Jennie rezou três Ave Marias em cinco segundos. Jisoo olhava pra ela com uma cara de quem poderia matar um boi e enfiar goela abaixo nela. Ela ficou lá parada que nem um pedaço de madeira morta, não porque quisesse ouvi-la, mas porque estava paralisada de medo mesmo. Se movesse um músculo, morreria. Ou ficava e ouvia, ou corria para morrer depois.
– Um filho? – ela fez aquela pergunta retórica que toda mulher faz segundos antes de explodir a bomba
– Você tem um filho e não me disse nada?
Ela andava de um lado para o outro na frente dela, enquanto Jennie ficava sentada no sofá com cara de morte matada esperando a hora de levar uma frigideira da cabeça. A morena estava até fazendo aquelas poses sem sentido que mulher gosta de fazer para tornar o momento ainda mais dramático.
– Jisoo, amor, é que... – não adianta moça, ela não vai te deixar falar.
– Vai dormir no sofá, de novo, amanhã a gente termina essa conversa!
Agora sim as coisas estão realmente sérias.
Enquanto a discussão rolar e ela estiver extravasando, ta tudo bem, mas se ela deixa a discussão pro dia seguinte é porque as coisas realmente estão ficando feias pro seu lado. Chore, porque a surra vai doer. E ela não esperou Jennie dizer mais nada, dessa vez nem sequer deu um travesseiro e um lençol para sua esposa, ela simplesmente foi para o quarto e fechou a porta sem mais nem menos. Tudo bem, ela não iria dormir nada mesmo, tinha que aproveitar a sua provável ultima noite de vida.
(...)
Jisoo não falou mais absolutamente nada, na manhã seguinte ela nem sequer a olhou na cara, estava com uma carranca que dava até medo. Jennie que não é burra nem nada, também não disse nada, ela não podia arriscar piorar mais as coisas, elas já estavam ruins por si só. Ela só falou com ela depois que chegou do trabalho, ainda com aquela mesma cara de ódio, e para deixar Jennie com mais medo ainda, ela não largava aquela bolsa, e ela já estava começando a imaginar que ela estava armada e iria mata-la a qualquer momento. Paranoia é uma coisa que também acontece com as mais bem sucedidas, não é só com a gente.
– Eu quero conhece-lo. – foi a primeira coisa que ela falou olhando diretamente nos olhos dela, só pra intimidar – Quero conhecer o seu filho.
Jennie não sabia se aquilo era bom ou ruim.
– Tem certeza que quer? – a rainha das perguntas suicidas ataca novamente, alguém compra um manual de perguntas que nunca devem ser feitas pra essa mulher, por favor. Ela entortou o bico, apertou a bolsa, inflou as bochechas e soltou o ar, tudo para tornar os momentos de terror ainda mais cinematográficos.
– Jennie.
Só foi preciso essa palavrinha mágica pra ela pegar a chave do carro e sair correndo em direção à porta. E ela saiu atrás dela que nem um vilão de filme de terror, com passos bem lentos, mesmo assim sempre a acompanhava. Entraram no elevador com Jisoo ainda toda emburrada e Jennie com medo de ser assassinada e deixada ali mesmo para ser encontrada fedendo depois. Nenhuma palavra a mais foi trocada durante o trajeto até o carro – o dela claro, porque no carro assombrado da Jisoo não entrariam tão cedo.
Jisoo sentou, cruzou as pernas, pôs as mãos nos joelhos e ficou olhando pra frente. Jennie simplesmente dirigiu, com tanto medo que quase não acertava o buraco da chave. Saíram dali e durante todo o trajeto ela continuou olhando pra frente sem dizer absolutamente nada, e isso que era o perigoso. O ataque poderia vim a qualquer momento sem ela perceber. Somente quando entraram em uma propriedade, que mais se parecia com uma pequena fazenda no meio da cidade toda murada, e avistaram uma linda mulher de cabelos pretos lisos sentada na varanda, que ela foi falar alguma coisa.
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Como NÃO ser a mulher perfeita {ADAPTAÇÃO JENSOO} G!P
FanfictionJisoo nunca foi lá uma boa esposa, com 26 anos e cinco casamentos fracassados, a morena já havia desistido de encontrar a garota perfeita. Isso até as ironias da vida a levarem diretamente para Kim Jennie, uma famosa socióloga conhecida por estudar...