Alguns dias depois...
Domingo de manhã, um dia único na semana, e como tal, é sagrado para Jennie e suas amigas, mulher nenhuma deve dar palpite nesse dia, esse é O Dia, o dia delas, e aconteça o que acontecer, ela vai sair, e ela não pode nem tentar impedir. Foram quase dois meses se privando disso, mas agora o longo período pós-casório tinha passado, sim meus caros amigos, estamos sim entrando em uma nova fase do casamento.
– Vai pra onde? – Jisoo pegou Jennie no flagra tentando sair de casa sem avisar com um uniforme esportivo com sainha e tudo, poxa, ela tinha certeza que ela estava muito distraída com o bebê. Ela congelou no tempo, não tinha como mentir dizendo que estava indo visitar sua mãe ou alguma coisa do tipo, a roupa que ela estava vestindo já entregava tudo.
– Eu vou jogar tênis, a gente se vê mais tarde. – olha que mulher ousada. Cadê o "posso ir, amor?" ou o "não me mate, eu iria avisar"? Jisoo a olhou com aquela cara de psicopata que ela tinha por alguns segundos, e antes que ela pudesse falar alguma coisa, ela saiu pela porta mais rápido o que uma bala. E temos um novo Flash na liga da justiça! Ela ficou parada olhando pra porta por alguns segundos, até perceber que ela não tinha o direito de a prender em casa, se Jennie queria sair, que saísse, tudo bem, era a vida dela, e ela não queria ser mais uma daquelas esposas ciumentas que proíbem a esposa de sair de casa e reclamam de tudo.
– Mas que filha da mãe, se eu não tivesse pegado no flagra ela tinha sumido sem dizer nada – foi apenas um pequeno comentário de uma esposa muito amorosa – Hoje essa Kim não me come.
Vocês são testemunhas que ela falou isso, agora vamos esperar anoitecer pra ver que se ela é mulher de palavra. E mesmo contrariada e com vontade de sair correndo atrás dela pelo prédio, fazê-la voltar e pedir permissão, ela simplesmente sentou no sofá e não fez nada, absolutamente nada, além de planejar um assassinato, mas isso é normal. E como toda esposa costuma fazer nessas situações, ela anotou no seu caderninho mental pra poder usar em alguma briga depois.
(...)
Quase dez horas da noite, a até então ela não tinha recebido nenhuma notícia de Jennie, nada, nenhumazinha, nem sequer um sinal de vida, ela já estava começando a escolher suas roupas de viúva, porque se Jennie não estivesse morta, ela a mataria assim que ela chegasse.
Na porta de casa, com um rolo de macarrão em mãos, e um ciúme que chegava a exalar dela, Jisoo esperava pacientemente a chegada da esposa, pronta para cometer um assassinato duplamente qualificado, já estava até planejando onde esconderia os pedaços, porque com certeza iria esquarteja-la. E ela ouviu um barulho na porta, a maçaneta girou lentamente e uma cabeleira castanha surgiu bem ali na frente dela, com outra roupa, os cabelos molhados e com um perfume que não era o dela.
Agora a porra ficou séria.
– Isso são horas, Sra. Jennie Kim? – ela quase teve um infarto quando viu ela ali, estava na esperança que ela estivesse dormindo – De uma mulher casada e mãe de família está na rua?
Ela não sabia pra onde corria, até teve vontade de fechar a porta e fugir do país, mas sabia que uma hora dessas ela iria encontra-la. Jisoo ficou lá parada olhando pra cara dela com aquele rolo na mão e maior cara de psicopata.
– Amor, me deixa explicar, eu juro que eu tenho uma explicação. – ela estava tão assustada, e não tirava os olhos do rolo de macarrão.
– Eu não estou nem aí para as suas explicações! – ela já começou se exaltando, e sacudindo o rolo pra todos os lados. Jennie se inflou, tirou toda a coragem que ainda tinha em suas entranhas, e fez como uma verdadeira fêmea alfa faria.
– Olha aqui, QUERIDA, eu vou falar o que estava fazendo e fim! – ela gritou com ela, tem que ser corajosa pra gritar com a Jisoo, e vocês acham que ela ficou com medo? Claro que não, estamos falando da Jennie – Primeiro, eu fui jogar tênis, mas aí caí na grade e me cortei – ela até mostrou o braço costurado pra ela – Segundo, acabei perdendo muito sangue e a Irene me levou pra casa dela – tinha que ter dedo da Irene no meio – Terceiro, na volta a gente bateu o carro, depois que conseguimos um reboque fomos pra casa, depois voltamos pra buscar o meu carro, só que aí o pneu furou, então eu acabei me sujando pra trocar, e então quando voltei já estava tarde, só que estava muito suja, então tomei um banho na casa da Irene e vesti uma das roupas dela emprestada.
Foi uma explicação meio confusa, ela se perdeu duas vezes no meio daquela história e não sabia se acreditava ou não. Mas é Jisoo, ela não estava caindo naquela conversa não.
– Ah, ótimo! – ela foi sarcástica, e finalmente deixou o rolo de lado pra poder jogar as mãos pra cima e depois colocar na cintura – E celular? Tem pra que? Era tão difícil assim me ligar?
Sai dessa agora.
– Bem, a questão é... – ela até tentou falar.
– A questão é que você não se importa com a sua esposa e com seu filho! – ela está fazendo aquela cara de esposa magoada que continua com raiva – Porque se você se importasse, me mandaria noticias, eu estava preocupada com você, Jennie!
– Meu celular estava descarregado! – ela tinha explicação pra tudo, essa veio preparada pra qualquer coisa. Sabe bem com quem se casou.
– Está mentindo pra mim! – ela deu as costas e saiu andando, se continuasse ali a mataria com certeza.
– Se quer acreditar, acredita, isso é um problema seu! – perdeu a noção do perigo? – Se não está satisfeita com o que tem por que não fala de uma vez? Eu fico tentando imaginar e você não me diz nada. O que você quer? Um jato? Um carro novo? Uma casa maior? Custa me falar o que está errado?
Jisoo virou pra ela, levantou as mãos como se estivesse se rendendo, fez mais uma daquelas caras indecifráveis que mulher costuma ter quando está brigando, deu dois passos na direção dela, fez mais algumas caras e bocas.
– Quer que eu vá embora? – ela perguntou quase gritando e indo na direção dela.
– Eu não sei, você quer ir embora? – ela também foi pra cima.
– Eu preciso saber se você quer que eu vá embora, se você quiser que eu vá embora, eu vou embora!
Eu já não estou entendo mais nada.
– Se você quiser ir.
– Ótimo!
Jisoo passou por ela, foi direto pra porta e saiu, simplesmente saiu sem dizer mais nada. Claro, ela também quis dar uma de quem não estava nem ligando, então foi para o quarto, entrou e fechou a porta. Os segundos seguintes foram de puro silêncio dentro da casa, não se ouvia nada e ninguém mais fazia barulho, nada, simplesmente nada. Mas a porta do quarto em que Jennie estava se abriu, e ela saiu, e a porta da sala se abriu também e Jisoo entrou. Ambas sem jeito, desconfiadas, nem sabiam o que falar uma para a outra.
– Já acabou a briga? – Jennie perguntou, quando viu que ela se aproximava e vinha na direção dela.
– Acabou. – ela respondeu balançando também a cabeça.
Elas se abraçaram, ela não queria que aquela briga fosse separa-las, ainda não era a hora disso, não, foram só dois meses, elas ainda tinham tanta coisa pra viver. E ela gostava tanto de abraça-la, de sentir o calor do corpo dela junto com o dela, ela precisava dela, e não estava pronta para ir embora, não daquela maneira.
– Prometo que da próxima vez que acontecer alguma coisa eu vou te ligar. – disse Jennie, ao mesmo tempo que beijava a testa de sua esposa – E se você quiser, nós vamos nos mudar para uma casa maior, uma casa de verdade.
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Como NÃO ser a mulher perfeita {ADAPTAÇÃO JENSOO} G!P
FanfictionJisoo nunca foi lá uma boa esposa, com 26 anos e cinco casamentos fracassados, a morena já havia desistido de encontrar a garota perfeita. Isso até as ironias da vida a levarem diretamente para Kim Jennie, uma famosa socióloga conhecida por estudar...