha garganta estava fechada.

- Sobre você ter ficado estranha? – ele sorriu de canto.

- Sim – não tive coragem de olhar para ele. Ele ligou o carro de novo e começou a dirigir.

- Eu acho que foi ecstasy, você não parece ser do tipo que bebe e fica daquele jeito. Você falou alguma coisa sobre o meu cheiro estar mais notável, estava dando risada sozinha no gramado, dançando freneticamente, subiu no palco e fez coisas que você não faria, bebeu água pra cacete, ficava mordendo sua boca. Essas coisas são coisas típicas de ecstasy.

- Algum de vocês ali usam isso?

- Acho que o Johnny, a Val e a Michelle usavam, mas acho que pararam.

- Entendi. O Johnny não colocaria na minha bebida se eu não pedisse, mas eu sei que talvez o Owen pode ter pedido e eu bebi do copo dele.

- Deve ter sido isso. Mas eu não me importo que você tenha usado, se quiser assumir pode ficar tranquila.

- Eu não fiz isso. Se foi ecstasy não foi por vontade própria.

- O Owen te ofereceu bebida do copo dele?

- Não, eu peguei escondido – sorri lembrando da cena – ninguém queria me deixar beber porque eu tinha virado um copo com muita Vodka.

- Não se pega a bebida de ninguém. Outra regra da vida que você precisa aprender.

Fog StormOnde histórias criam vida. Descubra agora