Capítulo 15 - Gardênia

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Capítulo 15 -Gardênia


Fazia cerca de vinte minutos que Tanaka e Hinata tentavam acalmar Nishinoya, que estava chorando desde que tinha se visto no espelho usando o terno branco escolhido para a cerimônia. Todos ali sabiam que era normal ficar nervoso antes do casamento, mas ninguém esperava que Nishinoya fosse chorar tanto.

— Noya, se acalme, vai dar tudo certo! — Hinata segurou a mão do amigo, olhando para ele com um sorriso no rosto. — Guarde as lágrimas pra cerimônia.

— O Hinata tem razão. Guarde as lágrimas pra quando você estiver subindo no altar, vendo o Asahi ali te esperando todo lindo.

— E se ele tiver desistido?

— Nishinoya, que papo é esse, cara? — Tanaka cruzou os braços, olhando para o amigo que passava a mão no rosto para tentar secar as lágrimas. — É lógico que ele não desistiu, o Asahi te ama muito!

Tanaka e Hinata abraçaram Nishinoya, que aos poucos foi se acalmando e percebendo as besteiras que estava falando. Asahi esteve empolgado durante toda a preparação do casamento, ele certamente não desistiria em cima da hora. Além disso, Nishinoya confiava no amor de seu noivo.

~

O casamento aconteceria ao ar livre. O lugar tinha um lago e uma espécie de deck de madeira grande o suficiente para caber todos os convidados. Enquanto a cerimônia aconteceria ali, a festa seria num salão coberto. O espaço estava decorado com flores brancas e com adereços azuis.

Todos os padrinhos já tinham entrado, assim como Asahi. Faltava apenas Nishinoya para a cerimônia começar de fato, e quando ele entrou, segurando um buquê de flores brancas, Hinata ouviu Tanaka fungar. Teria olhado para ele, mas só conseguia prestar atenção em seu amigo que andava em direção ao altar.

Durante a cerimônia, Hinata acabou se emocionando algumas vezes e jurou ter visto Kageyama secar uma lágrima. Ele estava muito feliz por estar fazendo parte daquele momento junto com todos seus amigos, era realmente muito sortudo. O ruivo então segurou na mão de seu namorado, olhando para ele com um sorriso doce, que foi retribuído.

Quando Asahi e Nishinoya se beijaram perto do fim da cerimônia, Tanaka comemorou em voz alta, fazendo os noivos e os outros rirem. Enfim aqueles dois estavam casados, tinham acompanhado de perto a saga que foi para admitirem os sentimentos que tinham um pelo outro. Ele estava orgulhoso de seus amigos e feliz por saber que tinha ajudado a uní-los.

A festa começou logo depois da cerimônia, alguns convidados comiam e bebiam, enquanto outros dançavam. Hinata e Kageyama estavam sentados numa mesa com Sugawara e Daichi, conversando e bebendo champanhe. Eles riam, falavam apenas bobagens, até Tanaka chegar, dizendo que Nishinoya iria jogar o buquê e estava chamando os que ainda não eram casados.

Asahi e Nishinoya jogaram o buquê juntos e quem acabou pegando foi Kageyama. Hinata olhou para o namorado com um sorriso no rosto e logo os noivos se aproximaram, dizendo que queriam ser padrinhos do casamento deles, assim como Tanaka.

— Acho que deveríamos dançar. — Hinata falou, quando ele e o namorado já estavam na mesa novamente.

— Dançar?

— É! — Fez uma pausa. — Mesmo numa cadeira de rodas, eu ainda posso dançar, sabia?

Kageyama sorriu em resposta ao namorado e logo foi com ele para a pista de dança. Tocava uma música lenta e o levantador se sentou no colo de Hinata, apoiando a cabeça no ombro dele. O ruivo movia sua cadeira de rodas lentamente, acompanhando o ritmo da música.

— Eu sou muito sortudo por ter você comigo, Shoyo... — Ao ouvir a fala de seu namorado, Hinata ficou um tanto surpreso, já que nunca tiveram o costume de chamar um ao outro pelo primeiro nome.

— E eu por ter você, Tobio.

Para Hinata, era como se só estivessem os dois ali. Ele não conseguia prestar atenção em nada além da música e de seu namorado que estava sentado em seu colo. Estava feliz, se sentindo bem consigo mesmo e com as outras coisas ao redor. Tudo estava acontecendo com tanta perfeição, que o ruivo só acreditava que não era um sonho, porque sentia nitidamente o carinho que Kageyama fazia em seus cabelos enquanto dançavam.

Ficaram ali dançando por mais algum tempo, até Kageyama se levantar do colo de Hinata, pegando mais duas taças de champanhe que era servido pelos garçons. Os dois já tinham bebido bastante, mas queriam aproveitar, afinal, não era todo dia que podiam beber sem se preocupar com a conta no final.

O céu já estava escuro quando o casal resolveu dar uma volta pelo jardim que tinha ali. A princípio, os dois estavam em silêncio, apenas apreciando o céu estrelado. Kageyama parou de empurrar a cadeira de rodas de Hinata e parou ao lado dele.

— Quando você vai casar comigo? — Ele perguntou, deixando o ruivo um tanto surpreso.

— Quando você me pedir em casamento, ué.

— Quer casar comigo?

— Agora não vale, Tobio, você tem que ser espontâneo. — Hinata respondeu num tom bem humorado.

Kageyama riu da resposta do namorado, curvando o corpo para beijá-lo. Não ficou insatisfeito com a resposta, conseguiu entender o que Hinata queria dizer. Tinha a certeza de que o ruivo era o amor de sua vida, sentia isso em seu íntimo e com certeza ele merecia um pedido de casamento digno.

Quando a festa acabou, eram poucos os que se permaneciam sóbrios. Sugawara estava dormindo em um sofá que tinha no salão enquanto Daichi tentava o acordar. Tanaka estava abraçado a Nishinoya e Asahi, chorando e falando em bom tom o quanto amava os dois amigos e como estava feliz. Foi Yachi que chamou um táxi para Hinata e Kageyama, aparentemente, ela estava encarregada de cuidar dos amigos bêbados junto com Kiyoko.

No caminho de casa, Hinata e Kageyama pareciam estar mais carinhosos do que o normal um com o outro. Trocavam toques e sorrisos apaixonados. O ruivo estava apoiado no braço do levantador, que acariciava seu rosto e sussurrava elogios sinceros.

Já em casa, Kageyama pegou o namorado no colo, o levou para o quarto deitando-o na cama e ficando por cima dele. Hinata levou as mãos para o rosto do maior e o puxou para um beijo um tanto afobado, que foi retribuído pelo outro da mesma maneira. O levantador tirou o próprio terno e o jogou em qualquer canto do cômodo, logo levando suas mãos à gravata do ruivo, tentando desatar ou ao menos afrouxar o nó. Kageyama interrompeu o beijo e se curvou para alcançar o pescoço alheio, onde passou a beijar com certa devoção.

— Kageyama... — Hinata chamou o namorado, com a voz embolada por causa da embriaguez. — A gente não tirou o sapato antes de entrar...

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