Foram os dias mais difíceis que Jisoo já viveu, e Jennie fazia o possível para fazer mais raiva e medo ainda, era nesses momentos que a morena mais sentia vontade de se tornar viúva. E quando finalmente o final de semana chegou... Bem, digamos que ela não estava muito animada para o que viria a seguir. E naquela manhã de sábado, Jisoo se agarrou ainda mais firme ao travesseiro, torcendo mentalmente para que Jennie explodisse o fogão ou para que qualquer outra coisa acontecesse para que não fosse possível pular de paraquedas. Mas para o azar dela, o dia estava ensolarado e com uma brisa maravilhosa, deveria ser o dia mais bonito daquele ano. E a cara de felicidade da morena só intensificava a raiva que ela sentia por dentro.
Maldita hora que foi inventar de casar com ela!
– Animada para hoje? – Jennie perguntou só de pirraça, estava bem na cara o quanto ela queria mata-la.
– Não fala comigo! – essa foi a maneira mais educada que ela encontrou para demonstrar seu ódio interno, já que matar ainda é crime.
– Não fica assim, amor, você vai gostar!
Ela nem parou para ouvir o que ela estava falando, deu às costas e fez caminho para o banheiro. Nem olhou para a banheira, pois tinha certeza de que se entrasse ali, poderia se afogar só pra não ter que pular de paraquedas. O banho deve ter durado meio século, pois ela não queria mais sair daquele banheiro, na esperança de se atrasarem, mas no fundo sabia que mesmo que ela enrolasse muito, iria acabar pulando. A vida era uma coisa bem cruel pra ela.
E quando saiu, lá estava ela, aquela maldita idiota com aquele sorriso fresco na cara, ela sabia que no fundo ela estava morrendo de rir da cara dela, é Jennie, eu acho que você vai acabar morrendo mais cedo do que imagina. Ela passou por ela com aquela cara de quem comeu – ou foi comida, que combina mais com ela – e não gostou. Vestiu a primeira roupa que encontrou – uma blusa branca e calça jeans – prendeu o cabelo em um rabo de cavalo – depois que secou com o secador, claro – e foi para a cozinha, pois precisava comer alguma coisa antes de sair. Jennie continuava com aquele sorriso de retardada na cara. Ah como ela estava morrendo de vontade de enfiar aquela faca bem no meio da cara dela! E mesmo estando com muita raiva dela, ela comeu as panquecas que Jennie tinha feito para ela, comeu todas, estar com medo dava muita fome.
No caminho para a área de salto nenhuma das duas se falou, Jisoo estava com aquela mesma cara emburrada que ficou a semana toda, se com três semanas de casadas elas já estão assim, imagina com três meses!
Quando chegaram, bem, ela demorou um pouco para descer do carro, mas acabou descendo. Jennie segurou firme a mão dela até chegarem na área onde estavam os aviões, só para garantir que ela não tentaria uma fuga desesperada. O piloto e o instrutor já estavam esperando por elas, já que Jennie era uma dessas clientes VIP's.
– Bom dia, Sra. Kim, essa é a sua esposa? – o jovem rapaz, muito educado, perguntou.
– Bom dia Min, sim, essa é a minha esposa, Jisoo, é o primeiro salto dela então não precisa ir muito alto.
Era o mínimo que Jennie poderia fazer, já que havia metido ela nessa, fez a raiva diminuir um pouquinho, mas foi só um pouquinho mesmo.
– Como a senhora quiser, bem, já sabe o caminho para o vestiário.
(...)
Jisoo estava com o coração na mão, e também odiado aquele macacão que teve que vestir, não combinava com o estilo dela. Quanto mais o avião subia, mais vontade ela tinha de acordar daquele pesadelo horrível, estava quase desmaiando de tanto medo. Jennie estava se divertindo muito com as caras e bocas da esposa, ela estava mostrando o quão vingativa poderia ser, Jisoo não tinha nada que ter comemorado o primeiro gol daquele jeito. Ela estava friamente arrependida de ter concordado com aquela aposta, sentiu vontade até mesmo de processar o time por ter perdido.
– Já alcançamos uma boa altitude, prontas pra pular? – o instrutor perguntou.
– Não – Jisoo respondeu quase chorando, se agarrando ao braço da esposa que nem uma criança com medo do bicho papão do armário.
– Claro! – Jennie respondeu desgrudando Jisoo dela – Não precisa ficar com medo, meu amor, são só uns metros, nada demais.
Era fácil pra Jennie falar, ela estava com vontade de joga-la dali sem paraquedas, só pra ver se filhas da mãe sabiam voar. Mesmo emburrada, Jisoo se preparou para o salto. Jennie colocou o paraquedas.
– Você achou mesmo que eu fosse fazer você pular dessa altura sozinha, sendo que é a sua primeira vez? – ela perguntou fazendo aquela cara de boa moça que só ela fazia direito – Vou prender você à mim e nós vamos pular juntas, não se preocupe, eu tô com você.
Gente ela fez uma carinha de derretida tão fofa, essa sim era a Jennie Kim que ela tinha se casado, a esposa fofa e meiga que sempre fazia o melhor pra ela. Ela até ficou emocionada, vocês tinham que ter visto de perto. Ela abriu um sorrisão, e a morena a prendeu bem firme junto a ela, agora sim ela estava mais segura quanto ao salto.
– Já podemos ir. – disse a morena, enquanto ambas arrumavam as máscaras para proteger os olhos. Elas foram para a beirada do avião e a porta foi aberta. Jisoo virou a cabeça para olhar para Jennie pela ultima vez antes de pularem, ela era linda, e se acontecesse alguma coisa ela queria manter a lembrança daquele rosto bem fresca em sua memória.
As duas pularam, e Jisoo sentiu o vento gelado bater com força nas partes de seu rosto que estavam descobertas. Tudo era pequeno, dava pra ver a cidade muito bem dali, ela imaginou que aquele momento seria o mais aterrorizante de sua vida, mas na verdade não estava sendo, ela estava se sentindo segura, firme, como se nada de ruim pudesse lhe acontecer, tudo porque conseguia sentir o calor do corpo de Jennie junto ao seu. É, talvez tudo o que ela precisasse fosse Jennie. E nesse momento ela percebeu, não estava com medo, estava bem, podia sorrir, podia se divertir, e a queda não a incomodava mais. Jennie Kim era mesmo capaz de mudar muitas coisas nela, até mesmo seus maiores medos, a esposa mais maluca e perfeita do mundo.
O paraquedas foi aberto a alguns metros do chão, e a queda foi ficando mais lenta a medida que se aproximavam, que pena, já havia acabado, justo agora que ela estava começando a gostar daquilo. E quando pousaram os pés no chão, em um pouso perfeito, Jisoo viu, estava completamente curada de seu enorme medo de altura, queria até mesmo fazer de novo. Logo ela a desprendeu, a morena esperou que ela fosse lhe dar um tapa daqueles bem dados e dizer o quanto ela era cruel por ter feito ela pular daquela altura sabendo que ela morria de medo.
Mas não foi isso que aconteceu, ela esperou a bofetada já com os olhos fechados, mas ao invés disso, sentiu os lábios quentes de Jisoo se chocarem aos seus. Ela a beijou, ela não esperava que ela fosse a beijar – a não ser que fosse com um arame fardado – mas ela a estava beijando, feliz, com todo o carinho que sentia por ela, um daqueles beijos que ela lhe dava quando estava agradecendo por algo, Jennie realmente não esperava aquilo. Não mesmo.
Ofegante, ela se afastou.
– Eu adorei, deveríamos fazer isso outras vezes! – ela estava realmente muito surpresa. Nem em um milhão de anos iria esperar ela dizer isso – Que tal Asa Delta semana que vem?
– Não se empolga, não.
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Como NÃO ser a mulher perfeita {ADAPTAÇÃO JENSOO} G!P
FanfictionJisoo nunca foi lá uma boa esposa, com 26 anos e cinco casamentos fracassados, a morena já havia desistido de encontrar a garota perfeita. Isso até as ironias da vida a levarem diretamente para Kim Jennie, uma famosa socióloga conhecida por estudar...